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maio 31, 2004

Esperança 


Tantas formas revestes, e nenhuma
Me satisfaz!
Vens às vezes no amor, e quase te acredito.
Mas todo o amor é um grito
Desesperado
Que ouve apenas o eco...
Peco
Por absurdo humano:
Quero não sei que cálice profano
Cheio dum vinho herético e sagrado.

Miguel Torga

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maio 30, 2004

música do (melhor) mundo 



"Ravi Shankar is the Godfather of World Music"
(George Harrison)


Nascido em Benares, Índia, em 1920, Ravi Shankar começou aos 19 anos a estudar sitar com o virtuoso Ali Akbar Kahn, seu guia espiritual e professor de música.

A sua colaboração com o grande violinista Yehudi Menuhin na década de 50, foi um dos mais celebrados encontros entre culturas distintas, de todos os tempos.

A participação de Shankar na canção Within You Without You, do álbum Sargent Pepper's dos Beatles, foi o início da sua popularidade no ocidente.

Ravi Shankar também participou no Festival de Woodstock em 1969, e patrocinou o concerto de beneficiência pelos refugiados de guerra do Bangladesh, em 1971.

Shankar foi nomeado para os Oscares pela banda sonora de Gandhi.


Shankar escreveu dois concertos para sitar e orquestra, e que estão no primeiro cd desta colectânea da EMI CLASSICS - ref.7243.
O primeiro, composição escrita com o virtuoso Yehudi Menuhin e gravado em 1968, é notável!
O segundo, de 1976, gravado com a London Symphony Orchestra, conduzida por André Previn, é o meu favorito!
Uma obra-prima celestial.

Shankar teve ainda tempo para ser pai da menina Norah Jones!

Embora já nos tenha visitado - pelo menos duas vezes na Gulbenkian, tive oportunidade de vê-lo em Abril de 93 no Pavilhão Carlos Lopes, junto ao local onde está instalada a Feira do Livro, e para onde vou agora!

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maio 29, 2004

Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery  

CHAPITRE IX



Je crois qu'il profita, pour son évasion, d'une migration d'oiseaux sauvages.
Au matin du départ il mit sa planète bien en ordre. Il ramona soigneusement ses volcans en activité. Il possédait deux volcans en activité.
Et c'était bien commode pour faire chauffer le petit déjeuner du matin.
Il possédait aussi un volcan étent. Mais, comme il disait, "On ne sais jamais!" Il ramona donc également le volcan éteint.
S'ils sont bien ramonés, les volcans brûlent doucement et régulièrement, sans éruptions. les éruptions volcaniques sont comme des feux de cheminée.
Evidemment sur notre terre nous sommes beaucoup trop petits pour ramoner nos volcans.
C'est pourquoi ils nous causent tant d'ennuis.

Le petit prince arracha aussi, avec un peu de mélancolie, les dernières pousses de baobabs.
Il croyait ne plus jamais devoir revenir. Mais tout ces travaux familiers lui parurent, ce matin-là, extrèmement doux.
Et, quand il arrosa une dernière fois la fleur, et se prépara à la mettre à l'abri sous son globe, il se découvrit l'envie de pleurer.



-Adieu, dit-il à la fleur.

Mais elle ne lui répondit pas.

-Adieu, répéta-t-il.

La fleur toussa. Mais ce n'était pas à cause de son rhume.

-J'ai été sotte, lui dit-elle enfin. Je te demande pardon. Tâche d'être heureux.

Il fut surpris par l'absence de reproches. Il restait là tout déconcentré, le globe en l'air. Il ne comprennait pas cette douceur calme.

-Mais oui, je t'aime, lui dit la fleur. Tu n'en a rien su, par ma faute. Cela n'a aucune importance. Mais tu as été aussi sot que moi. Tâche d'être heureux... Laisse ce globe tranquille. Je n'en veux plus.

-Mais le vent...

-Je ne suis pas si enrhumée que ça... L'air frais de la nuit me fera du bien. Je suis une fleur.

-Mais les bêtes...

-Il faut bien que je supporte deux ou trois chenilles si je veux connaître les papillons. Il paraît que c'est tellement beau. Sinon qui me rendra visite? Tu seras loin, toi. Quant aux grosses bêtes, je ne crains rien. J'ai mes griffes.

Et elle montrait naivement ses quatre épines. Puis elle ajouta:

-Ne traîne pas comme ça, c'est agaçant. Tu as décidé de partir. Va-t'en.

Car elle ne voulait pas qu'il la vît pleurer. C'était une fleur tellement orgueilleuse...

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just for fun! 


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não sou pessoa de caluniar outrem.. 

