fevereiro 28, 2006
FIBD - Angoulême 2006
Três jovens vêm-se envolvidos num contexto de guerra civil, algures nos Balcãs...
Gipi expõe de forma inteligenteos mecanismos do ódio, através destes rapazes que integram as milícias, em busca da sua própria identidade.
Baseada nas memórias dos seus pais nos anos sessenta, a narrativa deste álbum a preto e branco decorre na conservadora região de Maine-et-Loire, onde reinava a autoridade da igreja e dos patrões.
Em flash-back, conta-nos as actividades progressistas dos pais, militantes de esquerda: da mãe, então com 14 anos e operária fabril, que tira partido das actividades da juventude católica e do pai, professor.
Em Paris, verão de 1944, resiste-se à ocupação nazi.
Nas margens do Sena, a rapariga, escondida num barco que se prepara para receber uma carga misteriosa, é salva por um soldado da Wehrmacht.
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fevereiro 27, 2006
Mudança de estação
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914
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fevereiro 25, 2006
No Jardim do Bem e do Mal - entre a razão e a emoção
A UNIÃO DO CÉU E DO INFERNO (1)
Argumento
Rintrah(2) ruge e treme os seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas balançam sobre o abismo.
Submisso outrora e no caminho do perigo,
O justo percorria
O vale da morte.
Plantam-se rosas onde crescem espinhos
E na estéril charneca
Cantam as abelhas
Foi então plantado o caminho do perigo
E um rio e uma fronte brotaram
De cada penhasco e cada túmulo,
E nos ossos branqueados
Brotou barro vermelho.
Até que o vilão(3) deixou os caminhos do fácil
Para seguir os caminhos do perigo
E expulsar o justo para regiões estéreis.
A vil serpente anda agora
Em mole humildade
E o justo percorre em fúria os desertos
Onde erram os leões.
Rintrah ruge e treme os seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas balançam sobre o abismo.
Nuvens famintas balançam sobre o abismo.
Submisso outrora e no caminho do perigo,
O justo percorria
O vale da morte.
Plantam-se rosas onde crescem espinhos
E na estéril charneca
Cantam as abelhas
Foi então plantado o caminho do perigo
E um rio e uma fronte brotaram
De cada penhasco e cada túmulo,
E nos ossos branqueados
Brotou barro vermelho.
Até que o vilão(3) deixou os caminhos do fácil
Para seguir os caminhos do perigo
E expulsar o justo para regiões estéreis.
A vil serpente anda agora
Em mole humildade
E o justo percorre em fúria os desertos
Onde erram os leões.
Rintrah ruge e treme os seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas balançam sobre o abismo.
William Blake (1757-1827)
(1) Sobre o texto: existem 9 cópias de A União do Céu e do Inferno, compostas por 24 pranchas (gravura e texto) seguidas de mais 3, correspondentes a Um Cântico de Liberdade.
Sobre o título: este adapta, unindo (casando) satiricamente os opostos, o título da talvez mais conhecida obra de Swedenborg, De Coelo et Inferno et ejus mirabilibus: ex auditis et visis, 1758, de onde o texto de Blake retira o impulso inicial e para o qual remete continuamente.
(2) Tal como Urthona, em Um Cântico de Liberdade, Rintrah é uma figura mítica e simbólica da poesia profética de Blake; A potência maléfica (vilão) expulsa o justo.
(3) O vilão simboliza o padre e a sua moral hipócrita e repressiva; O Argumento simboliza a escravidão e a revolta
Tradução e notas de João Ferreira Duarte
Editora - Relógio D`Água
Etiquetas: Poesia, William Blake
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fevereiro 23, 2006
Oh, good God, this is amazing!!
Embora não seja de todo inesperado, pois, perdoem-me a imodéstia, era claramente uma questão de tempo, não deixa de ser excitante o Luminescências ter atingido hoje
Quero por isso, nesta noite, agradecer aos membros da Academia bloguista, ao Blogger, ao Google, ao Bravenet, ao Haloscan, ao Technorati, ao del.icio.us, ao Blinkar, à minha família...
E que me perdoem se esqueço alguém, mas a emoção é muito grande...
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Quero por isso, nesta noite, agradecer aos membros da Academia bloguista, ao Blogger, ao Google, ao Bravenet, ao Haloscan, ao Technorati, ao del.icio.us, ao Blinkar, à minha família...
E que me perdoem se esqueço alguém, mas a emoção é muito grande...
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fevereiro 22, 2006
pessoal e transmissível
Desafiado pelo Rodrigo, cá vai:
De resto, guardo cadernetas de cromos coleccionadas na adolescência, revistas com dez e quinze anos, bilhetes de cinema, de concertos ( creio que o mais antigo é do Peter Gabriel no Dramático de Cascais, nos idos de setenta), bilhetes de jogos de futebol, postais, relógios sem conserto...
