junho 30, 2004
Até os esprememos!
Espinosa nasceu na Holanda, filho de judeus portugueses aí exilados.
Por quem torceria hoje?
VAMOS A ELES!!!
VAN DER SAR, REIZIGER, STAM,BOUMA, VAN BRONCKHORST, COCU, VAN DER MEYDE, DAVIDS, KLUIVERT, VAN NISTELROOIJ, VAN DER VAART, MAKAAY, WESTERVELD, SNEIJDER, DE BOER, OVERMARS, VAN HOOIJDONK, HEITINGA, ROBBEN, SEEDORF, BOSVELT, ZENDEN, WATERREUS.
Destas 23 laranjinhas,
Vamos pegar em 11 e fazer um belo sumo...
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O poeta pede a seu amor que lhe escreva
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
Garcia Lorca
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Senhor Europa
O acesso de um português a Senhor Europa, além de facto político importante que é, no âmbito europeu, é um facto ainda mais importante no plano nacional, se é que se podem separar. Nenhum outro se lhe pode comparar desde o 25 de Abril, salvo o da nossa adesão à Comunidade Europeia, em boa hora promovida pelo então Presidente Mário Soares. Só que, entretanto, o contexto europeu e internacional mudou e esta nossa implicação ao mais alto nível na construção de uma Europa em crise não tem para nós menos alcance que o dessa adesão feita ainda por cálculo político e num clima de esperança.
Que Portugal trás Durão Barroso a esta Europa que recebe ordens dos Estados Unidos como se fosse a Grécia do tempo de Cícero? Em alguma imprensa europeia, que em geral tem recebido a candidatura de Durão Barroso com aplauso, o nosso actual primeiro-ministro é apresentado, uma vez como o melhor amigo de Blair outra como filoamericano, o que é e não é a mesma coisa. O filoamericanismo de Durão Barroso (o homem da cimeira dos Açores) não é na actual circunstância um "handicap", mesmo na perspectiva da esquerda. O filoamericanismo não é obrigatoriamente um alinhamento acrítico pela actual política da administração Bush. Quem faz política a médio prazo, na Europa, não se pode dar ao luxo de ser, por conta de antagonismos passados, antiamericano por princípio. Mais decisiva é ou será a opção especificamente europeia do nosso antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e futuro presidente da Europa. Nesse sentido, a sua real ou suposta opção "blairista" importa mais que o seu alinhamento táctico com a política imperialista de Bush. Paradoxalmente, este seu novo cargo - de escolha pessoal e de incidência nacional - impõe-lhe deveres de "neutralismo" virtual em matéria de escolha europeia. É aí que a experiência de diplomata e o seu instinto o servirão. Não custa imaginar que a natureza do novo espaço político onde vai ser obrigado a agir, a espécie de liberdade que através dele alcançará, não tenham sido factores determinantes para ter aceitado a sua alta missão. Terá de fazer esquecer que, em circunstâncias graves para o destino europeu, integrou uma das "europas" em litígio e que não foi a "velha" de baptismo "rumsfeldiano", quer dizer precisamente aquela que tão penosamente há uns bons quarenta anos tenta construir a única Europa. Essa mesma Europa que agora vai representar oficialmente e que terá de defender de todos os cavalos de Tróia que não desistiram de enterrar.
Guardado estava o bocado para quem o havia de comer. A saída por cima pela Europa, como toda a gente se lembra, era o sonho de António Guterres. Só ele saberá por que e a que preço renunciou a um destino europeu que lhe estava destinado. Nisto, como no resto, Durão Barroso é o seu sucessor miraculoso. Este último talvez tenha tido, como político responsável que é, escrúpulos análogos aos de António Guterres, mas as circunstâncias políticas de um e outro eram diferentes. O partido de Guterres não podia deixar partir o seu patrão. Guterres não tinha motivos imperativos para o abandonar. Nessa altura, pelo menos. Durão Barroso, mesmo sem as desastrosas eleições europeias, tinha muitos para se ver livre de uma coligação política e, sobretudo, ideologicamente contranatura. Essa coligação era uma duvidosa noiva. A Europa vale bem uma missa e esta é pontifical. E o país?