..mas era capaz de jurar que o senhor estava embriagado!
A seguir ao vergonhoso jogo que a Selecção Nacional fez ontem no primeiro jogo do Campeonato da Europa de Sub-21 contra a Suécia, ao ver as declarações que Gilberto Madaíl, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol prestou à RTP, as suspeitas iam-se acentuando à medida que as declarações se sucediam.
Por três ou quatro vezes o homem entaramelou a voz, disso estou certo.
Digam-me se fui só eu que fiquei com os olhos trocados!


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maio 27, 2004

ainda que possa perder um pouco de brilho.. 

Uma vela nada tem a perder se acender outra vela!


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«Mensagem» de Fernando Pessoa  



3ª Parte - O Encoberto

III - Os Tempos


PRIMEIRO - NOITE

A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.

Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.

*

Como e um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando, o vêem, vêem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.

*

Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
O Poder e o Renome –
Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.

Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.

Mas Deus não dá licença que partamos.


SEGUNDO - TORMENTA

Que jaz no abismo sob o mar que se ergue?
Nós, Portugal, o poder ser.
Que inquietação do fundo nos soergue?
O desejar poder querer.

Isto, e o mistério de que a noite é o fausto...
Mas súbito, onde o vento ruge,
O relâmpago, farol de Deus, um hausto
Brilha, e o mar 'scuro 'struge.


TERCEIRO - CALMA

Que costa é que as ondas contam
E se não pode encontrar
Por mais naus que haja no mar?
O que é que as ondas encontram
E nunca se vê surgindo?
Este som de o mar praiar
Onde é que está existindo?

Ilha próxima e remota,
Que nos ouvidos persiste,
Para a vista não existe.
Que nau, que armada, que frota
Pode encontrar o caminho
À praia onde o mar insiste,
Se à vista o mar é sozinho?

Haverá rasgões no espaço
Que dêem para outro lado,
E que, um deles encontrado,
Aqui, onde há só sargaço,
Surja uma ilha velada,
O país afortunado
Que guarda o Rei desterrado
Em sua vida encantada?


QUARTO - ANTEMANHÃ

O mostrengo que está no fim do mar
Veio das trevas a procurar
A madrugada do novo dia,
Do novo dia sem acabar;
E disse: «Quem é que dorme a lembrar
Que desvendou o Segundo Mundo,
Numa o Terceiro quer desvendar?»

E o som na treva de ele rodar
Faz mau o sono, triste o sonhar,
Rodou e foi-se o mostrengo servo
Que seu senhor veio aqui buscar.
Que veio aqui seu senhor chamar –
Chamar aquele que está dormindo
E foi outrora Senhor do Mar.


QUINTO - NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Numa o que é mal numa o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

Vale, Fratres.

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maio 26, 2004

Porto! Porto! Porto! 



Portugal! Portugal! Portugal!

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hoje somos (quase) todos mui nobre e leais 



Barca bela


Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela.
Que é tão bela,
Oh pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Oh pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Oh pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Oh pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela
Foge dela
Oh pescador!


Almeida Garrett, Folhas Caídas

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Inesperadamente, morreu o golfinho bébé que estava no Zoo Marine de Albufeira a ser tratado, com tantos cuidados, tanto carinho, e que já tinha conquistado a simpatia dos portugueses, fruto do acompanhamento diário que a SIC fazia da sua evolução.

Merecem uma palavra de apreço todos os que passaram horas a fio dentro da piscina com o golfinho bébé.

Para além da desilusão profissional por não terem conseguido salvá-lo, nos trinta e tal dias em que conviveram diariamente, criaram, e demonstravam-no constantemente, uma relação afectiva muito forte, e por isso devem estar a passar um momento difícil.

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Internet Addiction Disorder 



A Blogosfera dá para tudo

Pessoas

que não se conhecem
que cultivam amizades
que sofrem
que se insultam
de verdade
que me fazem sentir vivo
que já estão mortas e não sabem
que explicam porque se vão embora
explicaram ao que vinham?
divertidas
apaixonadas
muito
inteligentes, sensíveis
que escrevem mal
que se fartam de escrever
e dizem pouco
como diz o Gasel
um post não precisa ter muita conversa para ser interessante

Não sei para onde caminha esta comunidade
talvez para nenhures
o que seria pena, mas
este frémito parece estar a desgastar muita gente
todos os dias fecham janelas
abrem outras, é certo

Amanhã é outro dia

Boa noite

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maio 25, 2004

não quero acreditar ( post editado) 

Que o ex-treinador do benfica disse que espera ver o Mónaco ganhar ao FC Porto!

(afinal o senhor disse que quer que o Morientes jogue bem e ganhe o jogo - o que, sendo uma afirmação diferente, vai dar ao mesmo!)

