dezembro 31, 2004
Les Aventures de Tintin au blog du Luminescent
Mas?! Com mil milhões de macacos!
Como raio é que se vai para esse 2005?!
Bom, vamos lá!
- Vamos! Rápido! Esse tratante não pode estar longe!
- Direi mesmo mais: Ele não pode estar longe!
- Ali! Lá está ele!
- Não há dúvida, é ele!
Yuupiiie!! Eureka!!
Viva 2005!
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comidinha boa!
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A foto foi tirada dentro do restaurante hoje(ontem) ao almoço, e corresponde a uma das montras.
O Porto D`Abrigo fica ali ao Cais do Sodré, uns metros à frente do British Bar.
Desde sempre os mesmos empregados, camisa branca, guardanapo de pano na mão, serviço atencioso, comida caseira..
De entrada, uma Freirinha, que é uma espécie de empada de legumes com gambas; vai a gratinar e é servida numa concha de ostra.
As sopas são sempre muito boas.. e não passo sem sopinha à refeição!
O meu prato preferido é o pato com molho de azeitonas.
O pato é servido em pedaços, com a pele estaladiça.. o molho que cobre o pato é feito com as miudezas e pequenos pedaços de azeitonas pretas. Delicioso.
Acompanha com batata frita às rodelas finas, arroz de miúdos e esparregado.
O vinho da casa, um tinto de Trancoso - Beiras, é muito razoável e recomenda-se.
Preço entre 10 e 12 euros/pessoa.
Um dos antigos restaurantes da zona ribeirinha de Lisboa, ao qual é sempre um prazer voltar!
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dezembro 30, 2004
breve pensamento cosmológico..
Em grande medida, é ao longo deste percurso que encontramos a nossa real natureza, os nossos princípios, o nosso equilíbrio.
Que aconteceria se os caminhos fossem diferentes? Não importa..
Não creio em caminhos pré-determinados, mas sim em cada um de nós como ponto de partida.. e de intersecção!
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Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
Não sabia por caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
assim quero que possa ser sempre —
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos
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dezembro 28, 2004
Resistência Activa, ou A Idade dos Porquês!
Mais recentemente, talvez fruto de maior divulgação, voltei a dar alguma atenção a este ícone dum certo género de imprensa, que nos dá música há 20 anos!
Esta edição especial comemorativa dos 20 anos do Blitz é para guardar!
Um Euro bem investido!
Contém uma lista dos melhores álbuns portugueses de sempre, fruto de uma votação de músicos, editores, jornalistas..
..Onde encontramos, para além dos clássicos, os Ocaso Épico, Mler Ife Dada, Pop Dell´Arte, Ornatos Violeta! Que cena!
A selecção de textos que compõem as rubricas 20 anos em capas, twilight zone e 20 anos em revista.. são autênticas pérolas!
É muito interessante a oferta do Calendário para 2005, com fotos de 24 bandas portuguesas, que ao longo deste ano tiveram especial destaque, como os Great Lesbian Show, Blasted Mechanism - talvez uma das mais criativas bandas da actualidade, os Da Weasel, Fonzie, Rodrigo Leão, Hipnótica, Gomo, Pluto, Loto, Zen..
O Blitz está de parabéns!
Etiquetas: Música
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Então não era uma passagem de ano e.. renas?!
Vá-se lá saber porque me lembrei de.. Kuusamo, Lapónia - cerca de 800 km a norte de Helsínquia, mesmo junto à fronteira com a Rússia.
Durante a Segunda Guerra, conjuntamente com Paris e Londres, Helsínquia foi uma das três capitais que não foram ocupadas, embora tenham sofrido na pele o efeito das ideias avançadas do senhor Estaline.. mas isso é outra história!
Só esta região tem cerca de 4000 lagos.. como este!
Uma manhã inteira a ripar em cima dum snowmobile neste cenário..
É um acontecimento, sem dúvida!
Hotel Rantasipi Rukahovi, Ruka
E o hotel não pode estar melhor localizado! É só atravessar a rua e.. pistas com eles!
Nem me quero lembrar.. ainda estou para saber como saí de lá inteiro!
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dezembro 27, 2004
Ranhoso!
Ranhoso.. porque tenho desde sábado uma Nikon 5700..
Vou ser um bom aluno e aprender a tirar partido desta dádiva da tecnologia..
