<$BlogRSDURL$>

maio 30, 2007

36 minutos e 24 segundos de prazer... 

... com um desconhecido!

É verdade. Não se pode conhecer tudo...
Lang Lang foi-me apresentado por um amigo, a propósito do recente concerto com a Orquestra Gulbenkian. Tenho por isso dedicado os últimos dias a descobrir este pianista chinês de 24 anos, de facto um virtuoso e um intérprete brilhante.
O belamente sombrio Concerto nº 2 para Piano de Rachmaninoff adquire com esta interpretação de Lang Lang uma dimensão superior.

A vontade de comparar a cerca de meia-hora desta obra à língua na boca que nos faz descobrir o corpo inteiro é... languidamente irresistível!

Etiquetas:


Read more!

maio 28, 2007

Purpurina 

Praça de Londres



Tenho o nome de uma flor
quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei.


Eugénio de Andrade


Avenida D. Carlos I

Etiquetas: ,


Read more!

maio 25, 2007

sem fuga possível, deixa-te ir na corrente... 

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco



Mário Cesariny

Etiquetas: ,


Read more!

maio 22, 2007

a menina desaparecida 

Temos lido muitas opiniões sobre o caso da pequenina desaparecida no Algarve, em grande número indignadas com a excessiva mediatização deste processo face a vários outros que nunca adquiriram o mesmo relevo neste mundo global (chegamos ao absurdo de ver jornalistas a entrevistar colegas de profissão sobre o tema).
O mundo das oportunidades não é igual para todos em quase tudo na vida e os pais da menina agarraram-se com todas as suas forças ao poder dos media para tentar encontrar a filha. Qualquer de nós, se tivesse essa possibilidade, faria exactamente o mesmo se perdesse um filho nestas terríveis circunstâncias.
Também é verdade que as não-notícias vão perdendo impacto e gradualmente a esperança vai sendo menor. É até provável que à menina possa já ter acontecido algo de inimaginável para quem, de forma natural, tenha adquirido simpatia pela causa, ainda que o principal motivo seja a difusão até à exaustão de imagens da menina...
Já foi vista em Marrocos, na Grécia e sabe-se lá onde mais... mas infelizmente a pequenita não é a imagem de Nossa Senhora de Fátima que aparece só porque as pessoas acreditam muito!
Sem a fé dos pais da Maddie neste momento, digo, do fundo do coração, que a melhor prenda de aniversário que hoje poderia receber seria ver uma imagem da menina, viva. Seria uma prenda para dividir, pelo que significa de esperança - que devemos manter - e pela possibilidade de explicar às nossas crianças porque podem acreditar no ser humano.


Read more!

maio 20, 2007

amor impúdico 

Alegoria de Vénus e Cupido - Agnolo Bronzino, 1540-45


Ó que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã, e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.



Luis Vaz de Camões - Os Lusíadas, Canto IX - 83

Etiquetas: ,


Read more!

maio 15, 2007

A swallow carrying a coconut? 

[opening music]
[wind]
[clop clop clop]
KING ARTHUR:
Whoa there!
[clop clop clop]




SOLDIER : Halt! Who goes there?
ARTHUR: It is I, Arthur, son of Uther Pendragon, from the castle of Camelot. King of the Britons, defeater of the Saxons, Sovereign of all England!
SOLDIER : Pull the other one!
ARTHUR: I am,... and this is my trusty servant Patsy.
We have ridden the length and breadth of the land in search of knights who will join me in my court at Camelot. I must speak with your lord and master.
SOLDIER : What? Ridden on a horse?





ARTHUR: Yes!
SOLDIER : You're using coconuts!
ARTHUR: What?
SOLDIER : You've got two empty halves of coconut and you're bangin' 'em together.
ARTHUR: So? We have ridden since the snows of winter covered this land, through the kingdom of Mercia, through.
SOLDIER: Where'd you get the coconuts?
ARTHUR: We found them.
SOLDIER : Found them? In Mercia? The coconut's tropical!
ARTHUR: What do you mean?
SOLDIER : Well, this is a temperate zone.
ARTHUR: The swallow may fly south with the sun or the house martin or the plover may seek warmer climes in winter, yet these are not strangers to our land?
SOLDIER : Are you suggesting coconuts migrate?
ARTHUR: Not at all. They could be carried.
SOLDIER : What? A swallow carrying a coconut?
ARTHUR: It could grip it by the husk!
SOLDIER : It's not a question of where he grips it! It's a simple question of weight ratios! A five ounce bird could not carry a one pound coconut.
ARTHUR: Well, it doesn't matter. Will you go and tell your master that Arthur from the Court of Camelot is here?
SOLDIER : Listen. In order to maintain air-speed velocity, a swallow needs to beat its wings forty-three times every second, right?
ARTHUR: Please!
SOLDIER : Am I right?
ARTHUR: I'm not interested!
SOLDIER : It could be carried by an African swallow!
SOLDIER : Oh, yeah, an African swallow maybe, but not a European swallow. That's my point.
SOLDIER: Oh, yeah, I agree with that.
ARTHUR: Will you ask your master if he wants to join my court at Camelot?!
SOLDIER : But then of course a African swallows are non-migratory.
SOLDIER : Oh, yeah.
SOLDIER : So, they couldn't bring a coconut back anyway.
[clop clop clop]
SOLDIER : Wait a minute! Supposing two swallows carried it together?
SOLDIER : No, they'd have to have it on a line.
SOLDIER : Well, simple! They'd just use a strand of creeper!
SOLDIER : What, held under the dorsal guiding feathers?
SOLDIER : Well, why not?


