Julho 31, 2006
Critérios de avaliação
Com os miudos em férias escolares (!), foi notícia este fim-de-semana no Público e no Expresso o recrutamento de jovens pela Juventude Nacionalista à porta das escolas.
Duas interrogações:
Sendo substantivamente diversos os processos utilizados pela propaganda e pela panfletária, o critério de avaliação dos mesmos por parte do ME e do MAI não deverá ser uniforme?
Qual o peso relativo que têm os relatórios das forças de segurança sobre os assaltos por parte de gangs e a venda de droga à porta das escolas na discussão e análise do Programa Escola Segura, por parte dos Ministérios envolvidos?
Julho 29, 2006
O Sangue Derramado
Que não quero vê-lo!
Diz tu à lua que venha,
que não quero ver o sangue
de Ignacio sobre esta areia.
Que não quero vê-lo!
A lua de par em par,
cavalo de nuvens quietas,
e a praça gris do sonho
com salgueiros nas barreiras.
Que não quero vê-lo!
Que a lembrança se me queima.
Ide avisar os jasmins
com sua alvura pequena!
Que não quero vê-lo!
A vaca do velho mundo
perpassava a triste língua
sobre um focinho de sangues
derramados sobre a areia,
e os touros de Guisando,
quase morte e quase pedra,
mugiram como dois séculos
fartos de pisar a terra.
Não.
Que não quero vê-lo!
Pelos degraus sobe Ignacio
com toda a sua morte às costas.
Buscava o amanhecer,
e o amanhecer não era.
Busca seu perfil seguro,
e o sonho desorienta-o.
Buscava seu belo corpo
e encontrou seu sangue aberto.
Não me digais que eu o veja!
Não quero sentir o jorro
cada vez com menos força;
esse jorro que ilumina
lugares da praça e se entorna
na bombazina e no couro
da multidão tão sedenta.
Quem grita que eu me debruce?
Não me digais que eu o veja!
Não se fecharam seus olhos
quando viu os cornos perto;
as mães, contudo, terríveis
levantaram a cabeça.
E houve nas ganadarias
um ar de vozes secretas
gritando a touros celestes
maiorais de débil névoa.
Não houve em Sevilha príncipe
que comparar-se-lhe possa,
nem espada como a sua,
nem coração tão deveras.
Como um rio de leões,
maravilha era sua força,
e como um torso de mármore
sua medida prudência.
Um ar de Roma andaluza
dourava a sua cabeça
onde o seu riso era um nardo
de sal e de inteligência.
Grande toureiro na praça!
Que bom serrano na serra!
Que meigo com as espigas!
Que duro com as esporas!
Que terno com o orvalho!
Que deslumbrante na feira!
Que tremendo com o último
par de bandarilhas de treva!
Porém, já dorme sem fim.
Já os musgos e a erva
abrem com dedos seguros
a flor da sua caveira.
Seu sangue já vem cantando:
cantando por prados e marismas,
resvalando em cornos quase gelo,
vacilando sem alma pela névoa,
tropeçando em milhares de cascos,
como uma longa, escura, triste língua,
para formar um charco de agonia
junto ao Guadalquivir das estrelas.
Oh branco muro de Espanha!
Oh negro touro de pena!
Oh sangue duro de Ignacio!
Oh rouxinol de suas veias!
Não!
Que não quero vê-lo!
Que não há cálice que o contenha,
que não há andorinhas que o bebam,
não há geada de luz que o arrefeça,
não há canto nem dilúvio de açucenas,
não há cristal que o cubra de prata.
Não.
Eu não quero vê-lo!!
Diz tu à lua que venha,
que não quero ver o sangue
de Ignacio sobre esta areia.
Que não quero vê-lo!
A lua de par em par,
cavalo de nuvens quietas,
e a praça gris do sonho
com salgueiros nas barreiras.
Que não quero vê-lo!
Que a lembrança se me queima.
Ide avisar os jasmins
com sua alvura pequena!
Que não quero vê-lo!
A vaca do velho mundo
perpassava a triste língua
sobre um focinho de sangues
derramados sobre a areia,
e os touros de Guisando,
quase morte e quase pedra,
mugiram como dois séculos
fartos de pisar a terra.
Não.
Que não quero vê-lo!
Pelos degraus sobe Ignacio
com toda a sua morte às costas.
Buscava o amanhecer,
e o amanhecer não era.
Busca seu perfil seguro,
e o sonho desorienta-o.
Buscava seu belo corpo
e encontrou seu sangue aberto.
Não me digais que eu o veja!
Não quero sentir o jorro
cada vez com menos força;
esse jorro que ilumina
lugares da praça e se entorna
na bombazina e no couro
da multidão tão sedenta.
Quem grita que eu me debruce?
Não me digais que eu o veja!