Eu sei, eu sei que não tenho tomado os remédios...!
Contam-se pelos dedos da mão, o número de vezes que não volto atrás para me certificar que o carro está fechado.
Nem vinho, está bom de ver!
Em lugar de o beber... colecciono-o! Que coisa estranha...
It`s Oh So Quiet... schhh... schhh
O alarme do telefone programado para 30 minutos antes de me levantar...
Pelo prazer de ouvir a Bjork pelo menos 3 vezes, com intervalos de 10 minutos...
Mas tem de ser no meinho!
Sempre que compro bilhetes para espectáculos, tento ficar no último terço da sala.
Regulamento do jogo:
"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."
Assim sendo, a coisa passa para:
Noite - Ad tempus
Cristina - Farol das Artes
Papo Seco - Uma sandes de atum
Jorge Ferreira - Tomarpartido
João Sousa André - Estação Central
E ainda para a minhoca iluminada
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hábitos/manias/pancadas/noias:
De resto, guardo cadernetas de cromos coleccionadas na adolescência, revistas com dez e quinze anos, bilhetes de cinema, de concertos ( creio que o mais antigo é do Peter Gabriel no Dramático de Cascais, nos idos de setenta), bilhetes de jogos de futebol, postais, relógios sem conserto...
Eu sei, eu sei que não tenho tomado os remédios...!
Contam-se pelos dedos da mão, o número de vezes que não volto atrás para me certificar que o carro está fechado.
Nem vinho, está bom de ver!
Em lugar de o beber... colecciono-o! Que coisa estranha...
It`s Oh So Quiet... schhh... schhh
O alarme do telefone programado para 30 minutos antes de me levantar...
Pelo prazer de ouvir a Bjork pelo menos 3 vezes, com intervalos de 10 minutos...
Mas tem de ser no meinho!
Sempre que compro bilhetes para espectáculos, tento ficar no último terço da sala.
Regulamento do jogo:
"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."
Assim sendo, a coisa passa para:
Noite - Ad tempus
Cristina - Farol das Artes
Papo Seco - Uma sandes de atum
Jorge Ferreira - Tomarpartido
João Sousa André - Estação Central
E ainda para a minhoca iluminada
Etiquetas: Postais de Lisboa
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fevereiro 20, 2006
Das vãs subtilezas
Há subtilezas frívolas por meio das quais, algumas vezes, os homens procuram alcançar reputação: é o caso dos poetas que fazem inteiras obras começando cada verso por uma letra. Similarmente vemos ovos, bolas, asas e machados formados por poetas gregos da Antiguidade com a medida dos seus versos, ora alongados ora encurtados de maneira a virem a representar esta ou aquela figura. Dessa sorte era também a ciência daquele que se entreteve a contar os modos em que se podiam dispor as letras do alfabeto, chegando ao número inacreditável em que se lê em Plutarco.
Acho boa a decisão daquele a quem apresentaram um homem adestrado a arremessar um grão de milho com tal perícia que infalivelmente o fazia sempre passar pelo buraco da agulha. Ao ser-lhe, depois, pedido que desse um presente como recompensa de tão raro talento, ele, bem divertida e justamente, a meu parecer, mandou que a esse mestre entregassem dois ou três sesteiros de milho, a fim que uma tão bela arte não se perdesse por falta de exercício.
É um maravilhoso testemunho da fraqueza do nosso juízo que ele dê preço às coisas pela raridade ou pela novidade, ou ainda pela dificuldade, quando a estas não se juntam a bondade e a utilidade.
Acabámos, agora mesmo, de, em minha casa, nos entreter num jogo em que vence quem for capaz de encontrar mais coisas cujos extremos se tocam, como «Sire», um título que se dá à mais elevada personagem do nosso Estado, o Rei, e que também se dá ao vulgo, tais os mercadores, mas de modo nenhum se aplica aos que estão entre os dois. Às mulheres mais nobres chama-se «Dames»; às de condição média, «Demoiselles»; e outra vez «Dames», às de escalão mais baixo. Os dados lançados lançados nas mesas de jogo só são permitidos nas casas dos príncipes e nas tabernas.
Dizia Demócrito que os deuses e os demónios tinham os sentimentos mais agudos que os homens, que ocupam o andar do meio.
Os Romanos envergavam traje igual nos dias de luto e nos de festa.
É certo que o medo extremo e o extremo ardor da coragem igualmente transtornam o ventre e são laxativos.