Provavelmente, e segundo o nosso reflexo clássico, a pátria política - ou a política nela - estará mais interessada pela inédita e insólita situação criada pelo abandono da cadeira de São Bento que pela ascensão ao Olimpo europeu por Durão Barroso interposto. Se não fosse o futebol, a esta hora, a cara classe política estaria vivendo uma efervescência digna de Verão quente ou pelo menos morno, depois de dois anos de marasmo dividido a meias entre maioria e oposição. E talvez já o esteja. Formalmente, não há razões para isso, mas psicologicamente, não faltam. A saída de Durão Barroso (política), por mais patrióticos que sejam os seus motivos, tinha de suscitar, mais que não fosse pela analogia espanhola, uma vontade de preencher o vazio objectivo do poder tornado palpável pela ausência de quem o encarnava. Uma solução meramente mecânica da questão não estará à altura do acontecimento. E ninguém o saberá melhor que o Presidente da República, garante do nosso equilíbrio político, que nunca é meramente formal. Há momentos em que se pode dar tempo ao tempo, outros são de urgência e do risco que ela implica. É a primeira vez que Jorge Sampaio se encontra numa situação em que nenhuma fórmula e nenhum conselho lhe podem indicar o caminho certo. Talvez seja esse o preço a pagar para sermos "alguém" na Europa. Seria extraordinário que tendo chegado lá e ocupando o seu ponto mais alto para ajudar a fazê-la, tivéssemos em casa, para levar a cabo essa tarefa, um Governo tão híbrido, no qual algumas das estrelas são há muito, de profissão e tradição, sólidos pilares do antieuropeísmo. Velho e novo. Possa a nova situação esclarecer o que é menos um enigma que uma aberração.
Texto de Eduardo Lourenço no Público.
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junho 29, 2004
Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo
Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo,
E ao beber nem recorda
Que já bebeu na vida,
Para quem tudo é novo
E imarcescível sempre.
Coroem-no pâmpanos, ou heras, ou rosas volúteis,
Ele sabe que a vida
Passa por ele e tanto
Corta à flor como a ele
De Átropos a tesoura.
Mas ele sabe fazer que a cor do vinho esconda isto,
Que o seu sabor orgíaco
Apague o gosto às horas,
Como a uma voz chorando
O passar das bacantes.
E ele espera, contente quase e bebedor tranquilo,
E apenas desejando
Num desejo mal tido
Que a abominável onda
O não molhe tão cedo.
Ricardo Reis, Odes
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A Bandeira não é um produto do marketing!
[...] Ela é tão nossa já, a guiar-nos os passos...
De tal forma diz Pátria, essa bandeira bela,
Que ou esta Pátria vive erguendo-a bem nos braços
Ou esta Pátria morre amortalhada nela!
Bernardo Passos
A Bandeira Nacional não é um cachecol onde é permitido todo o tipo de inscrições!
A Bandeira Nacional é o símbolo da República!
É lamentável que, a coberto da euforia em torno da Bandeira Nacional, exista tão mesquinho aproveitamento e manipulação do seu simbolismo, que haja quem queira fazer deste país uma república das bananas!
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junho 28, 2004
A memória do povo é curta!
Onde é que estão as vozes dissonantes?!
Pois é!
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Por causa disto corremos o risco de perder com a Holanda!!
1. É extraordinário como a possibilidade de o Primeiro Ministro português vir ocupar a cadeira de Presidente da Comisão Europeia nos próximos cinco anos tem sido relegada para segundo plano.
2. É pouco menos que surrealista a onda de contestação que se gerou face à hipótese de Pedro Santana Lopes vir a substituir o Primeiro Ministro - PSL já se pronunciou sobre o assunto?
Será que o homem que serve na Câmara de Lisboa, com um orçamento superior ao de vários ministérios, se sujeitaria a ser alvo de tanta contestação, antes sequer de tomar posse? Não creio. PSL é ambicioso, mas não é estúpido!
3. Ao contrário do que diz Abrupto, parece-me que os portugueses estão muito bem informados sobre tudo; muita tem gente tem opinião formada sobre o assunto - ainda não se sabe o que vai acontecer, mas já se sabe o que não vai acontecer..
M`espanto com a miríade de constitucionalistas encartados que existem neste país!
4. Seja quem fôr O Escolhido, a oposição vai ter de o engolir, uma vez que a actual oposição não tem credibilidade.. e além disso, o Presidente é uma pessoa sensata!
5. Verdadeiro milagre, a manifestação espontânea de ontem em Belém; Inicia-se uma nova forma de intervenção política - o telemóvel.
6. Os unanimismos são pouco saudáveis, mesmo na nossa democracia.
7. A frase "melhores dias virão" não se aplica... porque tem estado um tempo fantástico!
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junho 26, 2004
The dreams in which I’m dying are the best I’ve ever had..!
All around me are familiar faces
Worn out places
Worn out faces
Bright and early for the daily races
Going no where
Going no where
Their tears are filling up their glasses
No expression
No expression
Hide my head I wanna drown my sorrow
No tomorrow
No tomorrow
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I’m dying are the best I’ve ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles its a very very
Mad world
Mad world
Children waiting for the day they feel good
Happy birthday
Happy birthday
And I feel the way that every child should
Sit and listen
Sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me
No one knew me
Hello teacher tell me what’s my lesson
Look right through me
Look right through me
And I find I kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I’m dying are the best I’ve ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles its a very very
Mad world
Mad world
Enlarging your world
Mad world
Gary Jules, para a banda sonora de Donnie Darko
Over and over again.. lindo! lindo!
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junho 25, 2004
Pouco importa... mas é bom!