Porque talento já tenho de sobra.. eheh!
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dezembro 24, 2004
Onde Nascem Os Sonhos
A estrela
Eu caminhei na noite
Entre silêncio e frio
Só uma estrela secreta me guiava
Grandes perigos na noite me apareceram
Da minha estrela julguei que eu a julgara
Verdadeira sendo ela só reflexo
De uma cidade a néon enfeitada
A minha solidão me pareceu coroa
Sinal de perfeição em minha fronte
Mas vi quando no vento me humilhava
Que a coroa que eu levava era de um ferro
Tão pesado que toda me dobrava
Do frio das montanhas eu pensei
«Minha pureza me cerca e me rodeia»
Porém meu pensamento apodreceu
E a pureza das coisas cintilava
E eu vi que a limpidez não era eu
E a fraqueza da carne e a miragem do espírito
Em monstruosa voz se transformaram
Disse às pedras do monte que falassem
Mas elas como pedras se calaram
Sozinha me vi delirante e perdida
E uma estrela serena me espantava
E eu caminhei na noite minha sombra
De desmedidos gestos me cercava
Silêncio e medo
Nos confins desolados caminhavam
Então eu vi chegar ao meu encontro
Aqueles que uma estrela iluminava
E assim eles disseram: «Vem connosco
Se também vens seguindo aquela estrela»
Então soube que a estrela que eu seguia
Era real e não imaginada
Grandes noites redondas nos cercaram
Grandes brumas miragens nos mostraram
Grandes silêncios de ecos vagabundos
Em direcções distantes nos chamaram
E a sombra dos três homens sobre a terra
Ao lado dos meus passos caminhava
E eu espantada vi que aquela estrela
Para a cidade dos homens nos guiava
E a estrela do céu parou em cima
de uma rua sem cor e sem beleza
Onde a luz tinha a cor que tem a cinza
Longe do verde azul da natureza
Ali não vi as coisas que eu amava
Nem o brilho do sol nem o da água
Ao lado do hospital e da prisão
Entre o agiota e o templo profanado
Onde a rua é mais triste e mais sozinha
E onde tudo parece abandonado
Um lugar pela estrela foi marcado
Nesse lugar pensei: «Quanto deserto
Atravessei para encontrar aquilo
Que morava entre os homens e tão perto»
Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto (1962)
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dezembro 23, 2004
Bloggers & Associados
Na impossibilidade de concretização do primeiro, uma vez que o segundo tem para mim valor meramente simbólico..
A todos os companheiros de viagem que têm tido a generosidade e simpatia de enriquecer o Luminescências, desejo aquilo que de bom quero para mim!
No Natal, não almejo uma rosa
nem desejo neve sobre a alegria de Maio.
Apraz-me em cada estação o que lhe pertence.
William Shakespeare
Se me esqueço de alguém nesta short list, desculpem qualquer coisinha!
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dezembro 22, 2004
Bairro Alto
Desde então, tenho assistido à progressiva recuperação deste bairro tão especial, cuja história se inicia no século XVI.
Foi talvez o primeiro onde as regras da arquitetura foram aplicadas de forma sistemática, numa lógica de uma cidade planeada, com ruas paralelas e, principalmente, perpendiculares ao rio, de modo a que os seus habitantes pudessem ter sol durante grande parte do dia..
É interessante ver durante a manhã o modo como as ruas estreitas aguardam calmamente que os raios de sol vão iluminando as varandas cheias de flores e roupa branca.
Quando deixei o Bairro Alto, ainda havia "meninas" na zona próxima do Jardim S Pedro de Alcântara, as tascas tinham como clientes os residentes na zona e o estacionamento era um caos - sempre pensei que se um dia houvesse um incêndio, o bairro transformar-se-ia numa gigantesca tocha, pois é óbvio que nenhum carro de bombeiros conseguiria entrar..
Com o desfiar dos anos, fui assistindo à vinda de novos habitantes. O Frágil trouxe novas caras, e essas caras novos hábitos (como os graffiti nas paredes dos prédios)
Hoje, o bairro conta com mais de duas centenas de restaurantes, as tascas tornaram-se espaços in, albergam miúdos que comem sardinhas no pão e bebem garrafas de litro de cerveja.
As mercearias como a que havia no r/c do meu prédio deram lugar a lojas de roupa, de ténis, de material de bodyboard, de piercings, e por aí adiante.