A alcunha de «Tremelicante», cognome do duodécimo rei de Navarra, Sancho, mostra-nos que a bravura faz-nos estremecer os membros tão bem quanto o medo. E aquele a quem os seus punham a armadura, os quais, ao lhe verem fremir a pele, procuravam aquietá-lo minimizando o risco em que iria incorrer, disse-lhes: «Mal me conheceis. Soubesse a minha carne aonde a minha coragem me vai levar, congelaria de todo.»
A fraqueza que nos exercícios de Vénus nos sobrevém como resultado da frieza e do fastio, também nos acomete por causa de um desejo veemente de mais ou de um ardor desregrado. A frialdade extrema e o extremo calor cozem e assam.
Aristóteles diz que os lingotes de chumbo tanto se fundem e derretem com o frio e os rigores de inverno como com o calor intenso.
O desejo e a saciedade impregnam de dor os estado acima e abaixo do prazer. A bruteza e a sabedoria coincidem no modo de sentir e de suportar com firmeza as vicissitudes da fortuna humana: os sábios domam e dominam os males, os outros ignoram-nos; estes, por assim dizer, estão aquém das desventuras, aqueles além – após haverem bem pesado e considerado a sua natureza, as terem medido e julgado tais como elas são, saltam-lhes por cima graças à força de um ânimo vigoroso, desdenham-nas e calcam-nas aos pés, uma vez que têm uma alma forte e inabalável, e que os dardos da fortuna vindo a entrar nela, forçosamente se embotam e ressaltam, pois encontram um corpo em que logram não deixar marcas.
Entre estes dois extremos situa-se a condição normal e mediana dos homens, a qual é a dos que apercebem os males, sentem-nos e não os conseguem suportar. A infância e a decripitude coincidem na debilidade do espírito, a avareza e a prodigalidade, no desejo de atrair e adquirir.
Pode-se dizer que, muito plausivelmente há uma ignorância abecedária que precede o saber e uma outra, doutoral, que se lhe segue, ignorância esta que o saber produz e engendra da mesma maneira que desfaz e destrói aqueloutra.
Dos espíritos simples, menos curiosos e menos instruídos, fazem-se bons cristãos, que, por reverência e obediência, com simplicidade, crêem e mantêm-se submissos às leis. É nos espíritos de vigor e capacidade médios que se engendram as opiniões erróneas, pois eles seguem a aparência das suas primeiras impressões e têm pretextos para interpretar como simpleza e estultícia o nosso apego aos antigos usos, considerando que nós aí não chegámos por via do estudo dessas matérias.
Os grandes espíritos, mais avisados e clarividentes, constituem um outro género de bons crentes: por meio de uma aturada e escrupulosa investigação, penetram nas Escrituras até atingir uma luz mais profunda e abstrusa, e entendem o misterioso e divino segredo da nossa política eclesiástica.
Vemos, porém, alguns, com maravilhoso proveito e com consolidação da sua fé, chegarem, através do segundo, a este último nível, com refrigério, acções de graças, reforma dos costumes e grande modéstia.
Não entendo nesta categoria situar aqueloutros que, para se purgarem da suspeita dos seus passados erros e para ganharem a nossa confiança, tornam-se extremistas, insensatos e injustos defensores da nossa causa, a qual maculam com infindos e repreensíveis actos de violência.
Os camponeses simples são gente honesta e gente honesta são os filósofos, ou seja, aqueles que, tanto quanto o permitem os nossos tempos, possuem naturezas fortes e ilustres, enriquecidas de um grande cabedal de conhecimentos úteis.
Os «mestiços», que desdenharam o primeiro estado – o da ignorância das letras – e não conseguiram atingir o outro, estando o seu cu entre duas selas (e no seu número eu, com tantos outros, me incluo), são perigosos, ineptos e importunos: são eles que trazem transtorno ao mundo.
Por isso, no que me diz respeito, recuo tanto quanto posso para esse primeiro estado natural, do qual em vão tentei me afastar.
A poesia popular, puramente espontânea, tem encantos e graças pelas quais se compara à beleza superior da poesia artisticamente perfeita, como se vê nos vilancicos gascões e nas canções que nos foram trazidas de nações sem conhecimento de nenhuma ciência e nem mesmo da escrita.
A poesia mediana, que se situa entre essas duas, é desprezível e indigna de ser honrada e apreciada.
Mas porque, após ter sido aberta a passagem ao espírito, descobri, como habitualmente acontece, que tornámos por exercício difícil e objecto raro o que de todo não o é, e que a imaginação, uma vez excitada, acha um infindo número de semelhantes exemplos, não acrescentarei senão o seguinte: se estes ensaios fossem dignos de serem reflectidos, poderia ocorrer, em minha opinião, que eles não agradassem aos espíritos comuns e vulgares, nem tão-pouco aos singulares e excelentes – aqueles não os entenderiam suficientemente, estes, entendê-los-iam bem de mais – e só poderiam sobreviver na região intermédia.
