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dezembro 27, 2006

Movimentos Perpétuos... 

... Ou quando o todo não é o somatório das partes, antes, cada movimento é por si só um evento único.

Se tivesse de escolher um, elegeria o terceiro movimento (uma clara reminiscência do Concerto de Colónia).
Este emocionante exercício improvisado de puro lirismo pode ouvir-se aqui, na primeira parte do concerto, ao minuto 20.
Espantoso como há quem não acredite em orgasmos internos!

O sétimo movimento - integrado na segunda parte do concerto e que pode ouvir-se no programa Um Toque de Jazz, a transmitir no próximo domingo na Antena 2 às 23:00, com apresentação de Manuel Jorge Veloso - gera uma dúvida sobre o termo terapia: se o devemos aplicar a esta obra de arte, se a nós, que precisamos de tratamento depois de a ouvir...

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dezembro 23, 2006

Postais de Natal - Porto 

Aliados


Cais de Gaia



Cais de Gaia

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Postais de Natal - Lisboa 

Terreiro do Paço








Praça do Município

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dezembro 22, 2006

Fedra, no aniversário de Racine 


Fiou se o coração, de muito isento,
de si cuidando mal, que tomaria
tão ilícito amor tal ousadia,
tal modo nunca visto de tormento.


Mas os olhos pintaram tão a tento
outros que visto tem na fantasia,
que a razão, temerosa do que via,
fugiu, deixando o campo ao pensamento.

Ó Hipólito casto, que, de jeito,
de Fedra, tua madrasta, foste amado,
que não sabia ter nenhum respeito:

em mim vingou o amor teu casto peito;
mas está desse agravo tão vingado,
que se arrepende já do que tem feito.

Soneto de Luis de Camões






Escrita por Racine (1639-1699) a partir do texto clássico de Eurípedes, Fedra, rainha de Atenas e mulher de Teseu, apaixona-se por Hipólito, seu enteado.
Imaginando o marido morto, Fedra declara-se a Hipólito que, por a rejeitar, é acusado de violação; Acaba por sacrificar-se a si própria, pela forma como idealiza uma paixão não concretizada.

Sobe aos palcos:
No Teatro Municipal de Almada, de 28 de Dezembro a 28 de Janeiro.

No Teatro Municipal Maria Matos, de 11 de Janeiro a 18 de Fevereiro.

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dezembro 21, 2006

Esboços Pessoanos - V 

Carta para Paris


Tenho andado a pensar,
meu caro Mário,
por que será que os poetas
sempre morreram
e ainda morrem
de cirrose, overdose, tuberculose
e outras formas de suicídio programado!

O inconformismo e a luta
dão-lhes uma vida filha da puta
(desgaste de energia
sem fim!).

Por isso não se pergunte
aos poetas da poesia
mas aos políticos da orgia
por que morrem assim?...



poema de Joaquim Evónio,
desenho de José Jorge Soares

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dezembro 20, 2006

Esboços Pessoanos - IV 


Expectância


Expectante,
a vida não vive em mim.

Brota,
fera à solta, lá fora!
Mas hei-de encontrar a hora,
o instante certo,
para trocar o sofrimento
por um amor ao vento,
beijo breve e leve
e sempre
incerto!



poema de Joaquim Evónio,
desenho de José Jorge Soares

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dezembro 18, 2006

Esboços Pessoanos - III 


Ofélia

Eu sei!
O mundo fala de mim
sem entender
que o amor é,
ao mesmo tempo,
casto e sensual...

Um dia, alguém julgará o meu ardor
pois
o que a minha alma
mais deseja e quer
é o calor suave
do teu suave
corpo de mulher!



poema de Joaquim Evónio,
desenho de José Jorge Soares

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dezembro 17, 2006

Esboços Pessoanos - II 



Heteromorfia

Para enfrentar
a náusea de viver
há que partir o espelho.