Não se fecharam seus olhos
quando viu os cornos perto;
as mães, contudo, terríveis
levantaram a cabeça.
E houve nas ganadarias
um ar de vozes secretas
gritando a touros celestes
maiorais de débil névoa.
Não houve em Sevilha príncipe
que comparar-se-lhe possa,
nem espada como a sua,
nem coração tão deveras.
Como um rio de leões,
maravilha era sua força,
e como um torso de mármore
sua medida prudência.
Um ar de Roma andaluza
dourava a sua cabeça
onde o seu riso era um nardo
de sal e de inteligência.
Grande toureiro na praça!
Que bom serrano na serra!
Que meigo com as espigas!
Que duro com as esporas!
Que terno com o orvalho!
Que deslumbrante na feira!
Que tremendo com o último
par de bandarilhas de treva!
Porém, já dorme sem fim.
Já os musgos e a erva
abrem com dedos seguros
a flor da sua caveira.
Seu sangue já vem cantando:
cantando por prados e marismas,
resvalando em cornos quase gelo,
vacilando sem alma pela névoa,
tropeçando em milhares de cascos,
como uma longa, escura, triste língua,
para formar um charco de agonia
junto ao Guadalquivir das estrelas.
Oh branco muro de Espanha!
Oh negro touro de pena!
Oh sangue duro de Ignacio!
Oh rouxinol de suas veias!
Não!
Que não quero vê-lo!
Que não há cálice que o contenha,
que não há andorinhas que o bebam,
não há geada de luz que o arrefeça,
não há canto nem dilúvio de açucenas,
não há cristal que o cubra de prata.
Não.
Eu não quero vê-lo!!
poema de Federico García Lorca, in Llanto por Ignacio Sánchez Mejías
gravura de Francisco Goya
gravura de Francisco Goya
Julho 28, 2006
O Diogo desapareceu
Reproduzo fotos do DIOGO ALEXANDRE CASTANHEIRA GARCIA, de 14 anos, que desapareceu após o jantar;
A irmã recebeu um sms a informar que "já estavam em Setubal e se dirigiam para Espanha".
Neste momento, os pais do Diogo precisam da ajuda da blogosfera.
Seja qual for a situação actual do Diogo, tudo o que possa contribuir para a sua rápida identificação, é de extrema importância.
Esta informação foi-me esta tarde confirmada telefonicamente pela PSP de Queluz.
Ficam os contactos:
PSP DE QUELUZ - 214 350 644
MÃE - 918 568 442
PAI - 962 934 677
A irmã recebeu um sms a informar que "já estavam em Setubal e se dirigiam para Espanha".
Neste momento, os pais do Diogo precisam da ajuda da blogosfera.
Seja qual for a situação actual do Diogo, tudo o que possa contribuir para a sua rápida identificação, é de extrema importância.
Esta informação foi-me esta tarde confirmada telefonicamente pela PSP de Queluz.
Ficam os contactos:
PSP DE QUELUZ - 214 350 644
MÃE - 918 568 442
PAI - 962 934 677
Julho 27, 2006
sopa de letras
Parabéns ao Leituras, que esta semana completa um ano.
É um privilégio ter uma crítica literária em casa!
É um privilégio ter uma crítica literária em casa!
Julho 26, 2006
O acordeonista que vem do frio
Os KTU, de Kimmo Pohjonen, Samuli Kosminen e dois ex-King Crimson, actuam esta noite na Cidadela - Cascais, no âmbito da terceira edição do CoolJazz Fest.
O virtuoso acordeonista volta a Portugal para proporcionar aos apreciadores um serão musical... diferente.
Música díficil de definir, esta, cujas sonoridades atravessam o jazz e a electrónica.
Um desafio aos sentidos.
Julho 25, 2006
o blog desfigurado e o blogger desolado
Depois de uma débil tentativa de me integrar na paisagem catalã, eis que regresso e verifico que a lista de links - criada com esforço, dedicação, devoção, pelos vistos sem glória... foi para o éter!
O António Silva parece que também ficou surprendido pelo facto de os senhores que alojavam o Blinkar terem fechado portas, ou janelas...
Vou ver se encontro uma ferramenta alternativa que possua ordenação abc dos links.
O António Silva parece que também ficou surprendido pelo facto de os senhores que alojavam o Blinkar terem fechado portas, ou janelas...
Vou ver se encontro uma ferramenta alternativa que possua ordenação abc dos links.
Julho 24, 2006
Nova Vaga
Recebi hoje o número 4 da Revista Nova Vaga, fruto da gentileza de JCF, do Fumaças - a quem endereço votos de sucesso, extensíveis ao Conselho Editorial.