Que o porta-voz dos Inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras disse, a propósito da requisição civil anunciada pelo governo caso façam greve durante o Euro, que esta seria uma lei ilegal!

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Cantilena Para Um Tocador De Flauta Cego 


White Faun playing the Double Flute - Picasso

Flauta da noite que se cerra,
Presença líquida de um pranto,
Todos os silêncios da terra
São as pétalas do teu canto.

Espalha teu pólen na alfombra
Do catre que por fim te acoite
Mel de uma boca de sombra
Como um beijo na boca da noite

E pois que as escalas que cansas
Nos dizem que o dia acabou,
Faz-nos crer que os céus dançam
Porque um cego cantou.

Marguerite Yourcenar, Tradução de Mário Cesariny

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maio 24, 2004

presunção de liberdade 

Fechado numa casca de noz

eu poderia julgar-me rei

de um espaço infinito...


Shakespeare, Hamlet

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Quizz 

Gosto muito de cinema!
E a Maria também! Por isso, para ela, que teve a ideia, e também para os amigos cinéfilos, aqui fica o desafio.






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maio 23, 2004

Origens - I 

Vila Nova de Foz-Côa


Há cerca de vinte mil anos, o homem desceu os vales do Côa e do Douro pescando e caçando para sobreviver, e, gravando com sílex os painéis do rijo xisto de ambas as margens.


Mais recentemente, na segunda metade do século XX, acompanhado pelos primos, descia da vila e pisava, quem sabe, as mesmas pedras que o homem do paleolítico..
Saíamos de manhã.
O trajecto até ao rio que nos esperava lá em baixo, era percorrido aos saltos entre amendoeiras, figueiras e vinhedos das encostas do Douro, que nos alimentavam o corpo e as brincadeiras.


Por volta da hora do almoço já estávamos a tomar banho na margem esquerda do rio.
Por várias vezes fomos arrastados pelas fortes correntes, indo normalmente parar à retorta, uma curva providencial que desdenhava, fruto da imaturidade da adolescência!
Os primos diziam que a Senhora da Veiga, que ainda lá está na capela perto da margem, nos protegia.
Se a família soubesse..


A Igreja Matriz de Foz Côa, onde casaram os meus pais, é Monumento Nacional e tem o seu maior valor no desenho do alçado frontal, do período gótico- manuelino.
No pórtico existem duas esferas armilares, encimadas uma, pela Cruz de Cristo e outra pela Flor-de-Lis. Dois escudos com as armas reais ladeiam o nicho onde se alberga uma imagem de Nª. Srª. da Piedade, ou do Pranto, de calcário do séc. XVI.
A capela-Mór da Igreja Matriz é uma obra riquíssima em talha, em pintura e em escultura. Do lado norte do sacrário, está a imagem da Padroeira da Paróquia, Nª. Srª. do Pranto. É a Pietá, imagem do séc. XVII. Nas paredes laterais da capela-Mór encontram-se várias pinturas a óleo sobre madeira, da autoria de artistas da Escola de Grão Vasco.

Vila Nova de Foz-Côa teve três forais.
O primeiro e o segundo, dados por D. Dinis, fundador e povoador da localidade, a 21 de Maio de 1299 e a 24 de Julho de 1314, respectivamente.
O terceiro foi dado por D. Manuel a 16 de Junho de 1514.
D. João I elevou-a à categoria de vila.
D. Manuel mandou edificar a Igreja Matriz.
Por último Foz Côa é elevada a cidade em 12 de Julho de 1997


O Pelourinho, de granito do século XVI, está situado na Praça do Município.
Sustentado por quatro degraus, tem os bordos superiores do capitel ornados por cordões. O remate da cabeça é feito por um grupo de coruchéus, sobre os quais se erguem a esfera armilar e a flor-de-lis.



Plantou-me aqui e arrancou-me daqui.
E nunca mais as raízes me seguraram bem em nenhuma terra.

Miguel Torga

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História Trágico-Marítima 


Maria Helena Vieira da Silva
1944, óleo sobre tela, 81 x 100 cm
Centro de Arte Moderna

Mar!
Engenhosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!
Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento
!

Miguel Torga

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maio 19, 2004

blogus interruptus 

Nos próximos dias não vou poder cumprir um dos rituais diários, o de visitar amigos na blogosfera.
Desde o início do ano tenho-me habituado aos posts, aos comentários e, aquilo que me tem dado mais prazer, a estabelecer cumplicidades!
Aos amigos que têm a gentileza de visitar o meu cantinho desejo uma boa semana, com um sorriso!