E cada vidro
reflecte o outro lado
aonde habita o sonho.
Desliza pela imagem dos destinos
o prisma do poema!...




poema de Joaquim Evónio,
desenho de José Jorge Soares

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dezembro 16, 2006

Esboços Pessoanos - I 


Extractos de solidão


Uma garrafa, um copo,
meu amigo:
Apenas o tinteiro.

De olhos mudos,
molho a minha pena,
(as minhas penas,
tristezas de ocasião)
para poder trocar contigo
fragmentos de solidão!




poema de Joaquim Evónio,
desenho de José Jorge Soares

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dezembro 13, 2006

José Bento 

Na última vez que nos cruzámos, José Bento confessava que dificilmente voltaria a Dom Quixote.
Traduzir uma obra destas, mais que hercúlea, é uma tarefa impossível; sempre que lhe pegasse, alteraria qualquer coisa...

Seis meses depois, é com grande satisfação que recebo a notícia da atribuição do Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura ao roncinante amigo.



Como pequena homenagem, ficam os links para alguns poemas de José Bento publicados no Luminescências:
Este mar me detém, mas nunca saberei...
Como diluir as estrias que traem tua idade...
Para Botticelli
Porque o Fim de um Caminho...



Sobre as duas traduções de Don Quijote de la Mancha, escreveu João Dionísio da Universidade de Lisboa:

Em síntese, as duas traduções parecem orientar-se de modo bastante diferenciado nas duas facetas observadas. Quanto ao Quixote de 1605, o texto de que parte a tradução de Serras Pereira será talvez mais inovador e o de José Bento possivelmente mais conservador. Quanto ao código bibliográfico, a roupagem da tradução Serras Pereira quer dar a entender que estamos perante um documento com certificado de origem, ou de uma certa origem; a da tradução José Bento sugere um texto com certificado de destino.

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dezembro 11, 2006

em português nos entendemos 


Frequentemente. Ao fim da tarde.
Pessoal e Transmissível, de Carlos Vaz Marques. Na telefonia sem fios.
O separador, com música de Pat Metheny, dá o mote para o início da descompressão de mais um dia de trabalho. Que por vezes obriga a ficar dentro do carro mais um pouco, porque há conversas que não se deixam a meio...



Algumas dessas conversas, que atravessaram o Atlântico , escorreram agora para as páginas de um livro com música lá dentro.
Conversas com Buarque, Caetano, Betânia.. e violão.

No lançamento do livro, na Fnac, um dueto de peso: Camané e Mário Laginha interpretaram 4 temas de MPB. O Camané que me desculpe - que até gosto muito dele - mas não soa nada bem em português do Brasil. Parece o Herman José a cantar Carmen Miranda.

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dezembro 06, 2006

Que giro!! "A" parte ininteligível é que se calhar... 

O Bernardo Sassetti com Drumming coloca no ventilador o último trabalho do músico - Unreal: Sidewalk Cartoon - para ilustrar as personagens duma história passada sabe-se lá aonde... cujo desenvolvimento é representado por ritmos de percussão - alguns ininteligíveis -, interpretados por solistas convidados sabe-se lá por quê e pelo meio ainda tem um filme de animação tipo aqueles do Vasco Granja...
A sério! É mesmo para ir ver.






Ora bem...

Na Península de Quasi-algures, numa altura em que as modas se confundem ou deixam (por isso) de ser moda, vamos conhecer Ernesto Ductilo Benito - administrador primeiro de uma fábrica de cooperação e recuperação, na região demarcada de Cidadania-a-nova. Um dia, depois de longas horas de trabalho, o bom Ernesto encontra alguns dos seus operários de fabricação em série misteriosamente empoleirados em estranhas máquinas, muito para além das laborárias, produzindo sons musicais, de nível estético apreciável, que nunca imaginara possíveis nas suas instalações.

Deste pequeno episódio, nasce-lhe o entusiasmo, a ideia e o sonho de rearmonizar o Domínio da Música - sua principal herança de família, agora convertido num reino de anarquia, onde todos os estilos musicais se (con)fundem numa enorme sarrafusca.