No prédio em frente havia um alfarrabista.
Mais tarde instalou-se lá o mítico El Dorado.. e hoje é uma loja de roupa infantil.
É curioso olhar para a mescla de culturas existentes hoje em dia no Bairro Alto.. e verificar como um dos bairros históricos de Lisboa não perdeu a sua identidade...
E está muito mais bonito!
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dezembro 21, 2004
perspectivas e realidades.. do menino com olhos de gigante!
Aconteceu-me
Eu vinha de comprar fósforos
e uns olhos de mulher feita
olhos de menos idade que a sua
não deixavam acender-me o cigarro.
Eu era eureka para aqueles olhos.
Entre mim e ela passava gente como se não passasse
e ela não podia ficar parada
nem eu vê-la sumir-se.
Retive a sua silhueta
para não perder-me daqueles olhos que me levavam espetado
E eu tenho visto olhos !
Mas nenhuns que me vissem
nenhuns para quem eu fosse um achado existir
para quem eu lhes acertasse lá na sua ideia
olhos como agulhas de despertar
como íman de atrair-me vivo
olhos para mim!
Quando havia mais luz
a luz tornava-me quase real o seu corpo
e apagavam-se-me os seus olhos
o mistério suspenso por um cabelo
pelo hábito deste real injusto
tinha de pôr mais distância entre ela e mim
para acender outra vez aqueles olhos
que talvez não fossem como eu os vi
e ainda que o não fossem, que importa?
Vi o mistério!
Obrigado a ti mulher que não conheço.
Almada Negreiros
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dezembro 20, 2004
Receita de Natal
dezembro 19, 2004
In Memorian
L'amore!.. cantado pela Diva!
Recordo a interpretação de Tom Hanks em Filadélfia, quando traduz para o seu advogado, Denzel Washington, o amor expresso naquelas palavras.
De ficar sem fôlego!
Andrea Chenier, de Umberto Giordano
Acto III
A Sala de tribunal do Tribunal Revolucionário, 24 de julho de 1794.
Mathieu tenta junto da multidão angariar doações para a causa. As pessoas não respondem até que aparece Gérard, o criado. Ele chama as pessoas para darem o que podem, até mesmo os filhos. Uma mulher cega aparece com um menino jovem. Diz-lhe que este é seu o neto e tudo o que tem no mundo. Implora para que Gérard o leve.
A multidão dispersa e chega L'Incredibile, o espião. Diz a Gérard que Chenier, o poeta, havia sido detido e que em breve também a jovem e nobre Maddalena terá o mesmo destino.
Apesar da indignação que sente pelas cínicas palavras que acaba de ouvir, Gérard obedece e denuncia Andrea para salvar Maddalena, que vem procurar o poeta, seu amado.
A amizade que o une a Andrea vale menos que o amor que nutre pela donnina innamorata.
Maddalena diz que morrerá a gritar o seu Amor nas ruas. Se o preço da vida de Chenier implica que o seu corpo seja de Gérard.. que assim seja.
Maddalena conta como a sua família desapareceu num incêndio e como ficou só; fala sobre a morte de sua mãe e como trás a desgraça a todos os que a amam..
Porto sventura a chi bene mi vuole!
Grita que aquele Amor é vida. Um anjo chegou para a proteger, mas o beijo que recebeu era o beijo da morte.
Corpo di moribonda è il corpo mio!
Prendilo, dunque!... Io son già morta cosa!...
Maddalena oferece o seu corpo moribundo a Gérard.
La mamma morta (canta Maria Callas) - clique para ouvir
Maddalena:
La mamma morta
m'hanno alla porta
de là della stanza mia;
moriva e mi salvava!...
poscia - a notte alta - io con la Bersi errava,
quando, ad un tratto, un livido bagliore
guizza e rischiara innanzi a' passi miei
la cupa via!
Guardo!... Bruciava il loco di mia culla!
Così fui sola!... E intorno il nulla!
Fame e miseria!...
Il bisogno e il periglio!...
Caddi malata!...
E Bersi, buona e pura,
(ed a narrarlo mancan le parole)
di sua belezza ha fatto un mercato,
un contratto per me!
Porto sventura
a chi bene mi vuole!