Montaigne
Ensaios - Antologia
Livro 1, Capítulo 54 – Das vãs subtilezas
Tradução de Rui Bertrand Romão
Pinturas de Pedro Calapez
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Acho boa a decisão daquele a quem apresentaram um homem adestrado a arremessar um grão de milho com tal perícia que infalivelmente o fazia sempre passar pelo buraco da agulha. Ao ser-lhe, depois, pedido que desse um presente como recompensa de tão raro talento, ele, bem divertida e justamente, a meu parecer, mandou que a esse mestre entregassem dois ou três sesteiros de milho, a fim que uma tão bela arte não se perdesse por falta de exercício.
É um maravilhoso testemunho da fraqueza do nosso juízo que ele dê preço às coisas pela raridade ou pela novidade, ou ainda pela dificuldade, quando a estas não se juntam a bondade e a utilidade.
Acabámos, agora mesmo, de, em minha casa, nos entreter num jogo em que vence quem for capaz de encontrar mais coisas cujos extremos se tocam, como «Sire», um título que se dá à mais elevada personagem do nosso Estado, o Rei, e que também se dá ao vulgo, tais os mercadores, mas de modo nenhum se aplica aos que estão entre os dois. Às mulheres mais nobres chama-se «Dames»; às de condição média, «Demoiselles»; e outra vez «Dames», às de escalão mais baixo. Os dados lançados lançados nas mesas de jogo só são permitidos nas casas dos príncipes e nas tabernas.
Dizia Demócrito que os deuses e os demónios tinham os sentimentos mais agudos que os homens, que ocupam o andar do meio.
Os Romanos envergavam traje igual nos dias de luto e nos de festa.
É certo que o medo extremo e o extremo ardor da coragem igualmente transtornam o ventre e são laxativos.
A alcunha de «Tremelicante», cognome do duodécimo rei de Navarra, Sancho, mostra-nos que a bravura faz-nos estremecer os membros tão bem quanto o medo. E aquele a quem os seus punham a armadura, os quais, ao lhe verem fremir a pele, procuravam aquietá-lo minimizando o risco em que iria incorrer, disse-lhes: «Mal me conheceis. Soubesse a minha carne aonde a minha coragem me vai levar, congelaria de todo.»
A fraqueza que nos exercícios de Vénus nos sobrevém como resultado da frieza e do fastio, também nos acomete por causa de um desejo veemente de mais ou de um ardor desregrado. A frialdade extrema e o extremo calor cozem e assam.
Aristóteles diz que os lingotes de chumbo tanto se fundem e derretem com o frio e os rigores de inverno como com o calor intenso.
O desejo e a saciedade impregnam de dor os estado acima e abaixo do prazer. A bruteza e a sabedoria coincidem no modo de sentir e de suportar com firmeza as vicissitudes da fortuna humana: os sábios domam e dominam os males, os outros ignoram-nos; estes, por assim dizer, estão aquém das desventuras, aqueles além – após haverem bem pesado e considerado a sua natureza, as terem medido e julgado tais como elas são, saltam-lhes por cima graças à força de um ânimo vigoroso, desdenham-nas e calcam-nas aos pés, uma vez que têm uma alma forte e inabalável, e que os dardos da fortuna vindo a entrar nela, forçosamente se embotam e ressaltam, pois encontram um corpo em que logram não deixar marcas.
Entre estes dois extremos situa-se a condição normal e mediana dos homens, a qual é a dos que apercebem os males, sentem-nos e não os conseguem suportar. A infância e a decripitude coincidem na debilidade do espírito, a avareza e a prodigalidade, no desejo de atrair e adquirir.
Pode-se dizer que, muito plausivelmente há uma ignorância abecedária que precede o saber e uma outra, doutoral, que se lhe segue, ignorância esta que o saber produz e engendra da mesma maneira que desfaz e destrói aqueloutra.
Dos espíritos simples, menos curiosos e menos instruídos, fazem-se bons cristãos, que, por reverência e obediência, com simplicidade, crêem e mantêm-se submissos às leis. É nos espíritos de vigor e capacidade médios que se engendram as opiniões erróneas, pois eles seguem a aparência das suas primeiras impressões e têm pretextos para interpretar como simpleza e estultícia o nosso apego aos antigos usos, considerando que nós aí não chegámos por via do estudo dessas matérias.