Portugal não acaba de vencer o Euro mas não importa, o momento é, agora, de suprema alegria.
Que importa que aquele fantástico golo de Rui Costa (logo de Rui Costa!) não tenha conseguido iluminar de vez o caminho vitorioso dos portugueses; (...) que tenha sido obrigado a viver aqueles segundos de desespero quando a sua bola de penalidade saiu por cima da trave de James;
que importa agora ter-nos parecido mal a substituição de Luis Figo ou a infelicidade naquele toque de cabeça de Costinha que isolou Owen para o primeiro golo inglês;
que importa agora saber se Hélder Postiga não marcava um golo à muito tempo, se ele escolheu uma noite sublime para se reencontrar com o seu destino de ponta-de-lança;
que importa agora saber como a estrelinha seguiu, leal, o notável coração da equipa nacional naquele precioso momento, a escassos minutos do final do jogo, em que Sol Campbell atirou de cabeça à trave da baliza de Ricardo.
Parecia o destino a querer escrever no céu as iluminadas palavras do sucesso português.
Portugal não acaba de vencer o Euro, mas acaba de justificar a comunhão deste ideal entre os portugueses e a sua Selecção.
O que se viveu na Luz não é já a força de um enorme coração; é a força de um coração que já não cabe no País(...)
João Bonzinho, in A Bola, hoje
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junho 24, 2004
Tratado de Windsor na gaveta..
A aliança política entre as duas coroas derivou da Guerra dos Cem Anos.
O motivo próximo foi a ambição partilhada pelo Rei português D. Fernando e pelo Duque de Lancaster - ambos se diziam legítimos pretendentes ao trono de Castela, daí o tratado ser básicamente contra Castela e Aragão.
O papel das tropas inglesas foi importante para dissuadir os castelhanos, embora tenham submetido a população portuguesa às maiores selvajarias, tendo inclusivamente cercado e atacado terras amuralhadas.
Perante os protestos de D. Fernando, os populares decidiram defender-se a eles próprios, infligindo pesadas baixas aos «aliados» britânicos.
Na História mais recente, não necessitámos da ajuda dos amigos ingleses para derrotar os espanhóis, assim como hoje vamos lutar com armas e dentes contra o nosso aliado ancestral..!
Vamos reescrever a História!
Vamos a eles!
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junho 23, 2004
Ficções.. ou do sentido da vida!
Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade.
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada,
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos,
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.
Alberto Caeiro, 1-10-1917
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Realidades..
junho 22, 2004
Os dias estão a ficar mais pequenos..!
Contemplas lá no alto a lua errante
Do apogeu, pouco a pouco a aproximar-se
Como alguém que se tivesse perdido
Na vastidão do céu, sem rumo andando
(Il Penseroso)
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junho 20, 2004
o sol voltou a brilhar...
Agora, com licença...
Vou para o Marquês de Pombal dar uso ao cachecol e à bandeira..!!!!!!!
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Parabéns, Sofia!
Lembro-me, lembro-me
Da casa onde nasci,
Da pequena janela por onde o sol
Vinha espreitar pela manhã;
Nunca chegava um piscar de olhos demasiado cedo,
Nem trazia um dia demasiado longo,
Mas agora muitas vezes desejo que a noite
Me tivesse levado a respiração!
Lembro-me, lembro-me
Das rosas, vermelhas e brancas,
Das violetas e dos lírios,
Daquelas flores feitas de luz!
Dos lilases onde o tordo fazia ninho,
E onde meu irmão plantou
O laburno no dia do seu aniversário,
- A árvore ainda está viva!
Lembro-me, lembro-me
De onde costumava correr
E pensar que o ar devia ser também assim fresco
Nas asas das andorinhas;
O meu espírito, que então voava em penas,
Que está agora tão pesado,
E os lagos do Verão mal podiam refrescar
A febre da minha testa!
Lembro-me, lembro-me
Dos abetos negros e altos;
Costumava pensar que as suas copas esguias
Estavam perto, em comparação com o céu:
Era uma ignorância infantil
Mas agora não é grande alegria
Saber que estou mais longe do céu
Do que quando era menino.
Thomas Hood
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duelo ao pôr do sol
Se Portugal ganhar 1-0 e a Grécia perder por 2-0, passamos nós e a Espanha!
O problema é que, para cumprir promessas eleitorais, o primeiro-ministro espanhol quer que todas as forças envolvidas em disputas internacionais regressem ao país até final do mês de Junho!