Meus amigos, desculpai-me
pois, inadvertidamente, vos iludi.
Bem sei agora que de mim
vós todos esperáveis um poeta completo,
alguém como um semideus
que conseguisse se embrenhar no segredo do cosmo,
capaz de sofrer a angústia do big-bang inicial
e de viver o gozo, supremo e espasmódico,
de algum astro recém-nascido.

Não, meus amigos.

Decididamente não sou eu o poeta que buscais.
Para desfazer qualquer dúvida que ainda remanesça,
permiti que vos diga, num rasgo de confessada humildade,
que eu jamais consegui decifrar o código de angústia
do riacho que, perdido, serpenteia pela floresta;
que eu, embora tenha me esforçado ao extremo,
ainda não traduzo fielmente a voz do vento andarilho,
mexeriqueiro bailarino a confabular com as árvores
os segredos trazidos de distantes paragens.
Tende em mente que minha sensibilidade
é suficiente apenas para entender
que a cor avermelhada da aurora
se deve ao sangue das paixões sublimadas.
É honesto dizer ainda que não tenho tido êxito
ao tentar compreender as conversas informais das estrelinhas
quando, nas noites frias de inverno,
se reúnem para tricotar suas nuvens de algodão.
Bem se vê que é indevido o vosso comportamento
quando, em contato com meus versos humildes,
vos dizeis maravilhados das palavras desconexas
que, presunçosamente, apelidei de poesia.

E, para melhor vos iludir,
fiz do meu verbo uma argamassa
composta de dores e amores,
de sonhos e prantos e sorrisos e lágrimas.

Porque – é forçoso reconhecer! –
este vosso amigo, longe de ser um poeta pleno,
ainda não conseguiu ir além do coração do homem.


Solange Rech

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maio 18, 2004

Do amante  



Ai, a carne é fraca, não tem discussão
E eu, que enfraqueci mulher de amigo
Evito o meu quarto, dormir não consigo
Vejo-me à noite: atento a qualquer som!

E isso advém de o seu quarto afinal
Ser contíguo ao meu.
O que me consome
É que eu ouço tudo, quando ele a come
E se não ouço, penso:
é pior o mal!

Se já tarde os três bebemos um copito
E eu noto que o meu amigo não fuma
E, quando a mira, põe olhos em bico

Encho o copo dela a deitar por fora
E obrigo-a a beber, se não colabora,
P'ra ela à noite não dar por nenhuma.


Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso

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Sun Tzu on the Art of War 

I. LAYING PLANS

1. Sun Tzu said: The art of war is of vital importance to the State.

2. It is a matter of life and death, a road either to safety or to ruin.
Hence it is a subject of inquiry which can on no account be neglected.

3. The art of war, then, is governed by five constant factors, to be taken into account in one's deliberations, when seeking to determine the conditions obtaining in the field.

4. These are:
(1) The Moral Law.
(2) Heaven.
(3) Earth.
(4) The Commander.
(5) Method and discipline.

5,6. The Moral Law causes the people to be in complete accord with their ruler, so that they will follow him regardless of their lives, undismayed by any danger.

7. Heaven signifies night and day, cold and heat, times and seasons.

8. Earth comprises distances, great and small; danger and security; open ground and narrow passes; the chances of life and death.

9. The Commander stands for the virtues of wisdom, sincerely, benevolence, courage and strictness.

10. By method and discipline are to be understood the marshaling of the army in its proper subdivisions, the graduations of rank among the officers, the maintenance of roads by which supplies may reach the army, and the control of military expenditure.

11. These five heads should be familiar to every general: he who knows them will be victorious; he who knows them not will fail.

12. Therefore, in your deliberations, when seeking to determine the military conditions, let them be made the basis of a comparison, in this wise.

13. (1) Which of the two sovereigns is imbued with the Moral law?
(2) Which of the two generals has most ability?
(3) With whom lie the advantages derived from Heaven and Earth?
(4) On which side is discipline most rigorously enforced?
(5) Which army is stronger?
(6) On which side are officers and men more highly trained?
(7) In which army is there the greater constancy both in reward and punishment?

14. By means of these seven considerations I can forecast victory or defeat.

15. The general that hearkens to my counsel and acts upon it, will conquer: let such a one be retained in command! The general that hearkens not to my counsel nor acts upon it,
will suffer defeat: let such a one be dismissed!

16. While heading the profit of my counsel, avail yourself also of any helpful circumstances over and beyond the ordinary rules.

17. According as circumstances are favorable, one should modify one's plans.

18. All warfare is based on deception.

19. Hence, when able to attack, we must seem unable; when using our forces, we must seem inactive; when we are near, we must make the enemy believe we are far away;when far away, we must make him believe we are near.