Os grandes espíritos, mais avisados e clarividentes, constituem um outro género de bons crentes: por meio de uma aturada e escrupulosa investigação, penetram nas Escrituras até atingir uma luz mais profunda e abstrusa, e entendem o misterioso e divino segredo da nossa política eclesiástica.
Vemos, porém, alguns, com maravilhoso proveito e com consolidação da sua fé, chegarem, através do segundo, a este último nível, com refrigério, acções de graças, reforma dos costumes e grande modéstia.
Não entendo nesta categoria situar aqueloutros que, para se purgarem da suspeita dos seus passados erros e para ganharem a nossa confiança, tornam-se extremistas, insensatos e injustos defensores da nossa causa, a qual maculam com infindos e repreensíveis actos de violência.
Os camponeses simples são gente honesta e gente honesta são os filósofos, ou seja, aqueles que, tanto quanto o permitem os nossos tempos, possuem naturezas fortes e ilustres, enriquecidas de um grande cabedal de conhecimentos úteis.
Os «mestiços», que desdenharam o primeiro estado – o da ignorância das letras – e não conseguiram atingir o outro, estando o seu cu entre duas selas (e no seu número eu, com tantos outros, me incluo), são perigosos, ineptos e importunos: são eles que trazem transtorno ao mundo.
Por isso, no que me diz respeito, recuo tanto quanto posso para esse primeiro estado natural, do qual em vão tentei me afastar.
A poesia popular, puramente espontânea, tem encantos e graças pelas quais se compara à beleza superior da poesia artisticamente perfeita, como se vê nos vilancicos gascões e nas canções que nos foram trazidas de nações sem conhecimento de nenhuma ciência e nem mesmo da escrita.
A poesia mediana, que se situa entre essas duas, é desprezível e indigna de ser honrada e apreciada.
Mas porque, após ter sido aberta a passagem ao espírito, descobri, como habitualmente acontece, que tornámos por exercício difícil e objecto raro o que de todo não o é, e que a imaginação, uma vez excitada, acha um infindo número de semelhantes exemplos, não acrescentarei senão o seguinte: se estes ensaios fossem dignos de serem reflectidos, poderia ocorrer, em minha opinião, que eles não agradassem aos espíritos comuns e vulgares, nem tão-pouco aos singulares e excelentes – aqueles não os entenderiam suficientemente, estes, entendê-los-iam bem de mais – e só poderiam sobreviver na região intermédia.
Montaigne
Ensaios - Antologia
Livro 1, Capítulo 54 – Das vãs subtilezas
Tradução de Rui Bertrand Romão
Pinturas de Pedro Calapez
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fevereiro 18, 2006
Ó prima, quer vir comer uns queijinhos frescos a minha casa?
fevereiro 17, 2006
Perscrutando no silêncio
"A representação de Deus e dos Seus profetas é uma heresia e um atentado à dignidade e à fé dos muçulmanos.
Não podemos representar a figura de Deus, porque ninguém O conhece como Ele é, e também não podemos representar as faces dos profetas porque isto conduziria à adoração dos mesmos, constituindo uma idolatria, contrária aos princípios religiosos."
Não podemos representar a figura de Deus, porque ninguém O conhece como Ele é, e também não podemos representar as faces dos profetas porque isto conduziria à adoração dos mesmos, constituindo uma idolatria, contrária aos princípios religiosos."
Abdul Rehman Mangá
Presidente do Centro Cultural Islâmico do Porto
Presidente do Centro Cultural Islâmico do Porto
Num acto de voluntária abstinência em comentar as dezenas de artigos e posts que tenho lido nas últimas semanas sobre o tema cartoons, face ao conjunto de verdades absolutas e afirmação de superioridade moral dos civilizados europeus, constato simplesmente que o Ocidente tem revelado não só um desconhecimento confrangedor do enunciado deste princípio, como um total desprezo pelos valores que lhe estão subjacentes.
A tolerância não é incompatível com a liberdade de expressão e muito menos com o bom senso.
Post anterior sobre este assunto: Sensibilidade e bom senso, ou falta de ambos
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fevereiro 16, 2006
Fotografia para uma legenda
fevereiro 13, 2006
Legenda para uma fotografia
Como diluir as estrias que traem tua idade
ao irromper do que não queres lembrar,
a não ser quando tudo te repudia tanto
que em ti embebes as tuas espadas,
ansiando remir o que não clama resgate?
E ris, sorris: corola vesperal a desfolhar nas faces
um esmalte falaz que teus olhos recusam.
Injuria-te a luz, embora te defendas
num recanto que as lâmpadas receiam:
aí a música amaina, extenuada,
permite que te envolva
uma outra que de ti se evola
num tempo de que foste expulsa.