(Ad un tratto, nelle pupille larghe di Maddalena si effonde una luce di suprema gioja, una gran luce profonda come riflesso di splendore misterioso.)
Fu in quel dolore
che a me venne l'amore!...
(Maddalena rimane in silenzio meditabonda - un dolcissimo sorriso sulle labbra)
Voce gentile piena d'armonia
che mi sussurra: "Spera!"
e dice: Vivi ancora! Io son la vita!
Ne' miei occhi è il tuo cielo!
Tu non sei sola! Le lacrime tue
io le raccolgo!... Io sto sul mio cammino
e ti sorreggo il fianco
affaticato e stanco!...
Sorridi e spera ancora!... Son l'amore!
Intorno è sangue e fango?... Io son divino!...
Io sono il paradiso!... Io son l'oblio!
Io sono il dio
che sovra il mondo scende da l'empireo,
muta gli umani in angioli,
fa della terra il ciel!...
Io son l'amore!
Io son l'amore!
L'amore!
(Ed essa pure, come già Gérard, rimane per un momento silenziosa, affannata da quel ricordo tumultuoso. - E poi con voce piena di immensa tristezza balbetta:)
L'angiol tremante allor le labbra smorte
della mia bocca bacia... E or vi bacia la morte!...
(un desolato singhiozzo la costringe ad interrompere, poscia affannosamente riprende:)
Corpo di moribonda è il corpo mio!
Prendilo, dunque!... Io son già morta cosa!...
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dezembro 18, 2004
À descoberta da Turquia.. (falta muito?!)
Caso as reuniões bilaterais conducentes ao início do processo de adesão da Turquia à União Europeia se eternizem - visto Ankara não querer abrir mão da recusa em reconhecer os cipriotas, o período previsto para o processo estar concluído pode transformar-se num gigantesco flop.
O presidente francês bem vai avisando:
Je suis convaincu que l'Union européenne et la Turquie parviendront à un mariage à l'issue des négociations, mais la route sera longue et difficile.
Je suis tout à fait certain de la force des idées que porte l'Europe..
Je ne mets pas en doute le fait que compte tenu des dispositions actuelles des Turcs, de leur histoire, de leur culture, nous arriverons au terme de ce chemin commun à un mariage qui sera favorable aux deux parties..
Tout le monde admet que ce processus durera probablement dix ou quinze ans.
Se este cenário se complicar, nessa altura, a chamada Reconciliação de Civilizações e as trocas culturais que imagino.. não deverão passar de uma miragem..!
Temos pena!
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dezembro 16, 2004
Soneto dum coito mediano
A sua partilha deve tender para os tornar naturais, deixando assim na minha perspectiva de ser relevante a questão moral.
Resta pois a questão estética e o seu simbolismo.
Identificar os traços que permitem definir uma obra como arte fazem parte de um processo cognitivo, com o qual aprendo a caracterizar a natureza simbólica de uma obra, se tem ou não valor estético.
Este caminho é solitário, e mais difícil, pois consiste no desafio de saber justificar o meu juízo de valor sobre se um texto ou uma imagem são ou não obscenos, são ou não arte.
Vamos lá, então:
Até poder ter-te onde já canta
Espero que sejas a última jogada
E um pouco mais húmida que a outra, amada
(Ai, ainda é a esperança que na cova nos planta!)
Vejo que vai dar. Espero: devagar
Pensar nisso é doravante sina
Boa: menos amor, menos vaselina
E ela dá-me agora o coiro a suar
Com um cavalo, ai, foste conferir-me
Há cinco minutos, estou-me a cagar!
E enquanto cismo, para digerir e vir-me
Não sou o Emílio, que estás a chamar
Estou-me nas tintas, da mais alta gama
Com suor do rosto me faço a cama
Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso
Etiquetas: Bertolt Brecht, Pablo Picasso, Poesia
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dezembro 13, 2004
Insegurança Cósmica
Vivemos tempos de incerteza!
Precisamos de um líder que não seja egocêntrico! Haverá algum?
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dezembro 12, 2004
Não aconteceu.. mas podia ter acontecido!
A maioria estável no Parlamento não é condição suficiente para continuar em funções, pois de Belém têm vindo gestos que pouco favorecem a harmonia institucional, como a convocação de economistas e a chamada de um comentador a Belém, ou ainda as críticas sobre a política de Saúde.
