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março 25, 2006

Fantas Paolo 



Com início esta semana e até 28 do próximo mês de Abril, decorre na Cinemateca a Retrospectiva Integral da obra de Pier Paolo Pasolini (1922-1975), acompanhada de um essencial Catálogo.

Simultaneamente e até 20 de Junho, poderemos ver no Espaço "39 Degraus" a Exposição de Fotografia Pasolini e o Evangelho Segundo Mateus.

Para mais detalhes deste verdadeiro acontecimento cinematográfico em Lisboa, consultar aqui o Programa.




Escritor (romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, polemista), figura pública e cineasta, Pasolini é uma das mais importantes figuras intelectuais da Itália na segunda metade do século XX. Quando abordou o cinema, já tinha quase quarenta anos e era um escritor consagrado.
Embora nunca tenha deixado de escrever e publicar, entre 1961 e 1975 a parte mais visível e comentada da sua obra foi sem dúvida o cinema. E este cinema, que compreende longas e curtas-metragens, ensaios, “apontamentos”, parábolas e obras destinadas ao grande público, segue um itinerário extremamente pessoal.
Pasolini começa por sacralizar o subproletariado nos seus dois primeiros filmes, ACCATTONE e MAMMA ROMA, nos quais há ecos longínquos do neo-realismo e que marcam a chegada do cinema moderno à Itália. Depois de uma fábula contemporânea, em que enterra as certezas do marxismo (UCCELLACCI E UCCELLINI) e de uma visão moderna e quase “política” do EVANGELHO SEGUNDO MATEUS, Pasolini parte “em busca dos povos perdidos”, como observou o crítico Adelio Ferrero: primeiro através da tragédia grega (ÉDIPO REI, MEDEIA), depois na chamada “Trilogia da Vida” (DECAMERON, OS CONTOS DE CANTERBURY e AS MIL E UMA NOITES), para chegar ao “presente enquanto horror” (SALÒ, precedido por outras duas parábolas modernas, TEOREMA e PORCILE).
Para Pasolini, o cinema nunca foi puro espectáculo, mesmo nos seus filmes de mais fácil acesso.
Como escreveu o seu biógrafo Enzo Siciliano: “Fez cinema ‘de poeta’, na acepção mais ampla mas também mais radical e pura da palavra: aquele que traz para o perímetro da visão o que estava fechado, o que não tinha nome e jazia sem ser visto; aquele que ao verbalizar mostra o que não tinha sido proferido.
Pasolini faz com que seja vista a realidade de uma vida autêntica em progressiva extinção, relegada a um passado impossível de encontrar e apartado da realidade do presente”.
O catálogo que acompanhará o Ciclo inclui textos de Pasolini e textos inéditos, ou inéditos em português, de autores italianos, franceses e portugueses.


Retirado do Programa de Março da Cinemateca

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