Destaco neste número a rubrica Livres Pensadores, com artigos de:
Joaquim Quelhas da Mota - Conservador Liberal
João Almeida Garrett - Os Imigrantes e Portugal
João Pedro Montes - Livre Concorrência e Regras de Mercado
Julho 23, 2006
A Colhida e a Morte
Às cinco horas da tarde.
Eram as cinco em ponto da tarde.
Um menino trouxe o lençol branco
às cinco horas da tarde.
Uma ceira de cal já preparada
às cinco horas da tarde.
Tudo o mais era morte, apenas morte
às cinco horas da tarde.
O vento levou os algodões
às cinco horas da tarde.
E o óxido semeou cristal e níquel
às cinco horas da tarde.
Já lutam a pomba e o leopardo
às cinco horas da tarde.
E uma coxa com um chifre desolado
às cinco horas da tarde.
Começaram os acordes de bordão
às cinco horas da tarde.
Os sinos de arsénico e o fumo
às cinco horas da tarde.
Pelas esquinas grupos de silêncio
às cinco horas da tarde.
E o touro sozinho coração acima!
às cinco horas da tarde.
Quando o suor de neve foi chegando
às cinco horas da tarde,
quando a praça se cobriu de iodo
às cinco horas da tarde,
a morte pôs ovos na ferida
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Às cinco horas em ponto da tarde.
Um ataúde com rodas é a cama
às cinco horas da tarde.
Ossos e flautas soam em seus ouvidos
às cinco horas da tarde.
O touro já mugia por sua fronte
às cinco horas da tarde.
Irisava-se o quarto de agonia
às cinco horas da tarde.
A gangrena já vem lá ao longe
às cinco horas da tarde.
Trompa de lírio pelas verdes virilhas
às cinco horas da tarde.
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde,
e a multidão quebrava as janelas
às cinco horas da tarde.
Ai que terríveis cinco da tarde!
Eram as cinco em todos os relógios!
Eram as cinco em sombra da tarde!
Eram as cinco em ponto da tarde.
Um menino trouxe o lençol branco
às cinco horas da tarde.
Uma ceira de cal já preparada
às cinco horas da tarde.
Tudo o mais era morte, apenas morte
às cinco horas da tarde.
O vento levou os algodões
às cinco horas da tarde.
E o óxido semeou cristal e níquel
às cinco horas da tarde.
Já lutam a pomba e o leopardo
às cinco horas da tarde.
E uma coxa com um chifre desolado
às cinco horas da tarde.
Começaram os acordes de bordão
às cinco horas da tarde.
Os sinos de arsénico e o fumo
às cinco horas da tarde.
Pelas esquinas grupos de silêncio
às cinco horas da tarde.
E o touro sozinho coração acima!
às cinco horas da tarde.
Quando o suor de neve foi chegando
às cinco horas da tarde,
quando a praça se cobriu de iodo
às cinco horas da tarde,
a morte pôs ovos na ferida
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Às cinco horas em ponto da tarde.
Um ataúde com rodas é a cama
às cinco horas da tarde.
Ossos e flautas soam em seus ouvidos
às cinco horas da tarde.
O touro já mugia por sua fronte
às cinco horas da tarde.
Irisava-se o quarto de agonia
às cinco horas da tarde.
A gangrena já vem lá ao longe
às cinco horas da tarde.
Trompa de lírio pelas verdes virilhas
às cinco horas da tarde.
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde,
e a multidão quebrava as janelas
às cinco horas da tarde.
Ai que terríveis cinco da tarde!
Eram as cinco em todos os relógios!
Eram as cinco em sombra da tarde!
poema de Federico García Lorca, in Llanto por Ignacio Sánchez Mejías
gravura de Francisco Goya
gravura de Francisco Goya
Julho 18, 2006
Barcelona - Sagrada Família
Eucaristia - no topo dos pináculos, as uvas sob os cálices simbolizam o vinho e o trigo simboliza o pão
Nesta metáfora da negação, Pedro, ladeado por três mulheres - o número de vezes que negou o Mestre, antes que o galo cantasse - é apontado por uma delas como sendo discípulo de Jesus
No topo destes pináculos, as esferas coloridas representam cestas de frutas, com maçãs, figos, melões e cerejas
Do lado esquerdo da Fachada da Paixão, Jesus pede a Judas - cuja mão cerrada sugere esconder algo - que o atraiçoe o mais rapidamente possível
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Julho 13, 2006
Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery
Chapitre XXVII
Et maintenant, bien sûr, ça fait six ans déjà... Je n'ai jamais encore raconté cette histoire. Les camarades qui m'ont revu ont été bien contents de me revoir vivant. J'étais triste mais je leur disais : C'est la fatigue...
Maintenant je me suis un peu consolé. C'est à dire... pas tout à fait. Mais je sais bien qu'il est revenu à sa planète, car, au lever du jour, je n'ai pas retrouvé son corps. Ce n'était pas un corps tellement lourd... Et j'aime la nuit écouter les étoiles. C'est comme cinq cent millions de grelots...