O senhor presidente está a dar demasiada importância a incidentes protocolares, como a trapalhada das tomadas de posse, ou a água do bébé, em lugar de valorizar reformas estruturais e a estabilidade social.
Por todo um conjunto de circunstâncias nada favoráveis ao governo, apresento por isso a demissão!
Presidente da República dissolve o Parlamento e convoca eleições:
Os sinais do meu descontentamento com o que se estava a passar foram interpretados como geradores de instabilidade à volta do executivo.
Claro que não fiquei surdo às vozes que defendem que o Orçamento para 2005 não responde satisfatoriamente às exigências de efectiva consolidação orçamental, condição necessária para se prosseguir o esforço de redução do défice público que os nossos compromissos internacionais e as necessidades do nosso desenvolvimento futuro tornam indispensável.
As quatro condições que, ao dar posse ao XVI Governo, considerei fundamentais para o prosseguimento das políticas externa, de defesa, de justiça e de finanças públicas não foram seguidas.
A culpa da crise política é do Executivo de Santana Lopes, que não deu garantias de estabilidade e credibilidade e também se revelou incapaz de levar adiante as reformas necessárias ao desenvolvimento do País.
Devo reconhecer que a manutenção em funções do Governo significaria a manutenção da instabilidade e da inconsistência, e que se esgotou a capacidade da maioria parlamentar para as conter e inverter, no fundo, gerar novos governos.
A dissolução do Parlamento é um poder discricionário do Presidente da República.
Não me resta por isso alternativa senão aceitar o pedido de demissão do Primeiro Ministro, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições!
Espero assim que o próximo Governo - que quero de quatro anos - encare com mais determinação o grave problema orçamental.
Os portugueses entendem o que quero dizer com isto!
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Do etéreo..
Stars & Topsoil: A Collection 1982-1990
Esta compilação reúne 18 músicas criteriosamente seleccionadas e que sugerem o bem e o mal, o céu e a terra.
A dificuldade em destacar alguma faixa é quase uma blasfémia, mas Lazy Calm é daquelas músicas que devíamos ouvir ao acordar..
Blind Dumb Deaf
Sugar Hiccup
My Love Paramour
Pearly-Dewdrops' Drops
Lorelei
Pandora
Aikea-Guinea
Pink Orange Red
Pale Clouded
White
Lazy Calm
The Thinner The Air
Orange Appled
Cico Buff
Carolyn's Fingers
Fifty-Fifty Clown
Iceblink Luck
Heaven Or Las
Vegas
Watchlar
A maravilhosa Elizabeth Fraser colaborou entretanto em diversos projectos, com especial destaque para a sua participação no álbum Mezzanine dos Massive Attack.
Os outros deuses menores são Robin Guthrie e Simon Raymonde!
Os islandeses Sigur Rós, que têm nos Cocteau Twins a sua fonte de inspiração, transportam por estes dias a sua herança para uma nova geração de apreciadores desta bela música.
Um tesouro para guardar.. e ouvir até ao fim dos tempos!
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dezembro 10, 2004
Acabou-se o sossego no bairro!
Estavam um pouco desafinados, é certo! Sim, que de sinos percebo eu!
Pelo menos, gostava de os ouvir - a cada quinze minutos, afugentar os pombos para o Largo da Estrela e refugiarem-se nas árvores do jardim em frente.. talvez o mais bonito que conheço!
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Os sinos da Basílica da Estrela têm mais de 200 anos!
Foram colocados cerca de um ano antes desta Basílica Neo-Clássica ser inaugurada por D.Maria, em 1789.. e onde a senhora agora repousa !
Estes imponentes sinos são constituidos em bronze; Suportados por cabeçalhos de madeira e ferro, ostentam escritos em Latim, pequenas esculturas, data e assinatura do autor.
Cada sino é dedicado a uma figura da igreja, como S. António, Santo Elias, Sta. Teresa ou Sta. Bárbara.
A restauração durou sensivelmente um ano, para resolver o problema de oxidação, tapar fissuras e afinar.
Serão colocados ao longo do mês de Dezembro, em duas fases: a primeira, relativa à torre nascente e a segunda à torre poente.
Foi criado um sistema computorizado, para accionar os instrumentos da torre poente, que tocarão melodias seleccionadas.
Modernisses!