Monty Python and the Holy Grail, 1975

Etiquetas: ,


Read more!

maio 14, 2007

Multiculturalismo 

Ravi Shankar & Yehudi Menuhin - West Meets East, 1967


O grande violinista Yehudi Menuhin disse uma vez que Ravi Shankar o fez descobrir sons que só conhecia em sonhos.
Só os grandes homens conseguem ser assim humildes.

Ravi Shankar & Philip Glass - Passages, 1990


Dentro de algumas semanas teremos novamente a visita de Philip Glass. Não há orçamento que aguente, livra!!!

Etiquetas:


Read more!

maio 11, 2007

Não, não é o Keith Jarrett... 



Mas a postura do jovem Júlio Resende sentado ao piano é uma espécie de reminiscência do Mestre. Acho até que ele faz um bocadinho por isso, mas enfim...
Gostei particularmente de dois temas seus, "The Alma" e "Deep Blue"; tocaram ainda o bonito tema Wise Up da lindíssima Aimee Mann.

A ouvir de novo este fim-de-semana, na 5ª Festa do Jazz do São Luiz.


Quarteto de Júlio Resende, ontem à noite no CCB

Etiquetas:


Read more!

maio 10, 2007

Irmandade 

O Eduardo Jaime e eu partilhamos o seguinte: nascemos no mesmo dia, entrámos para a primeira classe no mesmo dia e entrámos juntos - faz hoje 25 anos - para a Força Aérea.
Por isso somos manos.
Ele continua o mesmo rapaz bem-parecido (um pouco mais robusto, como diz com bonomia) e eu, curiosamente, tenho o cabelo um pouco mais comprido que então...

Etiquetas:


Read more!

maio 04, 2007

souvenir pieux 



Quando, sorrindo, vais passando, e toda
Essa gente te mira cobiçosa,
És bela - e se te não comparo a rosa,
É que a rosa, bem vês, passou de moda...

Anda-me às vezes a cabeca à roda,
Atrás de ti também, flor caprichosa!
Nem pode haver, na multidão ruidosa,
Coisa mais linda, mais absurda e doida.

Mas e na intimidade e no segredo,
Quando tu coras e sorris a medo,
Que me apraz ver-te e que te adoro, flor!

E não te quero nunca tanto (ouve isto)
Como quando por ti, por mim, por Cristo, Juras
- mentindo - que me tens amor...




Intimidade, de Antero de Quental
August Macke
- Dame in greuner Jacke, 1913

Etiquetas: , , ,


Read more!

maio 03, 2007

escapadelas improvisadas ( que raio de título para um post) 

A partir de hoje e até final de Setembro, sempre às 5ªs, música da boa no CCB. A culpa de sair à noite a meio da semana é destes senhores.
O alibi para esta noite, encontra-se aqui.

Etiquetas:


Read more!

maio 02, 2007

o problema mente-corpo 

Cogito ergo sum


PARA QUE SERVEM OS SENTIMENTOS

Poder-se-ia argumentar que as emoções sem sentimentos seriam mais do que suficientes para a regulação da vida e para a promoção da sobrevivência. Poder-se-ia argumentar que representar os resultados da emoção não seria de todo necessário para a sobrevivência. Porém, não é esse o caso. Na orquestração da sobrevivência é extremamente valioso ter sentimentos. As emoções são úteis em si mesmas, mas é o processo do sentir que alerta o organismo para o problema que a emoção começou a resolver. O processo simples de sentir começa por dar ao organismo o incentivo para se ocupar dos resultados da emoção (o sofrimento começa pelos sentimentos, embora seja realçado pelo conhecer, e o mesmo se pode dizer acerca da alegria). O sentir constitui, também, a pedra angular para a etapa seguinte – o sentimento de conhecer que sentimos. Por sua vez, o conhecer é a pedra angular para o processo de planeamento de respostas específicas e não estereotipadas que podem, quer complementar uma emoção, quer garantir que os ganhos imediatos obtidos pela emoção possam ser mantido ao longo do tempo. Por outras palavras, «sentir» os sentimentos prolonga o alcance da emoção, ao facilitar o planeamento de formas de resposta adaptativas, originais e feitas à medida da situação.
É altura de concluir com uma simples reflexão: conhecer um sentimento requer um sujeito conhecedor. Ao procurar uma boa razão para justificar a persistência da consciência ao longo da evolução, talvez se possa dizer que a consciência triunfou porque os organismos que a possuíam podiam «sentir» os seus sentimentos. Sugiro que os mecanismos que possibiltam a consciência prevaleceram porque conhecer as suas emoções foi coisa bem útil para os organismos de o fazer. E como a consciência persistiu como característica biológica, acabou por se tornar aplicável não apenas às emoções, mas também aos numerosos estímulos que as punham em acção. A consciência acabou por dar a conhecer toda uma gama de acontecimentos sensoriais.



Texto retirado do livro "O Sentimento de Si", de António Damásio
desenho de Luis Royo

Etiquetas: ,


Read more!

maio 01, 2007

estou tentado a partilhar a indignação... 

P-Rubens -Diana and her Nymphs Surprised by the Fauns, 1638-40

Mas o que gostava mesmo era que a minha cara MP falasse da questão em concreto!

Etiquetas:


Read more!

This page is powered by Blogger. Isn't yours?