20. Hold out baits to entice the enemy. Feign disorder, and crush him.

21. If he is secure at all points, be prepared for him. If he is in superior strength, evade him.

22. If your opponent is of choleric temper, seek to irritate him.
Pretend to be weak, that he may grow arrogant.

23. If he is taking his ease, give him no rest. If his forces are united, separate them.

24. Attack him where he is unprepared, appear where you are not expected.

25. These military devices, leading to victory, must not be divulged beforehand.

26. Now the general who wins a battle makes many calculations in his temple ere the battle is fought. The general who loses a battle makes but few calculations beforehand. Thus do many calculations lead to victory, and few calculations to defeat: how much more no calculation at all! It is by attention to this point that I can foresee who is likely to win or lose.


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maio 17, 2004

Who am I? 

Escolhi Blade Runner quando decidi comprar o primeiro dvd.

Obra Prima da Ficção Científica, Blade Runner - 1982, é um dos meus filmes favoritos.
É um filme de culto, enigmático, inspirado em Metropolis (1927) de Fritz Lang.

Ridley Scott é um dos meus realizadores favoritos:
Black Hawk Down / Hannibal / Gladiator /1492: Conquest of Paradise / Thelma & Louise / Alien

Harrisson Ford é um dos meus actores favoritos:
What Lies Beneath / Air Force One / Sabrina / Clear and Present Danger / The Fugitive
Patriot Games / Regarding Henry / Presumed Innocent / Frantic / Witness / Star Wars
Raiders of the Lost Ark /Apocalypse Now / American Graffiti / Zabriskie Point.

Vangelis, o autor da banda sonora, é um dos meus compositores favoritos.

O detective Rick Deckard (Harrison Ford)de moral duvidosa e caçador de replicantes ilegais, apaixona-se pela femme-fatale Rachel(Sean Young), pertencente à última classe de robôts, virtualmente idênticos aos seres humanos.
Los Angeles, 2019. A Terra está em decadência física e psicológica.
Veículos futuristas viajam pelo céu poluído, onde o sol já não brilha.
Deckard é encarregue de procurar quatro replicantes de primeira geração, decididos a encontrar o seu criador, dr.Tyrell(Joseph Turkel), e forçá-lo a prolongar as suas curtas vidas.
O apelo para a imortalidade por parte dos andróides coloca a questão
"Man has made his match - Now it`s his problem".

No imenso escritório do Dr. Eldon Tyrell com uma gigantessca janela, um mocho branco replicante sobrevôa a sala. Deckard encontra pela primeira vez Rachel:

Rachael: Do you like our owl?
Deckard: It's artificial?
Rachael: Of course it is.
Deckard: Must be expensive.
Rachael: Very.

Para utilizar o seu aparelho detector de replicantes, pretende fazer-lhe o teste de Voigt-Kampff, semelhante a um detector de mentiras, que mede respostas emocionais.
O dispositivo focaliza o interior da íris e mede as flutuações involuntárias:

Deckard: You're reading a magazine. You come across a full-page nude photo of a girl.
Rachael: Is this testing whether I'm a replicant or a lesbian, Mr. Deckard?
Deckard: Just answer the questions, please. You show it to your husband. He likes it so much he hangs it on your bedroom wall.
Rachael: I wouldn't let him.
Deckard: 'Orange body, green legs'...Why not?
Rachael: I should be enough for him.

Sebastien e Roy
I MAKE friends. They're toys. My friends are toys. I make them. It's a hobby.


Deckard: Now you kiss me.
Rachael: I can't rely on...
Deckard: Say 'kiss me.'
Rachael: 'Kiss me.'
Deckard: 'I want you.'
Rachael: 'I want you.'
Deckard: Again.
Rachael: 'I want you.' Put your hands on me.


I've seen things you people wouldn't believe.
Attack ships on fire off the shoulder of Orion.
I watched C-beams glitter in the dark near the Tanhauser gate.
All those moments will be lost in time like tears in rain.
Time to die.

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maio 16, 2004

Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery  

CHAPITRE VIII

J'appris bien vite à mieux connaître cette fleur.
Il y avait toujours eu, sur la planète du petit prince, des fleurs très simples, ornées d'un seul rang de pétales, et qui ne tenaient point de place, et qui ne dérangeaient personne.
Elles apparaissaient un matin dans l'herbe, et puis elles s'éteignaient le soir.
Mais celle-là avait germé un jour, d'une graine apportée d'on ne sais où, et le petit prince avait surveillé de très près cette brindille qui ne ressemblait pas aux autres brindilles.
Ca pouvait être un nouveau genre de baobab. Mais l'arbuste cessa vite de croître, et commença de préparer une fleur.
Le petit prince, qui assistait à l'installation d'un bouton énorme, sentait bien qu'il en sortirait une apparition miraculeuse, mais la fleur n'en finissait pas de se préparer à être belle, à l'abri de sa chambre verte.
Elle choisissait avec soin ses couleures. Elle s'habillait lentement, elle ajustait un à un ses pétales.
Elle ne voulait pas sortir toute fripée comme les coquelicots. Elle ne voulait apparaître que dans le plein rayonnement de sa beauté.
Eh! oui. Elle était très coquette! Sa toilette mystérieuse avait donc duré des jours et des jours.
Et puis voici qu'un matin, justement à l'heure du lever du soleil, elle s'était montrée.