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Poema de Amor de António e de Cleópatra
Pelas tuas mãos medi o mundo
E na balança pura dos teus ombros
Pesei o ouro do Sol e a palidez da Lua.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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junho 19, 2004
O pé na bola ou a parábola da juventude para toda a vida
PICASSO
Na Galilea, zurzido (e também bucólico) cata-vento da ilha de Maiorca, o espectador conheceu uma menina de três anos com cara de viúva. A criaturinha chama-se Gildarda, tal qual uma infanta goda, e tem os olhinhos próximos e pequeninos, o cabelo tristemente frouxo, as pernas curtas, o traseiro cheiinho e circunspecto, a voz de grilo, o gesto solene, a saíta plissada e a camisola cor verde alface. Gildarda, vendo bem, é um nojo de miúda. Gildarda nasceu viúva, tem já três anos de viuvez; se não recebe nem um chavo pela viuvez não é por culpa dela: os seguros sociais estão ainda na etapa do direito administrativo. Gildarda e o espectador, às vezes, brincam às cozinhas com feijões e grãos-de-bico. Gildarda é muito trabalhadeira, anda sempre bem disposta e puxa o lustro aos feijões com a ponta da combinação; então, o espectador (que não há maneira de assentar a cabeça) aproveita para lhe dar um pontapé ou para lhe deitar água nas costas. Gildarda chora, e o espectador, arrebanhando as suas últimas energias, consegue que a consciência lhe remorda um bocadinho, quase nada. Gildarda e o espectador, com as suas brincadeiras, divertem-se bastante.
Há quem nasça velho e quem morra, pasmado pelos anos, galharda ou ternamente jovem, conforme o temperamento e o ofício.No Livro dos Provérbios lê-se que a alegria da juventude é a sua força; há quem nasça tendo já abdicado sem o saber (da mesma forma que os príncipes nascem príncipes) e há quem morra com netos e como sem ter dado importância à briga. Para Cristina da Suécia, tudo o que é fraco é velho e tudo o que é forte, novo. Se calhar um dia descobre-se que o calendário não serve para medir a idade. Gildarda é uma velhinha respeitável (embalsamável) que acaba de nascer. Quando Gildarda chegar, aos seus vinte e cinco anos, à senilidade, o espectador - se Deus se dignar a tal - terá de ser procurado nos campos onde se joga à moeda, às caricas e à bola.
- Chuta, Camilo, que estamos empatados a dezoito!
Gildarda, então, gritando como uma possessa "que horror!", "que horror!", correrá para se refugiar na delicada sombra onde vivem, se reproduzem e morrem os misteriosos e cautelosos cogumelos do mais atroz esquecimento. Pior para ela!
Camilo José Cela, Onze Contos de Futebol, Edições Asa, pp. 9-10
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junho 18, 2004
até onde é capaz de ir a estupidez dos homens?
Uma mãe amamenta a sua criança subnutrida num acampamento perto de uma escola em El Genina, a norte de Darfur - SUDÃO
Genocídio, limpeza étnica, dois milhões de pessoas afectadas, trezentas mil a morrer à fome.
Esta catástrofe humanitária só termina quando as mães morrerem todas..
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junho 17, 2004
Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery
Il se trouvait dans la région des astéroïdes 325, 326, 327, 328, 329 et 330.
Il commença donc par les visiter pour y chercher une occupation et pour s'instruire.
La première était habitée par un roi. Le roi siégeait, habillé de pourpre et d'hermine, sur un trône très simple et cependant majesteuex.
-Ah! Voilà un sujet, s'écria le roi quand il aperçut le petit prince.
Et le petit prince se demanda:
-Comment peut-il me connaître puisqu'il ne m'a encore jamais vu!
Il ne savait pas que, pour les rois, le monde est très simplifié.
Tous les hommes sont des sujets.
-Approche-toi que je te voie mieux, lui dit le roi qui était tout fier d'être roi pour quelqu'un.
Le petit prince chercha des yeux où s'asseoir, mais la planète était toute encombrée par le magnifique manteau d'hermine. Il resta donc debout, et, comme il était fatigué, il bâilla.
-Il est contraire à l'étiquette de bâiller en présence d'un roi, lui dit le monarque. Je te l'interdis.
-Je ne peux pas m'en empêcher, répondit le petit prince tout confus. J'ai fait un long voyage et je n'ai pas dormi...
-Alors, lui dit le roi, je t'ordonne de bâiller. Je n'ai vu personne bâiller depuis des années. les bâillements sont pour moi des curiosités. Allons! bâille encore. C'est un ordre.
-Ca m'intimide... je ne peux plus... fit le petit prince tout rougissant.
-Hum! Hum! répontit le roi. Alors je... je t'ordonne tantôt de bâiller et tantôt de...
Il bredouillait un peu et paraissait vexé.
Car le roi tenait essentiellement à ce que son autorité fût respectée. Il ne tolérait pas le désobéissance. C'était un monarque absolu. Mais comme il était très bon, il donnait des ordres raisonnables.
"Si j'ordonnais, disait-il couramment, si j'ordonnais à un général de se changer en oiseau de mer, et si le général n'obéissait pas, ce ne serait pas la faute du général. Ce serait ma faute."
-Puis-je m'asseoir? s'enquit timidement le petit prince.
-Je t'ordonne de t'asseoir, lui répondit le roi, qui ramena majestueusement un pan de son manteau d'hermine.
