Abril 30, 2006
Ena, tantos gajos bons!
Alone Together: The Best of the Mercury Years
Clifford Brown - trompete
Max Roach - bateria
Sarah Vaughan, Helen Merill, Abbey Lincoln - vozes
Harold Land, Sonny Rollins, Paul Quinichette, Hank Mobley, George Coleman, Stanley Turrentine - sax tenor
Jimmy Jones, Bill Wallace, Richie Powell - piano
Danny Bank - sax barítono
Kenny Dorham, Booker Little, Tommy Turrentine - trompete
Julian Priester - trombone
Ray Draper - tuba
Herbie Mann - flauta
Barry Galbraith - guitarra
George Morrow, Joe Benjamin, Milt Hinton, Nelson Boyd, Art Davis, Bob Boswell - baixo
Roy Haynes e Osie Johnson - bateria
The Boston Percussion Ensemble
Gravado entre 1954 and 1960, o primeiro cd contém um mix de originais de Clifford Brown, com standards eternos como "September Song"; o segundo disco resume um showcase de Max Roach.
Dos samples, que se podem ouvir aqui, destaques para "What's New", "What Am I Here For?", "Jordu", "Star Dust" e o vibrante "Blues Walk".
Abril 28, 2006
maispresidenciais2006.scp
Fui votar porque confio no que será o primeiro Presidente do segundo Centenário, Filipe Soares Franco.
Certo que a equipa que vai liderar contribuirá, realística e ambiciosamente, com as medidas necessárias para que o Sporting Clube de Portugal tenha o futuro que os sócios e adeptos merecem e desejam:
Um clube eclético, de modalidades auto-suficientes e capazes de gerar novos campeões, na ginástica, no futsal, na natação e no atletismo.
Cada vez maior, com mais sócios, porque a grandeza do Sporting é a sua extraordinária massa associativa.
Mais forte, mantendo talentos como João Moutinho e Nani.
Um Sporting cliente habitual da Champions.
Post editado às 02:10 de sábado: Filipe Soares Franco obteve cerca de 75% dos votos
Abril 27, 2006
Tudo de bom, rapazes... menos ganhar no próximo fim-de-semana!
Já tinha intenção de publicar um conjunto de fotos que fiz na semana passada ao Aqueduto de Vila do Conde - o segundo maior do país, depois do Aqueduto das Águas Livres;
Soube hoje que O Vilacondense acabou.
Antecipo por isso a publicação parcial, em jeito de homenagem a um dos melhores blogues portugueses.
Sobre a monumental obra do século XVIII, agora desgraçadamente retalhada, encontra-se informação aqui e aqui.
clique nas imagens para ampliar
Soube hoje que O Vilacondense acabou.
Antecipo por isso a publicação parcial, em jeito de homenagem a um dos melhores blogues portugueses.
Sobre a monumental obra do século XVIII, agora desgraçadamente retalhada, encontra-se informação aqui e aqui.
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Abril 26, 2006
Toda a verdade? Não, só o bocadinho que não dá jeito...
Ao excelente post do Rui Albuquerque, acrescentaria uma ideia simples sobre a relatividade do valor simbólico do 25 de Abril de 1974:
A verdade é que o Estado Novo estava velho e a sua implosão ocorreria num curto espaço de tempo.
Portugal teria assim sido poupado aos excessos de juventude da democracia que tivemos, pelo menos até 1986.
Excessos que continuamos a pagar. Com juros!
A verdade é que o Estado Novo estava velho e a sua implosão ocorreria num curto espaço de tempo.
Portugal teria assim sido poupado aos excessos de juventude da democracia que tivemos, pelo menos até 1986.
Excessos que continuamos a pagar. Com juros!
Abril 25, 2006
Basic Instinct
Vénus lança um olhar de súplica a Adónis para que fique consigo.
Nua, segura-lhe o braço, enquanto o pequeno cupido lhe segura a perna.
