setembro 25, 2007
Lisbon by night
setembro 22, 2007
sobre o Belo e Sublime
A Fábula de Arachne (Las Hilanderas), de Diego Velazquez - 1657
A dignidade das mulheres
Honrai as mulheres! Elas entrançam e tecem
Rosas sublimes na vida terrena,
Entrançam do amor o venturoso laço
E, através do véu casto das Graças,
Alimentam, vigilantes, o fogo eterno
De sentimentos mais belos, com mão sagrada.
Nos limites eternos da Verdade, o homem
Vagueia sem cessar, na sua rebeldia,
Impelido por pensamentos inquietos,
Precipita-se no oceano da sua fantasia.
Com avidez agarra o longe,
Seu coração jamais conhece a calma,
Incessante, em estrelas distantes,
Busca a imagem do seu sonho.
Mas, com olhares de encanto e fascínio,
As mulheres chamam a si o fugitivo,
Trazendo-o a mais avisados caminhos.
Na mais modesta cabana materna
Foram deixadas, com modos mais brandos,
As filhas fiéis da Natureza piedosa.
Adverso é o esforço do homem,
Com força desmesurada,
Sem paragem nem descanso,
Atravessa o rebelde a sua vida.
Logo destrói tudo o que alcança;
Jamais termina o seu desejo de luta.
Jamais, como cabeça da Hidra,
Eternamente cai e se renova.
Mas, felizes, entre mais calmos rumores,
Irrompem as mulheres, num instante de flores,
Propiciando zelo e cuidadoso amor,
Mais livres, no seu concertado agir,
Mais propensas que o homem à sabedoria
E ao círculo infindável da poesia.
Severo, orgulhoso, autárcico,
O peito frio do homem não conhece
Efusivo coração que a outro se ajuste,
Nem o amor, deleite dos deuses,
Das almas desconhece a permuta,
Às lágrimas não se entrega nunca,
A própria luta pela vida tempera
Com mais rudeza ainda a sua força.
Mas, como que tocada ao de leve pelo Zéfiro,
Célere, a harpa eólica estremece,
Tal é a alma sensível da mulher.
Com angustiada ternura, perante o sofrimento,
O seu seio amoroso vibra, nos seus olhos
Brilham pérolas de orvalho sublime.
Nos reinos do poder masculino,
Vence, por direito, a força,
Pela espada se impõe o cita
E escravo se torna o persa,
Esgrimem-se entre si, em fúria,
Ambições selvagens, rudes,
E a voz rouca de Éris domina,
Quando a Cárite se põe em fuga.
Porém, com modos brandos e persuasivos,
As mulheres conduzem o ceptro dos costumes,
Acalmam a discórdia que, raivosa, se inflama,
Às forças hostis que se odeiam
Ensinam a maneira de ser harmoniosa,
E reúnem o que no eterno se derrama.
Tradução de Maria do Sameiro Barroso
do original «Würde der Frauen» de Johann Christoph Friedrich von Schiller
Honrai as mulheres! Elas entrançam e tecem
Rosas sublimes na vida terrena,
Entrançam do amor o venturoso laço
E, através do véu casto das Graças,
Alimentam, vigilantes, o fogo eterno
De sentimentos mais belos, com mão sagrada.
Nos limites eternos da Verdade, o homem
Vagueia sem cessar, na sua rebeldia,
Impelido por pensamentos inquietos,
Precipita-se no oceano da sua fantasia.
Com avidez agarra o longe,
Seu coração jamais conhece a calma,
Incessante, em estrelas distantes,
Busca a imagem do seu sonho.
Mas, com olhares de encanto e fascínio,
As mulheres chamam a si o fugitivo,
Trazendo-o a mais avisados caminhos.
Na mais modesta cabana materna
Foram deixadas, com modos mais brandos,
As filhas fiéis da Natureza piedosa.
Adverso é o esforço do homem,
Com força desmesurada,
Sem paragem nem descanso,
Atravessa o rebelde a sua vida.
Logo destrói tudo o que alcança;
Jamais termina o seu desejo de luta.
Jamais, como cabeça da Hidra,
Eternamente cai e se renova.
Mas, felizes, entre mais calmos rumores,
Irrompem as mulheres, num instante de flores,
Propiciando zelo e cuidadoso amor,
Mais livres, no seu concertado agir,
Mais propensas que o homem à sabedoria
E ao círculo infindável da poesia.
Severo, orgulhoso, autárcico,
O peito frio do homem não conhece
Efusivo coração que a outro se ajuste,
Nem o amor, deleite dos deuses,
Das almas desconhece a permuta,
Às lágrimas não se entrega nunca,
A própria luta pela vida tempera
Com mais rudeza ainda a sua força.
Mas, como que tocada ao de leve pelo Zéfiro,
Célere, a harpa eólica estremece,
Tal é a alma sensível da mulher.
Com angustiada ternura, perante o sofrimento,
O seu seio amoroso vibra, nos seus olhos
Brilham pérolas de orvalho sublime.
Nos reinos do poder masculino,
Vence, por direito, a força,
Pela espada se impõe o cita
E escravo se torna o persa,
Esgrimem-se entre si, em fúria,
Ambições selvagens, rudes,
E a voz rouca de Éris domina,
Quando a Cárite se põe em fuga.
Porém, com modos brandos e persuasivos,
As mulheres conduzem o ceptro dos costumes,
Acalmam a discórdia que, raivosa, se inflama,
Às forças hostis que se odeiam
Ensinam a maneira de ser harmoniosa,
E reúnem o que no eterno se derrama.