Não são máscaras esse carmim viscoso,
os cabelos sufocados em adornos grotescos
e em tinta,
o debrum crepuscular das pálpebras,
a cilada sedenta de uma boca
constrangida a abdicar da força da mentira.
São em ti apelos transparentes:
por eles te denuncias e somente
suplicas ser, sem precisares depor
sobre teus desígnios, teus actos.
Que poderás dizer que todos não saibam?
O que és não o partilharás ao exprimi-lo.
Tuas palavras para os outros significam
o mesmo que silêncio. E os teus gestos
só para ti vertem um conteúdo.
Mas reges a magia de discretos sinais:
uma pulseira que distancia tua mão, um aroma
a convidar para um quarto clandestino,
um leque a ondular sobre o teu peito
o adejo de uma dança nupcial.
Detém-te nesse lugar, se ninguém te convida.
Na noite, tua cama pródiga, um esquife
que te espera sem pressa.
Goya ou uma objectiva cruel
iludem-se quando tentam perpetuar-te
ao tornar-te motivo de uma tela
tão perecível como tu.
Mas de nada te acusam:
apontam-te ao meu discurso desatento,
a alguém que deseje
conhecer o corpo turbado que dissipas.
Poema de José Bento - Silabário
Fotografias de Pierre Molinier
Etiquetas: Fotografia, José Bento, Poesia
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fevereiro 11, 2006
O Agente Triplo
Depois de Patricia Barber, nova romaria ao CCB, desta vez para ver Brad Mehldau Trio.
Praticamente duas horas e meia de jazz, num concerto desde já candidato a um dos melhores do ano;
Culpa de Mehldau, ao tocar para uma plateia algo estranha, que o obrigou a voltar três vezes ao palco!
Anunciado como estando esgotado, o concerto, patrocinado por um fabricante de automóveis, deu nisto: convidados a deixarem os lugares vazios, outros a chegar já com os músicos a tocar, um forçado intervalo para bebericagem, ou ainda, a cada um dos encores, a sala ir ficando com imensas brancas...
Mehldau é um grande compositor e intérprete. Acompanhado de Larry Grenadier, brilhante no contrabaixo e Jeff Ballard, cuja bateria por vezes me pareceu excessivamente carnavalesca, o Trio não merecia este comportamento por parte do público.
Mais sobre Mehldau, neste artigo da Down Beat Magazine e na entrevista concedida à All About Jazz.
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Praticamente duas horas e meia de jazz, num concerto desde já candidato a um dos melhores do ano;
Culpa de Mehldau, ao tocar para uma plateia algo estranha, que o obrigou a voltar três vezes ao palco!
Anunciado como estando esgotado, o concerto, patrocinado por um fabricante de automóveis, deu nisto: convidados a deixarem os lugares vazios, outros a chegar já com os músicos a tocar, um forçado intervalo para bebericagem, ou ainda, a cada um dos encores, a sala ir ficando com imensas brancas...
Mehldau é um grande compositor e intérprete. Acompanhado de Larry Grenadier, brilhante no contrabaixo e Jeff Ballard, cuja bateria por vezes me pareceu excessivamente carnavalesca, o Trio não merecia este comportamento por parte do público.
Mais sobre Mehldau, neste artigo da Down Beat Magazine e na entrevista concedida à All About Jazz.
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fevereiro 10, 2006
Não é um cartoon?! Credo!
Na 25ª Feira de Arte Contemporânea de Madrid - ARCO'06
este Cristo com Míssil de Oscar Seco, já está a dar que falar.
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fevereiro 09, 2006
O último concerto é sempre o melhor!
Não foram obra do acaso, os destaques do alinhamento do concerto.
(post anterior)
A expectativa que tinha em ouvir ao vivo temas como
Personal Jesus e Enjoy the Silence, foi plenamente atingida;
Era quase desnecessário que David e Martin tivessem cantado...
Continua a ser um grande grande gozo, ouvir
World In My Eyes,
Just Can't Get Enough e
Never Let Me Down Again.
Dave Gahan, sem a voz dos anos 80/90, continua a contagiar, pela energia.
Martin Gore, o anjo das asas negras, foi espectacular em Home!
Num final comovente, cantou os versos de Soul Brothers, em dueto com Dave.
As imagens projectadas nos écrans atrás dos músicos e o trabalho de iluminação construiram um palco imaculado;
O poderoso ambiente sonoro, teve no entanto duas ou três falhas que, não sendo graves, eram evitáveis.
A (excelente) solução de criar um fosso sensivelmente a um terço da plateia, deveria ser aproveitada no futuro...
imagens mp Nokia 6230 - clique para ampliar
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fevereiro 08, 2006
190 dias a olhar para o bilhete...
