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março 29, 2007

non so che 

Tenho andado arredado da bloga, por isso vou utilizando os filtros. Com surpresa constatei a nomeação do Luminescências para os BLOGUES PORTUGUESES DE CULTURA, integrado no 1º ENCONTRO NACIONAL DE BLOGUES DE CINEMA E DE CULTURA do FAMAFEST 2007 - IX Festival de Vídeo e Cinema de Famalicão.

Só por generosidade dos bloggers que votaram, obviamente. O que aqui publico, reflete unicamente a minha sensibilidade pessoal; Com algum despudor, diria que, episodicamente, partilho a minha visão estética sobre as coisas.

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março 22, 2007

CeBIT 2007 

Não sei quanto é que estes senhores investem para estar presentes na CeBIT todos os anos mas, a avaliar pela imagem, não é difícil perceber que não devem estar muito preocupados com os 5 milhões de euros que pagam ao arquitecto, só para conceber este fabuloso espaço .



E qual será para estes e estes senhores o retorno expectável do financiamento na promoção desta triste representação da "portuguese technology"?
Razão (antes de tempo) tem este senhor, quando diz que assim não vamos lá...


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março 16, 2007

Paco de Lucia - Entre dos aguas (1976) 

Pessoalmente, prefiro a versão acústica incluida na compilação Cafe del Mar, com acordes menos "acelerados" que esta. Bom fim de semana.

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março 14, 2007

«luminescências poéticas» 

Manuel Malheiro - Serigrafia, 2001


Na Livraria Caixotim, até ao fim do mês.

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março 13, 2007

Jon and Vangelis - I`ll Find My Way Home 

You ask me where to begin
Am I so lost in my sin
You ask me where did I fall
I'll say I can't tell you when
But if my spirit is lost
How will I find what is near
Don't question I'm not alone
Somehow I'll find my way home

My sun shall rise in the east
So shall my heart be at peace
And if you're asking me when
I'll say it starts at the end
You know your will to be free
Is matched with love secretly
And talk will alter your prayer
Somehow you'll find you are there

Your friend is close by your side
And speaks in far ancient tongue
A season's wish will come true
All seasons begin with you
One world we all come from
One world we melt into one
Just hold my hand and we're there
Somehow we're going somewhere
Somehow we're going somewhere

You ask me where to begin
Am I so lost in my sin
You ask me where did I fall
I'll say I can't tell you when
But if my spirit is strong
I know it can't be long
No questions I'm not alone
Somehow I'll find my way home...

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março 12, 2007

Paula Rego - Vanitas 

cansaço, puro e simples


contrariedade, irreverência e algum desalento


memento morti


No centro do seu tríptico, de braços cruzados, entre retrato em majestade e realístico auto-retrato, Paula Rego preside à cerimónia da vida entre sono onde a morte se esquece e vida que de olhos bem abertos parece disposta a "matar a morte", como Shakespeare ousou escrever. Como se a antiga panóplia das vanitas cristãs já não tivesse o poder de nos reenviar ao nosso antigo nada. É nas nossas mãos que está a folclórica foice, sem a sombra temerosa de Goya, rodeada de todos os brinquedos do nosso divertimento, indiferente ao Tempo e à sua música mortal. Como se esta humana assumpção da Morte encarnasse agora a universal indiferença com que a vivemos e já não fosse a musa suprema instalada no nosso coração no lugar de Deus, lembrando-o. Não é uma vanitas, máscara de Deus ou da sua ausência, por isso sumptuosa.
É a nossa, contemporânea-ascética, quase infantil. Talvez só agora nossa verdadeira morte. Quer dizer, vida sem transcendência.

Eduardo Lourenço

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março 11, 2007

Tom Tom Club - Genius Of Love 

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março 09, 2007

enfaticamente retórico - I 

Pathos



O tempo que eu hei sonhado
Quantos anos foi de vida!
Ah, quanto do meu passado
Foi só a vida mentida
De um futuro imaginado!

Aqui à beira do rio
Sossego sem ter razão.
Este seu correr vazio
Figura, anónimo e frio,
A vida vivida em vão.

A sp'rança que pouco alcança!
Que desejo vale o ensejo?
E uma bola de criança
Sobe mais que a minha sp'rança
Rola mais que o meu desejo.

Ondas do rio, tão leves
Que não sois ondas sequer,
Horas, dias, anos, breves
Passam – verduras ou neves
Que o mesmo sol faz morrer.

Gastei tudo que não tinha
Sou mais velho do que sou.
A ilusão, que me mantinha,
Só no palco era rainha:
Despiu-se, e o reino acabou.

Leve som das águas lentas,
Gulosas da margem ida,
Que lembranças sonolentas
De esperanças nevoentas!
Que sonhos o sonho e a vida!

Que fiz de mim? Encontrei-me
Quando estava já perdido.
Impaciente deixei-me
Como a um louco que teime
No que lhe foi desmentido.

Som morto das águas mansas
Que correm por ter que ser,
Leva não só as lembranças,
Mas as mortas esperanças –
Mortas, porque hão-de morrer.

Sou já o morto futuro.
Só um sonho me liga a mim –
O sonho atrasado e obscuro
Do que eu devera ser – muro
Do meu deserto jardim.

Ondas passadas, levai-me
Para o olvido do mar!
Ao que não serei legai-me,
Que cerquei com um andaime
A casa por fabricar.



poema O Andaime, de Fernando Pessoa
desenho de Luis Royo

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março 07, 2007

dwarf planet, or the hammer of god 

Em teoria, um planeta anão é demasiado pequeno em termos de massa, por forma a alterar a sua órbita. Mas a ameaça é real, e o efeito de tal impacto pode ter consequências imprevisíveis na vida... tal como a conhecemos.


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março 04, 2007

Eclipse 

Quem tem andado parcialmente eclipsado sou eu, mas isso agora não interessa.





Depois de os meus amigos me terem proporcionado o dia que eu mereço - todos gostamos de mimo, de quando em vez e hoje soube muito bem obrigado -, estávamos nas despedidas quando um de nós olha para cima e nos faz ficar literalmente pendurados no tecto!
Tinha-me esquecido completamente do único eclipse lunar total visível este ano na Europa! Imperdoável.

Impunha-se por isso vir num pulinho deixar testemunho do fenómeno.



Agora, vou continuar a minha viagem pela sombra terrestre, até já.

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março 02, 2007

Breve promessa de vida... renovada 


Há em cada árvore uma alma tua, uma alma tua
que se retorce em troncos e se abandona em frutos,
uma alma que se move sobre a terra pura
como sobre os seios os mamilos escuros.

Uma ave é cada folha que voa no outono
e que desfibrada vai alimentar uma flor,
cada tronco sofrido, chagado e resinoso
fornece por cada estria águas do coração...

Na planície a árvore é uma chaga viva
que se torra em brasas e ainda dá sombra.
Amassa-a no teu sangue viajante que passas
e pede que venha a Primavera azul

que lhe dará tremores de seiva e de harmonia
(folha oblonga ou rosada maçã do amanhecer)
e assim poderão ver os seus ramos ao alto...
É tão doce a sábia promessa do mel!

Pablo Neruda

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