Et elle, qui avait travaillé avec tant de précision, dit en bâillant:

-Ah! Je me réveille à peine... Je vous demande pardon... Je suis encore toute décoifée...

Le petit prince, alors, ne put contenir son admiration:

-Que vous êtes belle!

-N'est-ce pas, répondit doucement la fleur. Et je suis née en même temps que le soleil...

Le petit prince devina bien qu'elle n'était pas trop modeste, mais elle était si émouvante!

-C'est l'heure, je crois, du petit déjeuner, avait-elle bientôt ajouté, auriez-vous la bonté de penser à moi...

Et le petit prince, tout confus, ayant été chercher un arrosoir d'eau fraîche, avait servi la fleur.



Ainsi l'avait-elle bien vite tourmenté par sa vanité un peu ombrageuse. Un jour, par exemple, parlant de ses quatres épines, elle avait dit au petit prince:

-Ils peuvent venir, les tigres, avec leurs griffes!



-Il n'y a pas de tigres sur ma planète, avait objecté le petit prince, et puis les tigres ne mangent pas l'herbe.

-Je ne suis pas une herbe, avait doucement répondu la fleur.

-Pardonnez-moi...

-Je ne crains rien des tigres, mais j'ai horreur des courrants d'air.
Vous n'auriez pas un paravent?



"Horreur des courrants d'air... ce n'est pas de chance, pour une plante, avait remarqué le petit prince. Cette fleur est bien compliquée..."

-Le soir vous me mettrez sous un globe. Il fait très froid chez vous.
C'est mal installé. Là d'ou je viens...



Mais elle s'était interrompue. Elle était venue sous forme de graine.
Elle n'avait rien pu connaître des autres mondes. Humiliée de s'être laissé surprendre à préparer un mensonge aussi naif, elle avait toussé deux ou trois fois, pour mettre le petit prince dans son tort:

-Ce paravent?...

-J'allais le chercher mais vous me parliez!

Alors elle avait forcé sa toux pour lui infliger quand même des remords.

Ainsi le petit prince, malgré la bonne volonté de son amour, avait vite douté d'elle. Il avait pris au sérieux des mots sans importance, et il est devenu très malheureux.

"J'aurais dû ne pas l'écouter, me confia-t-il un jour, il ne faut jamais écouter les fleures.
Il faut les regarder et les respirer. La mienne embaumait ma planète, mais je ne savais pas m'en réjouir. Cette histoire de griffes, qui m'avait tellement agacé, eût dû m'attendrir..."

Il me confia encore:

"Je n'ai alors rien su comprendre! J'aurais dû la juger sur les actes et non sur les mots. Elle m'embaumait et m'éclairait. Je n'aurais jamais dû m'enfuir! J'aurais dû devinre sa tendresse derrière ses pauvres ruses. les fleurs sont si contradictoires! Mais j'étais trop jeune pour savoir l'aimer."

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The Canoeists' Luncheon 



Pierre-Auguste Renoir
1879-80
Oil on canvas
21 1/2 x 26" (55.1 x 65.9 cm)
The Art Institute of Chicago

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Ghost in the Shell 2: Innocence 



Life and death come and go like
marionettes dancing on a table.
Once their strings are cut,
they easily crumble.

Why are humans so obsessed
with recreating themselves?

Let one walk alone,
committing no sin,
with few wishes,
like an elephant in the forest.


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maio 15, 2004

conversa à volta do Bill 



BILL:...because she is coming and she's coming to kill you.
And unless you accept my assistance, I have no doubt she will succeed.

BUDD: I don't dodge guilt and I don't Jew out of paying my comeuppance.

BILL: Can't we just forget the past?

BUDD: That woman deserves her revenge. And we deserve to die.


Mai nada!

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O sorriso 

Creio que foi o sorriso,

sorriso foi quem abriu a porta.

Era um sorriso com muita luz

lá dentro, apetecia

entrar nele, tirar a roupa, ficar

nu dentro daquele sorriso.

Correr, navegar, morrer naquele sorriso.


