abril 15, 2004
De Halley ao Século XX
"Quando morrem os mendigos não aparecem cometas.
Os céus somente se inflamam na morte dos príncipes"
"Júlio César", W. Shakespeare
Edmond Halley
Edmond Halley (1656-1742) deixou o seu nome na História da Ciência.
Newton tinha demonstrado que os cometas, como os planetas, se moviam em secções cónicas faltando, no entanto, apurar-se qual das secções.
Halley mostrou que a órbita do cometa de 1680 era, certamente, uma parábola.
Ele próprio, impulsiona e financia a publicação dos Principia de Newton em 1678.
Na primeira edição, Newton, reconhece implicitamente o seu erro ao aderir à hipótese das trajectórias rectilíneas de Kepler e inclui os cálculos de Halley nos Principia.
Classifica os cometas como uma “classe de planetas” e, tomando os dados das observações, afirma que estes só são vísiveis quando estão relativamente perto do Sol.
Esse facto leva Newton a estabelecer que o brilho observado é devido à luz solar que se reflecte nas caudas.
As caudas deveriam formar-se a partir da atmosfera do cometa no decurso da sua aproximação ao Sol.
Halley calcula, também, os elementos orbitais de 24 cometas de que se dispunham de suficientes observações.
Dessa lista fazem parte o cometa de 1680 e o de 1682 que viria a receber o seu nome.
Halley enfrentou o problema reconstruindo a trajectória de um cometa na sua parte invisível.
Considerou todos os registos históricos disponiveis numa cadeia que se estendia até Séneca e Plínio. Com a teoria de Newton, Halley compara as características orbitais dos cometas de 1531, que tinha sido observado por Apian, o de 1607 observado por Kepler e o de 1682, observado por ele próprio, e encontra muitas semelhanças na inclinação da órbita em relação ao plano da eclíptica, na distância do cometa ao Sol no periélio e no nodo – o ponto onde a órbita do cometa cruza o plano do sistema solar.
De seguida, confrontando as datas dos aparecimentos, encontrou um retorno periódico que era, exactamente, o que dizia a teoria newtoniana se as órbitas dos cometas fossem elipses.
Apesar disso, existiam ainda algumas variações dos elementos orbitais de um aparecimento para outro, que embora pequenas, não convenceram Halley de que tinha chegado à solução do problema.
Um cálculo aproximado dos efeitos da gravidade de Júpiter e de Saturno no movimento do cometa, revelou-se muito concordante com as perturbações observadas.
Posto isto, Halley afirmou que os três aparecimentos eram de um mesmo astro, uma vez que se repetiam em cada 75 ou 76 anos.
Previu que o cometa regressaria em 1758 e acertou.
Os seus resultados foram publicados no famoso Astronomie Cometicae Synopsis, em 1705.
Os céus somente se inflamam na morte dos príncipes"
"Júlio César", W. Shakespeare
Edmond Halley
Edmond Halley (1656-1742) deixou o seu nome na História da Ciência.
Newton tinha demonstrado que os cometas, como os planetas, se moviam em secções cónicas faltando, no entanto, apurar-se qual das secções.
Halley mostrou que a órbita do cometa de 1680 era, certamente, uma parábola.
Ele próprio, impulsiona e financia a publicação dos Principia de Newton em 1678.
Na primeira edição, Newton, reconhece implicitamente o seu erro ao aderir à hipótese das trajectórias rectilíneas de Kepler e inclui os cálculos de Halley nos Principia.
Classifica os cometas como uma “classe de planetas” e, tomando os dados das observações, afirma que estes só são vísiveis quando estão relativamente perto do Sol.
Esse facto leva Newton a estabelecer que o brilho observado é devido à luz solar que se reflecte nas caudas.
As caudas deveriam formar-se a partir da atmosfera do cometa no decurso da sua aproximação ao Sol.
Halley calcula, também, os elementos orbitais de 24 cometas de que se dispunham de suficientes observações.
Dessa lista fazem parte o cometa de 1680 e o de 1682 que viria a receber o seu nome.
Halley enfrentou o problema reconstruindo a trajectória de um cometa na sua parte invisível.
Considerou todos os registos históricos disponiveis numa cadeia que se estendia até Séneca e Plínio. Com a teoria de Newton, Halley compara as características orbitais dos cometas de 1531, que tinha sido observado por Apian, o de 1607 observado por Kepler e o de 1682, observado por ele próprio, e encontra muitas semelhanças na inclinação da órbita em relação ao plano da eclíptica, na distância do cometa ao Sol no periélio e no nodo – o ponto onde a órbita do cometa cruza o plano do sistema solar.
De seguida, confrontando as datas dos aparecimentos, encontrou um retorno periódico que era, exactamente, o que dizia a teoria newtoniana se as órbitas dos cometas fossem elipses.
Apesar disso, existiam ainda algumas variações dos elementos orbitais de um aparecimento para outro, que embora pequenas, não convenceram Halley de que tinha chegado à solução do problema.
Um cálculo aproximado dos efeitos da gravidade de Júpiter e de Saturno no movimento do cometa, revelou-se muito concordante com as perturbações observadas.
Posto isto, Halley afirmou que os três aparecimentos eram de um mesmo astro, uma vez que se repetiam em cada 75 ou 76 anos.
Previu que o cometa regressaria em 1758 e acertou.
Os seus resultados foram publicados no famoso Astronomie Cometicae Synopsis, em 1705.
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