Tradução de Maria do Sameiro Barroso
do original «Würde der Frauen» de Johann Christoph Friedrich von Schiller
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setembro 07, 2007
impressões da World Press Photo
3º Prémio, "Assuntos Actuais" (fotografia singular)
Esther Yandakwa ( 9 anos de idade ) fuma um cigarro enquanto as suas amigas a ajudam a pentear-se, no centro de Kinshasa, na República Democrática do Congo.
Esther não tem casa e prostitui-se.
Dezenas de milhar de pequenos refugiados, órfãos de guerra e crianças abandonadas pelas suas famílias vivem nas ruas de Kinshasa e outras áreas urbanas do país.
2º Prémio, "Notícias em Geral" (fotografia singular)
Em Novembro de 2006, deslocados aguardam que lhes sejam distribuidos alimentos, perto da aldeia de Habile, no Chade. Ataques por parte da Janjaweed, uma milícia árabe supostamente apoiada pelo governo sudanês, alastraram desde Darfur, no Sudão, atravessando a fronteira até ao Chade. Cavaleiros da Janjaweed incendiaram as aldeias de agricultores negros em ambos os lados da fronteira, matando e violando os seus habitantes, segundo um modelo de violência étnica que têm seguido desde 2003.
Na conflituosa região africana dos Grandes Lagos, onde os cuidados de saúde em geral enfrentam grandes desafios, os recursos psiquiátricos são particularmente raros. Os traumatizados pela guerra têm de partilhar uma mão-cheia de hospitais psiquiátricos com várias outras vítimas de problemas mentais.
O hospital psiquiátrico de Kamenge em Bujumbura, no Burundi, é o único do país que trata pessoas com traumas de guerra. Recebe financiamento da Igreja, mas os pacientes têm de contribuir com dinheiro para medicamentos e comida.
1º Prémio, "Notícias em Destaque" (fotografia singular)
Um homem lava a fuligem do rosto no local da explosão de um oleoduto em Lagos, Nigéria.
Pelo menos 260 pessoas morreram após o oleoduto perfurado se ter incendiado. A perfuração tinha sido feita por ladrões para encher tanques de petróleo para revenda, e centenas de residentes na zona tinham ido ao local para apanhar em recipientes de plástico o combustível que se derramava.
Apesar de a Nigéria ser o oitavo exportador mundial de petróleo, a maioria da população vive em pobreza extrema.
Etiquetas: Exposições, Fotografia, WPF
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setembro 06, 2007
Una furtiva Lagrima - Pavarotti
setembro 04, 2007
Jáze das Cinco, no Jardim
Os Yeti Project surgem em 2006 rejuvenescidos de músicos de nacionalidade portuguesa provenientes da Berklee school of music e dos conservatórios de música de Amesterdão e Roterdão. O concerto no Festival de Jazz do Sudoeste em Agosto de 2006 que trouxe uma frescura de boa musica tendo marcado uma presença muito viva no panorama do jazz português. A partir deste momento assumiram-se como projecto. Procuram uma sonoridade que vem do jazz actual, explorando os ritmos e ambientes do pop rock, misturando por vezes a musica popular portuguesa, tocando recentemente em espaços como o Bicaense, Ondajazz, entre outros lugares de agenda.Ricardo Pinto (trompete), Jeff Davis (bateria), Nuno Costa (guitarra), Óscar Marcelino da Graça (piano e sintetizadores) e Rui Pereira (bateria) tocam dia 9.
João Lencastre estudou no Hot Club de Portugal com Bruno Pedroso.Este projecto é formado por Phil Grenadier (trompete), Leo Genovese (piano), Demian Cabaud (contrabaixo) e João Lencastre (bateria).
Em 2002, uma estadia em Nova Iorque permitiu-lhe estudar e contactar com Ralph Peterson Jr., Billy Kilson, David Binney entre outros. Em Portugal, toca como sideman em diversos projectos como o Quinteto de Mário Franco, os Spill ou os Eurobots. Em Agosto de 2005 fez uma tournée em Portugal com os Eurobots ( André Fernandes, Jesse Chandler, João Lencastre) com David Binney como convidado especial. Tem vindo a tocar igualmente com Afonso Pais, Nelson Cascais, Jacinta, Nuno Ferreira, Carlos Martins, entre outros.
Tocam a 16.
O pianista Filipe Melo (n. 1977) faz parte da novíssima geração do jazz português tendo sido bolseiro no reputado Berklee College of Music de Boston até 2000. As suas excepcionais qualidades de interpretação desde logo se fizeram notar no Hot Clube de Portugal emprestando o seu talento a variados projectos e em inúmeras jam sessions. Reunindo músicos em empatia no culto que dedicam aos standards do jazz menos comuns – o contrabaixista da Galiza, Paco Charlin e o baterista Bruno Pedroso, aos quais se juntam como convidados o trompetista João Moreira e o saxofonista de Valência, Jesus Santandreu, um dos notáveis da nova geração de Espanha - prenuncia-se em Filipe Melo o seu pianismo cheio de frescura e rigor, bem como o seu merecido reconhecimento junto de uma audiência mais alargada.Filipe Melo apresenta neste concerto o projecto «Debut», acompanhado por Bruno Santos na guitarra e Bernardo Moreira no contrabaixo.
Tocam dia 23.
O programa completo pode ser consultado aqui.
Etiquetas: Jazz
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