Eugénio de Andrade


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Trânsito de Vénus  



A passagem visual de Vénus ou de Mercúrio diante do Sol, quando observado da Terra, designa-se por “trânsito” .
O trânsito de Vénus de 8 de Junho de 2004 será inteiramente observado no Norte do país, as restantes regiões perderão apenas os instantes iniciais e na Madeira e nos Açores serão observadas as fases intermédia e final do fenómeno.
O próximo ocorrerá em 2012, e o seguinte só deverá verificar-se em 2117!

Os trânsitos de Vénus são utilizados desde o século XVIII para determinar a distância da Terra ao Sol.
Johannes Kepler (1571-1630) calculou em 1629 que Mercúrio passaria diante do Sol em Novembro de 1631 e Vénus no mês seguinte. Tendo falecido antes desta data, a confirmação dos cálculos foi efectuada por Pierre Gassendi, mas apenas para Mercúrio.
Contrariamente aos cálculos de Kepler, Vénus passou diante do Sol quando era noite na Europa.
O «ano» de Vénus, dura 224,701 dias, enquanto o ano terrestre dura 365,256 dias - Terceira Lei de Kepler.
Mercúrio e Vénus são planetas interiores, porque a sua órbita é interior à da Terra, ou seja, interpõem-se entre nós e o Sol.

Para que o alinhamento seja perfeito são necessárias duas condições.

Em primeiro lugar é necessário que o planeta esteja na chamada conjunção inferior; em segundo lugar, é necessário que esteja na linha de intersecção entre os planos da sua órbita e da órbita da Terra, a chamada linha de nodos.
Por isso, Vénus ultrapassa periodicamente a Terra. Ao tempo que demora a ganhar à Terra uma rotação completa chama-se período sinódico e é aproximadamente igual a 584 dias.
Este valor representa o tempo, em dias, que medeia entre duas passagens consecutivas de Vénus pela Terra, ou seja, duas conjunções inferiores.

Em segundo lugar, é necessário que, no momento de conjugação, estejam no mesmo plano.
Os planos de órbita da Terra e de Vénus (tal como os planos de órbita da Terra e da Lua) não são o mesmo. Fazem um ângulo.
Vénus pode estar em conjunção com a Terra sem estar perfeitamente alinhado com esta. Esse alinhamento perfeito só se verifica quando ambos os planetas estão na linha assinalada, que se chama linha dos nodos.

Nessa linha, o alinhamento pode verificar-se em duas situações: no chamado nodo descendente, quando Vénus está em V1 e a Terra em T1, o que acontecerá a 8 de Junho, ou no chamado nodo ascendente, quando Vénus está em V2 e a Terra em T2 , o que acontecerá a 8 de Dezembro.
Em todos os outros casos de conjunção, como é o marcado em V3 e T3 , não poderemos ver Vénus passar em frente ao Sol, pois este passa «por baixo» ou «por cima» do astro.

Os trânsitos de Vénus são mais raros que os de Mercúrio.
No século XX, enquanto Mercúrio se atravessou entre nós e o Sol por 14 vezes, Vénus não registou um único trânsito.
Esta raridade relativa dos trânsitos venusianos deve-se, entre outros factores, a um movimento muito lento das conjugações.

Cinco períodos sinódicos de Vénus são aproximadamente iguais a oito anos terrestres, ou seja, de oito em oito anos os três astros encontram-se aproximadamente na mesma posição no espaço.
Como há uma diferença de dois dias e algumas horas entre os dois períodos sinódicos, de oito em oito anos a posição de Vénus e da Terra muda um pouco, o equivalente aos movimentos de translação de 2,428 dias.

Num trânsito de Vénus, ambos os planetas estão na linha dos nodos.
Passados oito anos menos 2,428 dias, os três astros estarão em posição semelhante, portanto é possível que se registe outro trânsito, mas também é possível que as órbitas dos dois planetas nesses 2,428 dias os tenha afastado dessa linha e que já não se verifique nenhum trânsito.
A partir da inclinação da sua órbita, Vénus sobe cerca de 20' (minutos de arco) ou desce 24', ao passar de uma conjunção inferior para a que se regista passados 2,428 dias.
Como o disco solar tem um diâmetro aparente visto da Terra de cerca de 32', é possível que se registe um trânsito de Vénus num momento e se registe outro passado oito anos, pois tendo-se deslocado o planeta 20' ou 24' apenas, é possível que cruze o disco solar das duas vezes.
Isto explica que os trânsitos de Vénus apareçam habitualmente aos pares, como se passa com o trânsito de 2004, que é seguido de um outro daqui a oito anos, em 2012.