A Pain That I'm Used To, John The Revelator, A Question Of Time, Policy Of Truth........................................ Precious,
Walking In My Shoes, Suffer Well,
Macro / Damaged People,
Home, I Want It All, The Sinner In Me, I Feel You, Behind The Wheel,
World In My Eyes,
Personal Jesus
Enjoy The Silence.........................
Somebody /Shake The Disease / Question Of Lust.......
Just Can't Get Enough, Everything Counts......... Never Let Me Down Again.. and?
Goodnight Lovers!
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fevereiro 07, 2006
A liberdade da Imprensa
Verdade! Oh! vem da escuridão que há tanto
De em torno aos raios teus se embastecia,
Negro, enviusado véu rasgar do engano
E da calúnia pérfida.
Vem: mostra enfim ao mundo a face austera;
Traze ao lado a Razão, traze a Justiça;
São filhas tuas, foragidas ambas,
Contigo desterradas.
Do facho, ardente luminar que empunhas,
Desparze em raios o clarão a Elísia;
Mostra-lhe a natureza, que vendada
Sem teu lume não viam.
Homens que o forem - folgarão contigo;
E os que o não são... que tremam, que se arrojem
Ao caos da ignorância e dos fantasmas
Onde o crime despenhas.
Raios que vibras fulminantes, rápidos,
Fofos em cinza os códices dispersem
Que a ignorância lavrou, sagrou cobiça
E endeusou maldade.
Mas ah! primeiro veja-os o Universo:
Sopra-lhe o pó dos amontoados séculos,
Leiam-lhe os povos nessas notas bárbaras
O aviltamento antigo:
Corem, pejem-se enfim de seu ludíbrio,
Ao jugo acurvador o peso tomem,
E coa vara da Lei, desafogados
Meçam o seu e o alheio.
Mas não vês essa turba murmurante
De homens que aos homens declararam guerra,
Não vês como orgulhosos se encastelam
Nos profanados templos?
Não os vês com que horrendo sacrilégio
Estão detrás do véu do santuário
Um negro monte de maldade e horrores
Pérfidos a escondê-lo?
Ah! coa mão descarnada à face horrível
Rasga a máscara vil do embuste hipócrita;
Deixa ler-lhes no gesto horrendo os crimes,
As traições, o perjúrio.
Oh! não consintas, não, que as sacrossantas,
Cândidas vestes Religião lh'empreste,
Lh'empreste!... ousem roubar-lhas os perversos,
Salpicar-lhas de infâmia.
Sim, vem, ó númen, vem; cede benigna
Aos sons carpidos da liberta Elísia.
Um povo inteiro, um povo amesquinhado
Por ti clama e suspira,
A ti clama, a ti brada, em ti só 'spera:
Tu só, filha do Eterno, em tanta névoa
Que nos embarga os passos mal seguros,
Podes abrir caminho.
Almeida Garrett - Março, 1821.
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fevereiro 06, 2006
Sensibilidade e bom senso, ou falta de ambos
Quem, em nome dos valores ocidentais, afirma "Yes, We Have the Right to Caricature God, because no religious dogma can impose itself on a democratic and secular society" e, após tomar consciência da retaliação dos islâmicos, se decide pela replicação gratuita dos cartoons em nome de "news value of the story", tem de ter a noção que, tal como a liberdade, o direito à blasfémia tem um preço.
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fevereiro 05, 2006
Grazie mile!
Momento alto da noite de ontem (post anterior), Danilo Rea-piano, ter pegado no tema The Fool on The Hill dos Beatles, ter-lhe dado uma volta de grande criatividade, com um final que quase fazia explodir a plateia do Grande Auditório, e de seguida ter tocado Murmur, com uma suavidade etérea. Brilhante!
Notória, a cumplicidade entre os músicos, fundamentalmente entre Rea e Romano, exímio na bateria e extremamente afectuoso com o público, rendido ao Trio.
O jovem Remi Vignolo-contrabaixo, completa a trindade. Teve oportunidade de mostrar o virtuosismo no solo que executou. Nos restantes temas, foi ofuscado pelo brilhantismo dos outros dois músicos.
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fevereiro 04, 2006
Jazz de Itália em Lisboa
Trio de Aldo Romano
Danilo Rea, Piano
Remi Vignolo, Contrabaixo
Aldo Romano, Bateria
Hoje às 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, em colaboração com o Instituto Italiano de Cultura de Lisboa.
O Programa do Concerto, aqui.
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fevereiro 03, 2006
Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery
Chapitre XXII
- Bonjour, dit le petit prince.
- Bonjour, dit l'aiguilleur.
- Que fais-tu ici? dit le petit prince.
