novembro 15, 2005
Amor vivo
Amar! mas dum amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos arpejos,
Não sejam delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida...
Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas amor... dos amores que têm vida...
Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços,
Com névoa da vaga fantasia...
Nem murchará do Sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida?
Poema de Antero de Quental
Desenho de William Blake - O Vendaval dos Amantes, 1824-27
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Etiquetas: Antero de Quental, Poesia, William Blake
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