Adónis, uma verdadeira encarnação de uma estátua grega, revela-se insensível ao apelo amoroso, o que lhe será fatal pois será morto por um javali.
Porém, deste encontro trágico, o que prevalece é o amor.
É bonito.
Do livro décimo das Metamorfoses de Ovídio, The Story of Venus and Adonis.
Abril 21, 2006
Meditação K
A Fraqueza Fundamental do Homem
A fraqueza fundamental do homem não é nada que ele não possa vencer, desde que não possa aproveitar com a vitória.
A juventude vence tudo: a impostura, a astúcia mais dissimulada, mas não há ninguém que possa deter no voo a vitória, torná-la viva, porque então a juventude deixou de existir.
A velhice não ousa tocar na vitória e a nova juventude, atormentada pelo novo ataque que se desencadeia imediatamente, deseja a sua própria vitória.
É assim que o Diabo sem cessar vencido, nunca é aniquilado.
Desenho (1907-1098) e pensamento de Franz Kafka
Abril 19, 2006
Meditação K
O Livre Arbítrio
Um homem é dotado de livre arbítrio e de três maneiras:
Em primeiro lugar, era livre quando quis esta vida; agora não pode evidentemente rescindi-la, pois ele não é o que a queria outrora, excepto na medida em que completa a sua vontade de outrora, vivendo.
Em segundo lugar, é livre pelo facto de poder escolher o caminho desta vida e a maneira de o percorrer.
Em terceiro lugar, é livre pelo facto de na qualidade daquele que vier a ser de novo um dia, ter a vontade de se deixar ir, custe o que custar, através da vida e de chegar assim a ele próprio e isso por um caminho que pode sem dúvida escolher, mas que, em todo o caso, forma um labirinto tão complicado que toca nos menores recantos desta vida.
São esses os três aspectos do livre arbítrio que, por se oferecerem todos ao mesmo tempo, formam apenas um e de tal modo que não há lugar para um arbítrio, quer seja livre ou servo.
Desenho (1907-1098) e pensamento de Franz Kafka
Abril 17, 2006
Meditação K
O Receio do Sofrimento
Todos os sofrimentos que nos cercam, é-nos necessário sofrê-los igualmente.
Todos nós, não temos um corpo, mas um crescimento, e esse conduz-nos através de todas as dores, seja sob que forma for.
Do mesmo modo que a criança, através de todos os estádios da vida, se desenvolve até à velhice e até à morte (e cada estádio parece no fundo inacessível ao precedente, quer seja desejado ou receado), do mesmo modo nos desenvolvemos (não menos solidários da humanidade do que de nós próprios) através de todos os sofrimentos deste mundo.
Para a justiça não há, nesta ordem de coisas, lugar algum, não mais do que para o receio dos sofrimentos ou para a interpretação do sofrimento como um mérito.
Desenho(1907-1098) e pensamento de Franz Kafka
Abril 16, 2006
Quando o mar bate na rocha...
«O Presidente do Chade, Idriss Deby Itno, anunciou ontem o corte das relações diplomáticas com o Sudão, que acusa de apoiar os rebeldes...
O Chefe do Estado ameaçou ainda expulsar os cerca de 200 mil refugiados sudaneses que estão em campos no Leste do Chade, caso a comunidade internacional não encontre até fim de Junho uma solução para o conflito no Darfur.»
Abril 15, 2006
O Efeito Especial da Luz Natural
Abril 13, 2006
as mulheres e a cidade
Alguém diz com lentidão:
"Lisboa, sabes..."
Eu sei, é uma rapariga
Descalça e leve.
Um vento súbito e claro
Nos cabelos,
Algumas rugas finas
A espreitar-lhe os olhos,
A solidão aberta
Nos lábios e nos dedos,
Descendo degraus
E degraus
E degraus até ao rio
Eugénio de Andrade
Abril 11, 2006
Artes Decorativas no Século XIX
Os quatro frescos que decoram o Panteão do Museu Národní, em Praga, representam episódios célebres da história cultural checa.