Mais le petit prince s'étonnait. la planète était minuscule. Sur quoi le roi pouvait-il bien reigner?
-Sire, lui dit-il... je vous demande pardon de vous interroger...
-Je t'ordonne de m'interroger, se hâta de dire le roi.
-Sire... sur quoi régnez-vous?
-Sur tout, répondit le roi, avec une grande simplicité.
-Sur tout?
Le roi d'un geste discret désigna sa planète, les autres planètes et les étoiles.
-Sur tout ça? dit le petit prince.
-Sur tout ça... répondit le roi.
Car non seulement c'était un monarque absolu mais c'était un monarque universel.
-Et les étoiles vous obéissent?
-Bien sûr, lui dit le roi. Elles obéissent aussitôt. Je ne tolère pas l'indiscipline.
Un tel pouvoir émerveilla le petit prince. S'il l'avait détendu lui-même, il aurait pu assister, non pas à quarante-quatre, mais à soixante-douze, ou même à cent, ou même à deux cents couchers de soleil dans la même journée, sans avoir jamais à tirer sa chaise! Et comme il se sentait un peu triste à cause du souvenir de sa petite planète abandonnée, il s'enhardit à solliciter une grâce du roi:
-Je voudrais voire un coucher de soleil... Faites-moi plaisir... Ordonnez au soleil de se coucher...
-Si j'ordonnais à un général de voler une fleur à l'autre à la façon d'un papillon, ou d'écrire une tragédie, ou de se changer en oiseau de mer, et si le général n'exécutait pas l'ordre reçu, qui, de lui ou de moi, serait dans son tort?
-Ce serait vous, dit fermement le petit prince.
-Exact. Il faut exiger de chaqu'un ce que chaqu'un peut donner, reprit le roi. L'autorité repose d'abord sur la raison. Si tu ordonnes à ton peuple d'aller se jeter à la mer, il fera la révollution. J'ai le droit d'exiger l'obéissance parce que mes ordres sont raisonnables.
-Alors mon coucher de soleil? rappela le petit prince qui jamais n'oubliait une question une fois qu'il l'avait posée.
-Ton coucher de soleil, tu l'auras. Je l'exigerai. Mais j'attendrai, dans ma science du gouvernement, que les conditions soient favorables.
-Quand ça sera-t-il? s'informa le petit prince.
-Hem! Hem! lui répondit le roi, qui consulta d'abord un gros calendrier, hem! hem! ce sera, vers... vers... ce sera ce soir vers sept heures quarante! Et tu verras comme je suis bien obéi.
Le petit prince bâilla. Il regrettait son coucher de soleil manqué. Et puis il s'ennuyait déjà un peu:
-Je n'ai plus rien à faire ici, dit-il au roi. Je vais repartir!
-Ne pars pas, répontit le roi qui était si fier d'avoir un sujet. Ne pars pas, je te fais ministre!
-Ministre de quoi?
-De... de la justice!
-Mais il n'y a personne à juger!
-On ne sait pas, lui dit le roi. Je n'ai pas fait encore le tour de mon royaume. Je suis très vieux, je n'ai pas de place pour un carrosse, et ça me fatigue de marcher.
-Oh! Mais j'ai déjà vu, dit le petit prince qui se pencha pour jeter encore un coup d'oeil sur l'autre côté de la planète. Il n'y a personne là-bas non plus...
-Tu te jugeras donc toi-même, lui répondit le roi. C'est le plus difficile. Il est bien plus difficile de se juger soi-même que de juger autrui. Si tu réussis à bien te juger, c'est que tu es un véritable sage.
-Moi, dit le petit prince, je puis me juger moi-même n'importe où. Je n'ai pas besoin d'habiter ici.
-Hem! Hem! dit le roi, je crois bien que sur ma planète il y a quelque part un vieux rat. Je l'entends la nuit. Tu pourras juger ce vieux rat. Tu le condamneras à mort de temps en temps. Ainsi sa vie dépendera de ta justice. Mais tu le gracieras chaque fois pour économiser. Il n'y en a qu'un.
-Moi, répondit le petit prince, je n'aime pas condamner à mort, et je crois bien que je m'en vais.
-Non, dit le roi.
Mais le petit prince, ayant achevéses préparatifs, ne voulut point peiner le vieux monarque:
-Si votre majesté désirait être obéie ponctuellement, elle pourrait me donner un ordre raisonnable. Elle pourrait m'ordonner, par exemple, de partir avant une minute. Il me semble que les conditions sont favorables...
Le roi n'ayant rien répondu, le petit prince hésita d'abord, puis, avec un soupir, pris le départ.
-Je te fais mon ambassadeur, se hâta alors de crier le roi.
Il avait un grand air d'autorité.
Les grandes personnes sont bien étranges, se dit le petit prince, en lui même, durant son voyage.
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junho 16, 2004
peço..
Obrigado.
