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setembro 04, 2005

Vale encantado II 

Após meia-hora de carro por uma estrada sinuosa, ladeada de amendoeiras, chegar a este lugar sem saída e ter este rio e estas montanhas só para mim, constituem o maior prazer solitário destes tórridos dias de verão.
Do verão inteiro, melhor dizendo.
A água fresca e calma do Douro, o silêncio absoluto, adiam a vontade de fazer o caminho de regresso..


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Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

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Nem sempre conseguimos ser felizes na calmaria...

Manel
 
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