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Abril 9, 2006
Nós, Os Que (mais uma vez) Vamos Morrer (na praia) Te Saudamos
Abril 1, 2006
Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery
Chapitre XXIV
Nous en étions au huitième jour de ma panne dans le désert, et j'avais écouté l'histoire du marchand en buvant la dernière goutte de ma provision d'eau :
- Ah! dis-je au petit prince, ils sont bien jolis, tes souvenirs, mais je n'ai pas encore réparé mon avion, je n'ai plus rien à boire, et je serais heureux, moi aussi, si j pouvais marcher tout doucement vers une fontaine!
- Mon ami le renard, me dit-il...
- Mon petit bonhomme, il ne s'agit plus du renard!
- Pourquoi?
- Parce qu'on va mourrir de soif...
Il ne comprit pas mon raisonnement, il me répondit :
- C'est bien d'avoir eu un ami, même si l'on va mourrir. Moi, je suis bien content d'avoir eu un ami renard...
«Il ne mesure pas le danger, me dis-je. Il n'a jamais ni faim ni soif. Un peu de soleil lui suffit...»
Mais il me regarda et répondit à ma pensée:
- J'ai soif aussi... cherchons un puits..
J'eus un geste de lassitude: il est absurde de chercher un puits, au hasard, dans l'immensité du désert. Cependant nous nous mîmes en marche.
Quand nous eûmes marché, des heures, en silence, la nuit tomba, et les étoiles commencèrent des'éclairer. Je les apercevais comme dans un rêve, ayant un peu de fièvre, à cause de ma soif. Les mots du petit prince dansaient dans ma mémoire :
- Tu as donc soif aussi? lui demandai-je.
Mais il ne répondit pas à ma question. Il me dit simplement:
- L'eau put aussi être bon pour le coeur...
Je ne compris pas sa réponse mais je me tus... Je savais bien qu'il ne fallait pas l'interroger.
Il était fatigué. Il s'assit. Je m'assis au près de lui. Et, après un silence, il dit encore:
- Les étoiles sont belles, à cause d'une fleur que l'on ne voit pas...
Je répondis "bien sûr" et je regardai, sans parler, les plis du sable sous la lune.
- Le désert est beau, ajouta-t-il...
Et c'était vrai. J'ai toujours aimé le désert. On s'assoit sur une dune de sable. On ne voit rien. On n'entend rien. Et cependant quelque chose rayonne en silence...
- Ce qui embellit le désert, dit le petit prince, c'est qu'il cache un puits quelque part...
Je fus surpris de comprendre soudain ce mystérieux rayonnement du sable. Lorsque j'étais petit garçon j'habitais une maison ancienne, et la légende racontait qu'un trésor y était enfoui. Biensûr, jamais personne n'a su le découvrir, ni peut-être même ne l'a cherché. Mais il enchantait toute cette maison. Ma maison cachait un secret au fond de son coeur...
- Oui, dis-je au petit prince, qu'il s'agisse de la maison, des étoiles ou du désert, ce qui fait leur beauté est invisible!
- Je suis content, di-il, que tu sois d'accord avec mon renard.
Comme le petit prince s'endormait, je le pris dans mes bras, et me remis en route. J'étais ému. Il me semblait porter un trésor fragile. Il me semblait même qu'il n'y eût rien de plus fragile sur la Terre. Je regardais, à la lumière de la lune, ce front pâle. Ces yeux clos, ces mèches de cheveux qui tremblaient au vent, et je me disais: «ce que je vois là n'est qu'une écorce. Le plus important est invisible...»
Comme ses lèvres entr'ouvertes ébauchaient un demi-sourire je me dis encore : «Ce qui m'émeut si fort de ce petit prince endormi, c'est sa fidélité pour une fleur, c'est l'image dune rose qui rayonne en lui comme la flamme d'une lampe, même quand il dort...» Et je le devinai plus fragile encore. Il faut bien protéger les lampes: un coup de vent peut les éteindre...