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Desespero
Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.
Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.
Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu
A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.
Poema de José Carlos Ary dos Santos
Gravura de Artur Bual
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junho 15, 2004
Se Tu Me Esqueces
Quero que saibas
uma coisa.
Tu sabes como é:
se contemplo
a lua de cristal, os ramos rubros
do outono lento na minha janela,
se toco
ao pé do lume
a impalpável cinza
ou o corpo enrugado da lenha,
tudo a ti me conduz,
como se tudo o que existe.
aroma, luz , metais,
fossem barcos que navegam
em direcção às tuas ilhas que me esperam.
Ora bem, se a pouco e pouco deixas de amar-me
deixarei de amar-te a pouco e pouco.
Se de repente
me esqueceres
não me procures,
que já te haverei esquecido.
Se consideras longo e louco
o vento de bandeiras
que percorre a minha vida
e decidires
deixar-me à margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
nessa hora,
levantarei os braços
e as minhas raízes irão
procurar outra terra.
Pablo Neruda
Os Versos do Capitão
(Tradução de Albano Martins)
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Iluminuras medievais
Bellerophon kills the Chimera
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junho 14, 2004
Este Mar
Este mar me detém, mas nunca saberei
quem desvaneceu a escrita aqui abandonada num desígnio antiquíssimo:
as pegadas tenras das gaivotas, folhas tranquilas
a denunciar os ramos adejantes que copiam a espuma
Escrevo gaivotas , simplifico: acaso estes signos
sejam também de alcatrazes, alciões:
mas ao soletrar o seu ditado errante
decifro mensagens num livro tão precário que a brisa o arrebata.
Isso não importaria: eu iria olhando no chão o negativo de meus pés,
nada teria para o comparar, prosseguiria.
Até onde?
Prosseguiria sempre:
jamais findam as praias, nem quando a luz se rende.
Assim, terei de retornar ao poema: nomear o desconhecido,
reconstituir no mineral ou na face que o tempo feriu para delir depois
a pressão de umas pulsações, de uma cabeça vencida pelo cansaço [ou o desejo.
E recomeçar é sangrento se o ímpeto se finca apenas em palavras,
em matéria que não se possui.
As palavras nunca podem guardar-se;
quando poupadas, decompõem-se na sua própria usura.
Há que procurar o texto alado: rente às algas exaustas,
sob a turquesa estilhaçada que neva e tumultua,
iremos desvendá-lo.
Sem um indício?
Uma cor, um odor
vão conduzir-nos: os que no azebre de um rosto em nós sepulto
distanciam as feições do interior de onde despontam,
como o verbo se corrompe desde que as sílabas se juntam e ameaçam:
os sinais que gravamos propõem uma totalidade
até que uns olhos neles se jogam e os afastam
do sangue de onde nascem.
Esse é o exemplo das asas:
lassas, arqueiam-se suplicando o sol,
rasam a areia, prolongam a nervura das pegadas,
enfunam-se num arrepio inverniço - prenúncio de rajadas e marés -
e disparam para incendiar-se onde a sombra as não humilhe.
Recomeço, pois. Como recuperar o início?
os cirros como lanhos veementes a exaurir as tardes?
os areais rebeldes aos barcos, a expulsar o seu domínio?
Onde os dias a transbordar de conchas cálidas?
Estou aqui e é evidente que a ausência de sinais
sobre este chão, estas mãos, esta fronte que não sustenho
porque estão em outro lugar numa hora longínqua
é a única legenda que me pode ser dada.
Só resta transcrevê-la e extingui-la sem a ter compreendido.
Pousam estas letras como aves: desconhecem a morte,
para elas todo o espaço é este azul e o tempo o momento
em que seu vulto avança e é peso a impor um sentido
que será denunciado apenas a quem a seguir até à própria consumação:
a salsugem, o vento ávido de cumprir-se na sua fuga ao silêncio,
as vagas ou o esquecimento indiferentes ao destruir o que ignoram,
mesmo se a espuma é no meio-dia um peito em floração
e na noite a alva naufragada prestes a cobrir o corpo desejado.
Poema de José Bento
Fotografia de Carlos Serrano
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junho 13, 2004
Força Portugal!
.. a desilusão foi tremenda..
.. mas vamos continuar a apoiar a Selecção Nacional ATÉ AO FIM!
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Porém, nada valeu em face da última visão:
E começou dançando...
Envolvia-a uma túnica branca, listada de amarelo. Cabelos soltos, loucamente. Jóias fantásticas nas mãos; e os pés descalços, constelados...
Ai, como exprimir os seus passos silenciosos, úmidos, frios de cristal; o marulhar da sua carne ondeando; o álcool dos seus lábios que, num requinte, ela dourara - toda a harmonia esvanecida nos seus gestos; todo o horizonte difuso que o seu rodopiar suscitava, nevoadamente...Entretanto, ao fundo, numa ara misteriosa, o fogo ateara-se...