Inspirado pelos estudos musicais de sua bisavó Antónia, aconselhado por um sábio bruxo, Retortilho Castraz, e apoiado por um génio inventor, Mestre Ramalho Solau, Ernesto, transforma aqueles operários idiotas (pensava ele) em luminosos elementos de sciências musicais, rumo ao conturbado Domínio da Música.

Unreal - um hino ao desenvolvimento da classe de trabalhadores, artífices e operários por conta d’outrem: música; visão; imaginação; entrega; solicitação; aventura; mistério; paixão; “Indumentária”; desventura; solicitação; desenvolvimento; entrega; música; visão; delírio; falácia; zombaria e… experiências científicas na Península de Quasi-algures.


Bernardo Sassetti, 2006




Música original e arranjos Bernardo Sassetti
Intérpretes (ao vivo) Drumming, Perico Sambeat, Alexandre Frazão, José Salgueiro, Rui Rosa, Bernardo Sassetti e músicos convidados
Participação especial Beatriz Batarda
Filme/cartoon musical realizado por Filipe Alçada e Bernardo Sassetti
Animação de Filipe Alçada baseado na história original e no trabalho de fotografia e patchwork (2003/06) de Bernardo Sassetti



Dias 14-15-21-22-23 de Dezembro no Teatro São Luiz

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dezembro 04, 2006

Elogio a VPV 



Biografia política de um herói português em África, tão temerário quanto irresponsável.
Da vida de Paiva Couceiro, destaques para a aventura africana enquanto líder militar durante a ocupação colonial, a defesa desastrada da Causa monárquica no 5 de Outubro de 1910 - que, de acordo com o retrato traçado por VPV, saiu pouco prestigiada -, e os episódios em que protagonizou uma outra direita que se opunha a Salazar.





Para Couceiro não havia Portugal sem Império, mais precisamente sem a colonização intensiva do Império, ou mais precisamente ainda sem a colonização intensiva de Angola. Porquê Angola? Porque, como já se disse, no plano de Couceiro, Portugal devia tornar Angola no Brasil da costa ocidental da África. Ao resto das colónias dava pouca importância e despachava numa linha. Mas não lhe parecia exagerado pensar que com bases no Atlântico ( Açores, Madeira, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde) e a imensa riqueza e a escassa população de Angola, não se pudesse fazer do Atlântico um «lago português». Esta política, ou visão, de Couceiro, punha em causa a política interna de Salazar, que não conhecia África e que, sendo um realista, se preocupava principalmente com a ordem e a estabilidade na metrópole. E punha também em causa a própria existência do regime, porque implicava (e Couceiro não o escondia) um sério esforço de armamento e uma presença militar em regiões de importância estratégica crucial e, além disso, o risco inaceitável de uma aliança com Inglaterra (uma potência democrática e, portanto, teoricamente hostil) em caso de guerra. Couceiro sabia que Portugal precisava do consentimento e do patrocínio da Inglaterra para pesar no Leste e no Sul do Atlântico e não lhe repugnava pagar o preço. Salazar não queria envolver o país num eventual (e mais do que provável) conflito europeu, em nome de uma aventura fantasiosa e mirífica.




Título:Um Herói Português - Henrique Paiva Couceiro (1861-1944)
Autor: Vasco Pulido Valente
Editora: Alêtheia Editores
Ano de Edição: 2006

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dezembro 01, 2006

Myths & Legends of King Lion 

Duas décadas depois de (14-12-1986) Manuel Fernandes ter escrito mais de metade do argumento do filme Setaum, o clube do coração recebe o clube dos 5.999.999* ( sem link disponível, por razões do coração).

*Ao atingir a idade da razão, a Inês deixou de ser sócia.


Marquei quatro golos, uma sensação inesquecível, mas estou convencido que se o jogo durasse mais algum tempo...


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