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dezembro 09, 2004
Super.. califragilisticexpialidociousism
I wonder why Miss Edna Mode,
a superhero fashion designer whose attributes include excellent taste and super attitude..
reminds me Miss Vitriolica?
The extraordinary The Incredibles!..
In a theater near next to me.. this weekend!
Meanwhile, just for fans.. visit the Blog da Pixar!
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dezembro 08, 2004
Aquele que contempla a beleza está condenado a morrer
dezembro 07, 2004
Sublimação!
Sandro Botticelli (1445-1510)
Giovanna degli Albizzi Receiving a Gift of Flowers from Venus - 1486
Fresco destacado e colocado em tela - 211 x 284 cm
Museu do Louvre, Paris
Para Botticelli
Pressinto que o mundo cresce de teus dedos
quando num clarão mortal se rasgam asas
e faces lívidas de anjos
choram suas raízes arrancadas do chão.
Quando o vento grita em teus cabelos
que não é o mar a seara que se ondula.
Quando um perfil destrói em si a noite
e o teu peito,
onde límpida era a sua côr.
Quando uma árvore frutifica a sua solidão
e se ilumina
com um súbito canto
ou um vulto quase irreal de ser tão breve.
Quando, de olhos sangrentos,
sentes nitidamente o anoitecer
e exausto abandonas a cabeça a mãos ausentes:
náufrago de veias que prolongam a terra,
transfigurado no rosto
onde a manhã te anuncia o seu regresso.
in Silabário, de José Bento
Etiquetas: José Bento, Poesia
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dezembro 06, 2004
Postais da Cidade Branca!
Situado no Cais do Sodré, frente ao Tejo, tem como companheiros o antigo English Bar e o American Bar.
No século XIX, os britânicos e os portugueses que se dedicavam ao comércio marítimo, começaram a estabelecer-se nesta zona ribeirinha da cidade de Lisboa.
O Visconde Reinaldo e Basílio - personagens queirozianas, tomavam xerez na Taverna Inglesa - nome original deste bar com história, onde mais recentemente se sentava José Cardoso Pires nas suas deambulações pela cidade e onde deu uma entrevista pouco antes de morrer - se bem me recordo, a Bárbara Guimarães.
À entrada, temos duas portas estilo saloon e na montra do meio, um logotipo vermelho tem escrito British Bar.
O relógio inglês de finais do século XIX revestido de uma belíssima talha em madeira situado na parede do fundo da sala, tem dificuldade em rivalizar com a peça que está por detrás do balcão; Este famoso relógio é o que dá as horas ao contrário, pois os ponteiros funcionam no sentido da rotação da Terra.
A riquíssima madeira trabalhada da biblioteca do British Bar, onde podemos apreciar as lombadas com doseadores - obras que inspiraram alguns escritores ao longos dos anos..
A fotografia que celebra o final da Segunda Guerra Mundial, a decoração Art Nouveau que vem dos anos vinte, o balcão com o varão metálico em volta, fazem parte do espólio do único sítio em Lisboa que serve Ginger Beer à pressão, produzida a partir de uma infusão fermentada de gengibre..
São motivos mais do que suficientes para justificar uma primeira visita... pois as seguintes dispensam desculpas!!
Com a vizinhança dos bares de má fama das ruas de trás, durante muito tempo o British só deixava entrar homens, numa espécie de fronteira entre dois mundos que se completavam, pois os marinheiros começavam por beber nestes bares e só depois de atascados iam às meninas!
Por ser um bar cosmopolita, O British Bar nunca pegou muito em bebidas típicas como o eduardinho e a ginginha!
O engraxador residente, dos poucos que restam em bares e cafés da cidade, é um senhor de cabelos brancos que se confunde com a idade da napa vermelha das cadeiras.
Tem os seus os clientes habituais - normalmente empresários da zona, mas trata sempre com extremo cuidado um par de sapatos.. quando vê que merece!
É neste ambiente a dois tempos que o British Bar é para mim um local especial: de manhã, para tomar a bica e alindar os sapatos, e ao fim da tarde para uma ginger beer!
O British é um bar com swing!
Etiquetas: Postais de Lisboa
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dezembro 05, 2004
Iluminuras Medievais, ou Retalhos da Vida de um Médico
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Na iluminura da esquerda, um médico lê um livro, enquanto o aprendiz prepara um medicamento.
Na da direita, um médico examina um doente com um inchaço na axila.
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