Vício a vício a túnica lhe ia resvalando, até que, num êxtase abafado, soçobrou a seus pés... Ah! nesse momento, em face à maravilha que nos varou, ninguém pôde conter um grito de assombro...
Quimérico e nu, o seu corpo sutilizado, erguia-se litúrgico entre mil cintilações irreais. Como os lábios, os bicos dos seios e o sexo estavam dourados - num ouro pálido, doentio. E toda ela serpenteava em misticismo escarlate a querer-se dar ao fogo...Mas o fogo repelia-a...Então, numa última perversidade, de novo tomou os véus e se ocultou, deixando apenas nu o sexo áureo - terrível flor de carne a estrebuchar agonias magentas...
Vencedora, tudo foi lume sobre ela...
E, outra vez desvendada - esbraseada e feroz, saltava agora por entre labaredas, rasgando-as: emaranhando, possuindo, todo o fogo bêbado que a cingia.
Mas finalmente, saciada após estranhas epilepsias, num salto prodigioso, como um meteoro - ruivo meteoro - ela veio tombar no lago que mil lâmpadas ocultas esbatiam de azul cendrado.
Então foi apoteose:
Toda a água azul, ao recebê-la, se volveu vermelha de brasas, encapelada, ardida pela sua carne que o fogo penetrara... E numa ânsia de se extinguir, possessa, a fera nua mergulhou... Mas quanto mais se abismava, mais era lume ao seu redor...
Até que por fim, num mistério, o fogo se apagou em ouro e, morto, o seu corpo flutuou heráldico sobre as águas douradas - tranquilas, mortas também....
In «A Confissão de Lúcio» de Mário de Sá carneiro
Etiquetas: Mário de Sá Carneiro
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junho 12, 2004
Aguarela de Pratt (II)
Corto Maltese cruzou-se com muitas mulheres durante as suas aventuras, embora nenhuma tenha influenciado de forma decisiva o seu temperamento de solitário.
Mas por são as mulheres tão importantes na história deste marinheiro?
Talvez porque é um incorrigível romântico e não consegue resistir a uns olhos bonitos .
"C'est parce que tu ne ressembles à personne que j'aurais voulu te rencontrer toujours, n'importe où"
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O Coito e a Sauna
Melhor é foder primeiro, e então banhar.
Esperas que, curva, sobre o balde se ajeite
O traseiro nu miras com deleite
E tocas-lhe entre as coxas a reinar.
Mantém-na em posição, mas logo após
Assento no piço lhe seja permitido
Se duche quiser na cona, invertido.
Depois, claro, seguindo nossos avós,
Serve ela no banho.
As pedras põe a apitar
Com bátega rápida (que a água ferva)
Com tenra bétula te açoita e corado
Em balsâmico vapor mais esquentado
A pouco e pouco te deixas refrescar
Suando agora a fodança em caterva.
Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso
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junho 10, 2004
Invocação às Ninfas do Tejo e do Mondego
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego,
Eu, que cometo, insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A Fortuna me traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo e novos danos:
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios inumanos,
Qual Cánace, que à morte se condena,
Numa mão sempre a espada e noutra a pena;
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo mais que nunca derribado;
Agora às costas escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado
Que não menos milagre foi salvar-se
Que pera o Rei Judaico acrecentar-se.
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles que eu cantando andava
Tal prémio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram.
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valerosos,
Que assi sabem prezar, com tais favores,
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Pera espertar engenhos curiosos,
Pera porem as cousas em memória
Que merecerem ter eterna glória!
Pois logo, em tantos males, é forçado
Que só vosso favor me não faleça,
Principalmente aqui, que sou chegado
Onde feitos diversos engrandeça:
Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado
Que não no empregue em quem o não mereça,
Nem por lisonja louve algum subido,
Sob pena de não ser agradecido.
Nem creiais, Ninfas, não, que fama desse
A quem ao bem comum e do seu Rei
Antepuser seu próprio interesse,
Imigo da divina e humana Lei.
Nenhum ambicioso que quisesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
Só por poder com torpes exercícios
Usar mais largamente de seus vícios;
Nenhum que use de seu poder bastante
Pera servir a seu desejo feio,
E que, por comprazer ao vulgo errante,
Se muda em mais figuras que Proteio.
Nem, Camenas, também cuideis que cante
Quem, com hábito honesto e grave, veio,
Por contentar o Rei, no ofício novo,
A despir e roubar o pobre povo!
Nem quem acha que é justo e que é direito
Guardar-se a lei do Rei severamente,
E não acha que é justo e bom respeito
Que se pague o suor da servil gente;
Nem quem sempre, com pouco experto peito,
Razões aprende, e cuida que é prudente,
Pera taxar, com mão rapace e escassa,
Os trabalhos alheios que não passa.
Aqueles sós direi que aventuraram
Por seu Deus, por seu Rei, a amada vida,
Onde, perdendo-a, em fama a dilataram,
Tão bem de suas obras merecida.