Mas isto quer dizer também que não é possível haver um terceiro trânsito passados mais oito anos, pois nessa altura Vénus já se terá deslocado 40' ou 48' e saído do disco solar, que apenas mede cerca de 32'.
É necessário que decorram mais 105,5 ou 121,5 anos depois de um par de trânsitos separados por oito anos.
E mesmo nesse par pode falhar um dos trânsitos.
Foi o que aconteceu em 1388, no trânsito falhado que antecedeu o de 1396.

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maio 14, 2004

luminosidade intensa ou o triunfo da simplicidade 



Um concerto imperdível para quem aprecia jazz!
Concerto não, performance, ou melhor ainda, perfumar - é o que o Jan Garbarek vai fazer esta noite no Grande Auditório do CCB.
Os vôos prolongados do saxofone tenor de Garbarek atravessam-nos a alma.
O estilista Eberhard Weber, no seu indomável contrabaixo, é quem nos prende à terra.
É um reencontro desejado, e seguramente as tonalidades desta noite ecoarão pelo fim-de-semana.

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nascimento dos mitos 

No princípio do século XX Portugal tem cinco milhões de habitantes.
É um país essencialmente rural, pobre e atrasado.
Quarenta mil portugueses emigram por ano. A taxa de analfabetismo ronda os 70%.


A 5 de Outubro de 1910 Portugal torna-se numa das primeiras repúblicas da Europa.
O novo regime mobiliza o país e apaixona a opinião pública.
Escolas e educação, prioridade.
A legislação consagra os novos direitos de liberdade e cidadania.
A prática do exercício desses direitos engendra grandes contradições.
Comportamentos restritivos e repressivos da parte do Partido Republicano no poder.
Portugal participa na I Guerra Mundial (1914 -1918).
Agravamento das tensões dentro da sociedade portuguesa estão na origem da Ditadura de Sidónio Pais.
Em 1917 Portugal sofre o desastre da batalha de La Lys, em França.
Agudizam-se as tensões entre a sociedade urbana, em vias de industrialização e o mundo rural tradicional e arcaico.


Em Fátima, três miúdos afirmam ter visto Nossa Senhora em cima de uma oliveira.
Em Lisboa, na Estação do Rossio, Sidónio Pais é assassinado a 14 de Dezembro de 1918.
Bento Gonçalves, dirigente anarco-sindicalista, visita a Rússia durante a revolução bolchevista.
Em 1921 fundará do Partido Comunista.
Em 1920 a Igreja recusa a imagem de Nossa Senhora de Fátima do escultor Teixeira Lopes pela sua sensualidade.

Na Serra da Gardunha, um tocador de cornetim é cobiçado pelas duas bandas do Fundão:
«música nova» e «música velha».
A vida de músico é insegura, ele tem que assegurar o sustento dos três filhos e da mulher novamente grávida.
É sapateiro, mas por causa do cornetim, poucos sapatos fizera.
Sai dos confins da Beira Interior e resolve tentar a sorte na capital.
É o tempo das cerejas (Maio e Junho) e em Lisboa, na Rua Martim Vaz, a mulher dá à luz uma criança do sexo feminino: Amália da Piedade Rodrigues.


A vida está má e o sapateiro-músico não arranja trabalho.
Voltam todos para o Fundão mais pobres do que nunca.
Excepto Amália que, com 14 meses, fica em Lisboa com os avós.

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maio 12, 2004

«Mensagem» de Fernando Pessoa 



3ª Parte - O Encoberto

II - Os Avisos


Primeiro - O Bandarra

Sonhava, anónimo e disperso,
O Império por Deus mesmo visto,
Confuso como o Universo
E plebeu como Jesus Cristo.

Não foi nem santo nem herói,
Mas Deus sagrou com Seu sinal
Este, cujo coração foi
Não português mas Portugal.


Segundo - António Vieira

O céu 'strela o azul e tem grandeza.
Este, que teve a fama e à glória tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.

No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei DE. Sebastião.

Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia; e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.


Terceiro

Screvo meu livro à beira-mágoa.
Meu coração não tem que ter.
Tenho meus olhos quentes de água.
Só tu, Senhor, me dás viver.

Só te sentir e te pensar
Meus dias vácuos enche e doura.
Mas quando quererás voltar?
Quando é o Rei? Quando é a Hora?

Quando virás a ser o Cristo
De a quem morreu o falso Deus,
E a despertar do mal que existo
A Nova Terra e os Novos Céus?

Quando virás, ó Encoberto,
Sonho das eras português,
Tornar-me mais que o sopro incerto
De um grande anseio que Deus fez?

Ah, quando quererás, voltando,
Fazer minha esperança amor?
Da névoa e da saudade quando?
Quando, meu Sonho e meu Senhor?

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