- Je trie les voyageurs, par paquets de mille, dit l'aiguilleur. J'expédie les trains qui les emportent, tantôt vers la droite, tantôt vers la gauche.
Et un rapide illuminé, grondant comme le tonnere, fit trembler la cabine d'aiguillage.
- Ils sont bien pressés, dit le petit prince. Que cherchent-ils?
- L'homme de la locomotive l'ignore lui-même, dit l'aiguilleur.
Et gronda, en sens inverse, un second rapide illuminé.
- Ils reviennent déjà? demanda le petit prince...
- Ce ne sont pas les mêmes, dit l'aiguilleur. C'est un échange.
- Ils n'étaient pas contents, là où ils étaient?
- On n'est jamais content là où on est, dit l'aiguilleur.
Et gronda le tonnaire d'un troisième rapide illuminé.
- Ils poursuivent les premiers voyageur demanda le petit prince.
- Ils ne poursuivent rien du tout, dit l'aiguilleur. Ils dorment là-dedans, ou bien ils baillent. Les enfants seuls écrasent leur nez contre les vitres.
- Les enfants seuls savent ce qu'ils cherchent, fit le petit prince. Ils perdent du temps pour une poupée de chiffons, et elle devient très importante, et si on la leur enlève, ils pleurent...
-Ils ont de la chance, dit l'aiguilleur.
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- Bonjour, dit le petit prince.
- Bonjour, dit l'aiguilleur.
- Que fais-tu ici? dit le petit prince.
- Je trie les voyageurs, par paquets de mille, dit l'aiguilleur. J'expédie les trains qui les emportent, tantôt vers la droite, tantôt vers la gauche.
Et un rapide illuminé, grondant comme le tonnere, fit trembler la cabine d'aiguillage.
- Ils sont bien pressés, dit le petit prince. Que cherchent-ils?
- L'homme de la locomotive l'ignore lui-même, dit l'aiguilleur.
Et gronda, en sens inverse, un second rapide illuminé.
- Ils reviennent déjà? demanda le petit prince...
- Ce ne sont pas les mêmes, dit l'aiguilleur. C'est un échange.
- Ils n'étaient pas contents, là où ils étaient?
- On n'est jamais content là où on est, dit l'aiguilleur.
Et gronda le tonnaire d'un troisième rapide illuminé.
- Ils poursuivent les premiers voyageur demanda le petit prince.
- Ils ne poursuivent rien du tout, dit l'aiguilleur. Ils dorment là-dedans, ou bien ils baillent. Les enfants seuls écrasent leur nez contre les vitres.
- Les enfants seuls savent ce qu'ils cherchent, fit le petit prince. Ils perdent du temps pour une poupée de chiffons, et elle devient très importante, et si on la leur enlève, ils pleurent...
-Ils ont de la chance, dit l'aiguilleur.
Etiquetas: Le Petit Prince, Leituras
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fevereiro 01, 2006
Presidenciais... JÁ?!
Com leituras desta natureza, é caso para perguntar:
Até onde pode descer um político?
Respostas:
Votos expressos
Cavaco Silva: 2.746.689 = 50,60%
Manuel Alegre: 1.125.077 = 20,70%
Mário Soares: 778.781 = 14,30%
Jerónimo de Sousa: 466.507 = 8,60%
Francisco Louçã: 288.261 = 5,30%
Garcia Pereira: 23.622 = 0,40%
Inscritos: 8.835.037
Votantes: 5.531.265 = 62,61%
Brancos: 58.901 = 10,60%
Nulos: 43.427 = 7,90%
Como escreveu VGM no artigo de hoje do DN, alguma esquerda deita-se a contas sobre percentagens e a conjecturas sobre essas contas. À falta de coisa de mais sustância, é esse o véu esburacado que lhe faz de manto diáfano da fantasia sobre a nudez forte da verdade.
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Até onde pode descer um político?
Respostas:
Votos expressos
Cavaco Silva: 2.746.689 = 50,60%
Manuel Alegre: 1.125.077 = 20,70%
Mário Soares: 778.781 = 14,30%
Jerónimo de Sousa: 466.507 = 8,60%
Francisco Louçã: 288.261 = 5,30%
Garcia Pereira: 23.622 = 0,40%
Inscritos: 8.835.037
Votantes: 5.531.265 = 62,61%
Brancos: 58.901 = 10,60%
Nulos: 43.427 = 7,90%
Como escreveu VGM no artigo de hoje do DN, alguma esquerda deita-se a contas sobre percentagens e a conjecturas sobre essas contas. À falta de coisa de mais sustância, é esse o véu esburacado que lhe faz de manto diáfano da fantasia sobre a nudez forte da verdade.
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