Apolo e as Musas, que me acompanharam,
Me dobrarão a fúria concedida,
Enquanto eu tomo alento, descansado,
Por tornar ao trabalho, mais folgado.
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junho 09, 2004
"bom dia, tiozinho.."
Os Amigos Desconhecidos
Quando ouvi onde ouvi este rosto vulgar e fatigado
estes olhos brilhantes lá no fundo
e este ar abandonado e inconformado
que aproxima?
Quando ouvi esta voz
que se eleva em surdina em meu ouvido e diz
frases tão conhecidas?
Quando foi que senti
estes dedos amigos nos meus dedos
este aperto de mão
tão comovidamente prolongado?
Não somos nós dois homens estranhos que se cruzam
com o mesmo passado
e com a mesma féria?
Ah dois amigos velhos que se encontram
pela primeira vez
Mário Dionísio
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junho 08, 2004
Trânsito de Estrasburgo!
Ainda não me tinha ocorrido, a propósito das Eleições Europeias, que a última vez que votei Portugal ainda não era membro da então CEE. Já passou algum tempo..!
As Eleições Europeias, como de resto à maioria das pessoas, têm-me passado ao lado..
Cada um tem as suas razões - falta de informação, de convicção, o que seja!
Não discuto a questão do dever cívico, da cidadania!
Mesmo que quisesse, nesta altura já não poderia votar, por razões técnicas. Mas sinto que começa a ser mais necessário que antes..
São 25 países com assento no Parlamento Europeu.. é sem dúvida essencial que tenhamos lá os que melhor saibam e consigam defender os interesses de Portugal, sejam de que partido forem.
Não é importante votar para exportar para lá os chatos de que nos queremos livrar. Não é importante votar porque as liberdades estão em perigo! Não é importante votar porque está em causa - já não está, a Constituição Europeia!
É importante votar para que as pessoas se sintam representadas onde cada vez mais o futuro colectivo se decide, e é bom que essa consciência ganhe forma rapidamente!
ANDA TUDO ANESTESIADO!
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Sun Tzu on the Art of War
1. Sun Tzu said: In the operations of war,where there are in the field a thousand swift chariots, as many heavy chariots, and a hundred thousand mail-clad soldiers, with provisions enough to carry them a thousand li, the expenditure at home and at the front,
including entertainment of guests, small items such as glue and paint, and sums spent on chariots and armor, will reach the total of a thousand ounces of silver per day.
Such is the cost of raising an army of 100,000 men.
2. When you engage in actual fighting, if victory is long in coming, then men's weapons will grow dull and their ardor will be damped. If you lay siege to a town, you will exhaust your strength.
3. Again, if the campaign is protracted, the resources of the State will not be equal to the strain.
4. Now, when your weapons are dulled, your ardor damped, your strength exhausted and your treasure spent, other chieftains will spring up to take advantage of your extremity. Then no man, however wise, will be able to avert the consequences that must ensue.
5. Thus, though we have heard of stupid haste in war, cleverness has never been seen associated with long delays.
6. There is no instance of a country having benefited from prolonged warfare.
7. It is only one who is thoroughly acquainted with the evils of war that can thoroughly understand the profitable way of carrying it on.
8. The skillful soldier does not raise a second levy, neither are his supply-wagons loaded more than twice.
9. Bring war material with you from home, but forage on the enemy. Thus the army will have food enough for its needs.
10. Poverty of the State exchequer causes an army to be maintained by contributions from a distance. Contributing to maintain an army at a distance causes the people to be impoverished.
11. On the other hand, the proximity of an army causes prices to go up; and high prices cause the people's substance to be drained away.
12. When their substance is drained away, the peasantry will be afflicted by heavy exactions.
13,14. With this loss of substance and exhaustion of strength, the homes of the people will be stripped bare, and three-tenths of their income will be dissipated; while government expenses for broken chariots, worn-out horses, breast-plates and helmets, bows and arrows, spears and shields, protective mantles, draught-oxen and heavy wagons, will amount to four-tenths of its total revenue.
15. Hence a wise general makes a point of foraging on the enemy. One cartload of the enemy's provisions is equivalent to twenty of one's own, and likewise a single picul of his provender is equivalent to twenty from one's own store.
16. Now in order to kill the enemy, our men must be roused to anger; that there may be advantage from defeating the enemy, they must have their rewards.
17. Therefore in chariot fighting, when ten or more chariots have been taken, those should be rewarded who took the first. Our own flags should be substituted for those of the enemy, and the chariots mingled and used in conjunction with ours. The captured soldiers should be kindly treated and kept.
18. This is called, using the conquered foe to augment one's own strength.
19. In war, then, let your great object be victory, not lengthy campaigns.
20. Thus it may be known that the leader of armies is the arbiter of the people's fate, the man on whom it depends whether the nation shall be in peace or in peril.
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