Mais voilà qu'il passe quelque chose d'extraordinaire. La muselière que j'ai dessinée pour le petit prince, j'ai oublié d'y ajouter la courroie de cuir! Il n'aura jamais pu l'attacher au mouton. Alors je me demande: "Que s'est-il passé sur sa planète? Peut-être bien que le mouton à mangéla fleur..."
Tantôt je me dis: "Sûrement non! Le petit prince enferme sa fleur toutes les nuits sous son globe de verre, et il surveille bien son mouton..." Alors je suis heureux. Et toutes les étoiles rient doucement.
Tantôt je me dis: "On est distrait une fois ou l'autre, et ça suffit! Il a oublié, un soir, le verre, ou bien le mouton est sorti sans bruit pendant la nuit..." Alors les grelots se changent tous enlarmes!...
C'est là un bien grand mystère. Pour vous qui aimez aussi le petit prince, comme pour moi, rien de l'univers n'est semblable si quelque part, on ne sait où, un mouton que nous ne connaissons pas a, oui ou non, mangé une rose...
Regardez le ciel. Demandez-vous : le mouton oui ou non a-t-il mangé la fleur? Et vous verrez comme tout change...
Et aucune grande personne ne comprendra jamais que ça a tellement d'importance!
Ca c'est pour moi, le plus beau et le plus triste paysage du monde. C'est le même paysage que celui de la page précédente, mais je l'ai dessiné une fois encore pour bien vous le montrer. C'est ici que le petit prince a apparu sur terre, puis disparu.
Regardez attentivement ce paysage afin d'être sûr de le reconnaître, si vous voyagez un jour en Afrique, dans le désert. Et, s'il vous arrive de passer par là, je vous supplie, ne vous pressez pas, attendez un peu juste sous l'étoile! Si alors un enfant vient à vous, s'il rit, s'il a les cheveux d'or, s'il ne répond pas quand on l'interroge, vous devinerez bien qui il est. Alors soyez gentils! Ne me laissez pas tellement triste: écrivez-moi vite qu'il est revenu...
Et maintenant, bien sûr, ça fait six ans déjà... Je n'ai jamais encore raconté cette histoire. Les camarades qui m'ont revu ont été bien contents de me revoir vivant. J'étais triste mais je leur disais : C'est la fatigue...
Maintenant je me suis un peu consolé. C'est à dire... pas tout à fait. Mais je sais bien qu'il est revenu à sa planète, car, au lever du jour, je n'ai pas retrouvé son corps. Ce n'était pas un corps tellement lourd... Et j'aime la nuit écouter les étoiles. C'est comme cinq cent millions de grelots...
Mais voilà qu'il passe quelque chose d'extraordinaire. La muselière que j'ai dessinée pour le petit prince, j'ai oublié d'y ajouter la courroie de cuir! Il n'aura jamais pu l'attacher au mouton. Alors je me demande: "Que s'est-il passé sur sa planète? Peut-être bien que le mouton à mangéla fleur..."
Tantôt je me dis: "Sûrement non! Le petit prince enferme sa fleur toutes les nuits sous son globe de verre, et il surveille bien son mouton..." Alors je suis heureux. Et toutes les étoiles rient doucement.
Tantôt je me dis: "On est distrait une fois ou l'autre, et ça suffit! Il a oublié, un soir, le verre, ou bien le mouton est sorti sans bruit pendant la nuit..." Alors les grelots se changent tous enlarmes!...
C'est là un bien grand mystère. Pour vous qui aimez aussi le petit prince, comme pour moi, rien de l'univers n'est semblable si quelque part, on ne sait où, un mouton que nous ne connaissons pas a, oui ou non, mangé une rose...
Regardez le ciel. Demandez-vous : le mouton oui ou non a-t-il mangé la fleur? Et vous verrez comme tout change...
Et aucune grande personne ne comprendra jamais que ça a tellement d'importance!
FIN
Ca c'est pour moi, le plus beau et le plus triste paysage du monde. C'est le même paysage que celui de la page précédente, mais je l'ai dessiné une fois encore pour bien vous le montrer. C'est ici que le petit prince a apparu sur terre, puis disparu.
Regardez attentivement ce paysage afin d'être sûr de le reconnaître, si vous voyagez un jour en Afrique, dans le désert. Et, s'il vous arrive de passer par là, je vous supplie, ne vous pressez pas, attendez un peu juste sous l'étoile! Si alors un enfant vient à vous, s'il rit, s'il a les cheveux d'or, s'il ne répond pas quand on l'interroge, vous devinerez bien qui il est. Alors soyez gentils! Ne me laissez pas tellement triste: écrivez-moi vite qu'il est revenu...