Et, marchant ainsi, je découvris le puits au lever du jour.
Nous en étions au huitième jour de ma panne dans le désert, et j'avais écouté l'histoire du marchand en buvant la dernière goutte de ma provision d'eau :
- Ah! dis-je au petit prince, ils sont bien jolis, tes souvenirs, mais je n'ai pas encore réparé mon avion, je n'ai plus rien à boire, et je serais heureux, moi aussi, si j pouvais marcher tout doucement vers une fontaine!
- Mon ami le renard, me dit-il...
- Mon petit bonhomme, il ne s'agit plus du renard!
- Pourquoi?
- Parce qu'on va mourrir de soif...
Il ne comprit pas mon raisonnement, il me répondit :
- C'est bien d'avoir eu un ami, même si l'on va mourrir. Moi, je suis bien content d'avoir eu un ami renard...
«Il ne mesure pas le danger, me dis-je. Il n'a jamais ni faim ni soif. Un peu de soleil lui suffit...»
Mais il me regarda et répondit à ma pensée:
- J'ai soif aussi... cherchons un puits..
J'eus un geste de lassitude: il est absurde de chercher un puits, au hasard, dans l'immensité du désert. Cependant nous nous mîmes en marche.
Quand nous eûmes marché, des heures, en silence, la nuit tomba, et les étoiles commencèrent des'éclairer. Je les apercevais comme dans un rêve, ayant un peu de fièvre, à cause de ma soif. Les mots du petit prince dansaient dans ma mémoire :
- Tu as donc soif aussi? lui demandai-je.
Mais il ne répondit pas à ma question. Il me dit simplement:
- L'eau put aussi être bon pour le coeur...
Je ne compris pas sa réponse mais je me tus... Je savais bien qu'il ne fallait pas l'interroger.
Il était fatigué. Il s'assit. Je m'assis au près de lui. Et, après un silence, il dit encore:
- Les étoiles sont belles, à cause d'une fleur que l'on ne voit pas...
Je répondis "bien sûr" et je regardai, sans parler, les plis du sable sous la lune.
- Le désert est beau, ajouta-t-il...
Et c'était vrai. J'ai toujours aimé le désert. On s'assoit sur une dune de sable. On ne voit rien. On n'entend rien. Et cependant quelque chose rayonne en silence...
- Ce qui embellit le désert, dit le petit prince, c'est qu'il cache un puits quelque part...
Je fus surpris de comprendre soudain ce mystérieux rayonnement du sable. Lorsque j'étais petit garçon j'habitais une maison ancienne, et la légende racontait qu'un trésor y était enfoui. Biensûr, jamais personne n'a su le découvrir, ni peut-être même ne l'a cherché. Mais il enchantait toute cette maison. Ma maison cachait un secret au fond de son coeur...
- Oui, dis-je au petit prince, qu'il s'agisse de la maison, des étoiles ou du désert, ce qui fait leur beauté est invisible!
- Je suis content, di-il, que tu sois d'accord avec mon renard.
Comme le petit prince s'endormait, je le pris dans mes bras, et me remis en route. J'étais ému. Il me semblait porter un trésor fragile. Il me semblait même qu'il n'y eût rien de plus fragile sur la Terre. Je regardais, à la lumière de la lune, ce front pâle. Ces yeux clos, ces mèches de cheveux qui tremblaient au vent, et je me disais: «ce que je vois là n'est qu'une écorce. Le plus important est invisible...»
Comme ses lèvres entr'ouvertes ébauchaient un demi-sourire je me dis encore : «Ce qui m'émeut si fort de ce petit prince endormi, c'est sa fidélité pour une fleur, c'est l'image dune rose qui rayonne en lui comme la flamme d'une lampe, même quand il dort...» Et je le devinai plus fragile encore. Il faut bien protéger les lampes: un coup de vent peut les éteindre...
Et, marchant ainsi, je découvris le puits au lever du jour.