Sexta-feira, Fevereiro 20

Reivindicação da Arte 

A boa, que ao seu amor nada nega
E se lhe entrega com antecipação
Saiba: que não é boa vontade não
Mas talento, o que ele deseja na esfrega.


Mesmo se à velocidade do som
Do sou-tua dela à cópula chega
Não é pressa que o botão dele carrega
Quando às bolas seminais dá vazão.


Se é o amor que primeiro atiça o fogo
Precisa ela depois,
Para Inverno amparado
De ser dona ainda de um traseiro dotado.
De facto, mais que o fervor no olhar
(Também faz falta) um truque há que usar:
Coxas soberbas, em soberbo jogo.


Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso

Fui ver... era a Gralha! 



Bom! Em primeiro lugar, as minhas fontes (sempre fidedignas)
tiveram o cuidado de confirmar que não se trata de nenhuma montagem.

Este recorte, para quem quiser confirmar, está publicado no
Diário da República - II Série, nº 25 - 30 de Janeiro de 2004.

Isto para chegar onde?!

Tem graça enquanto gralha.

Hipótese A) O homem vai «fazer sangue»!
Hipótese B) Desta vez vai utilizar bem a inteligência e achar piada!

Quarta-feira, Fevereiro 18

Idade das Trevas (II) 



Mais de 4400 padres dos Estados Unidos foram acusados de abuso sexual contra menores, entre 1959 e 2002.
De acordo com as investigações, perto de 80 por cento dos abusados sexualmente tinham entre 11 e 17 anos; cerca de 15 por cento tinha entre 8 e 19 anos e quase 6 por cento tinha 7 anos ou menos.

O presidente da Conferência Episcopal diz que o relatório é "um marco importante que dá que pensar".

Ao menos, na Idade Média, as almas viviam em paz!

Padres?!
Porque é que não pensam em castrá-los no final do seminário?

A ESTRELINHA QUE OS GUIE!

Idade das Trevas (I) 



Quatro em cada cinco portugueses estão mal informados sobre o
Projecto de Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa.
Apesar disso, na Europa dos Quinze, só os finlandeses parecem estar mais distraídos que nós. Curioso!
Também significativo é o facto de os habitantes dos dez Estados que vão aderir a 1 de Maio estarem mais bem informados que a média dos europeus..

Na era da informação, dá que pensar um pouco a questão da cidadania!


Terça-feira, Fevereiro 17

Uma paisagem assim pode aquecer a alma.. 



Apetece saltar a cerca e perdermo-nos..
Até encontrar uma cabana onde o sangue volte a aquecer!
Um sorriso acolhedor..
Sensação familiar!


Segunda-feira, Fevereiro 16

Reminiscências 

Quanto tempo é que a águia
vai continuar a planar
sobre o fundo azul
sem conseguir aterrar?

isto vai começar a aquecer... 

Se o Santana Lopes avançar com a candidatura, vou recensear-me e votar nele!
( e ganhar muitos amigos, já sei...)
A última vez que votei foi nas autárquicas de 1985!
Mas há muitos anos que penso que este homem não é do norte, e agora, com a simpatia que o meu amigo Alberto João demonstrou pela ideia, então não tenho dúvidas! O homem será imbatível!
«Será que, falhada a revisão constitucional, o dr. Santana Lopes toma a iniciativa de devolver a soberania ao povo português para o povo português decidir?»
Quem senão o Alberto João poderia espevitar a discussão sobre estes temas?
Está aberta a sessão...

Domingo, Fevereiro 15

Penitência 

Eu me penitencio
Grande Leão
Pela incursão
À sinagoga
Para apoiar o Glorioso

Por ti
Por mim
Pelos outros
Pelo país

E mil motivos mais

Farei uma expiação voluntária
Através da segunda circular
Passarei pelo Covil
A celebrar o segundo lugar

World Press Photo 2004 

Vou começar por colocar uma foto do Alexander Hassenstein da Alemã Bongarts Sportfoto, que teve o terceiro prémio na categoria sports action.
O "artista", Thomas Morgenstern na World Cup Skijumping, Kuusamo - Finlândia, traz-me à memória uma aventura que tive neste mesmo local há coisa de um ano, em que por mero acaso fui com um companheiro de ocasião parar a uma negra!
Pela quantidade de trambolhões que dei durante a descida - parecia que nunca mais acabava, deu para ter uma ideia do gozo que deve ser malhar a esta velocidade! A repetir...!


Poemas Inconjuntos, Alberto Caeiro 

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.


«Mensagem» de Fernando Pessoa  



1ª Parte - O Brasão

IV - A Coroa



NUN'ÁLVARES PEREIRA

Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.

Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.

'Sperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!



V - O TIMBRE

A CABEÇA DO GRIFO - O INFANTE D. HENRIOUE

Em seu trono entre o brilho das esferas,
Com seu manto de noite e solidão,
Tem aos pés o mar novo e as mortas eras —
O único imperador que tem, deveras,
O globo mundo em sua mão.


UMA ASA DO GRIFO - D. JOÃO O SEGUNDO

Braços cruzados, fita além do mar.
Parece em promontório uma alta serra —
O limite da terra a dominar
O mar que possa haver além da terra.

Seu formidável vulto solitário
Enche de estar presente o mar e o céu.
E parece temer o mundo vário
Que ele abra os braços e lhe rasgue o véu.


A OUTRA ASA DO GRIFO - AFONSO DE ALBUQUERQUE

De pé, sobre os países conquistados
Desce os olhos cansados
De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
Não pensa em vida ou morte,
Tão poderoso que não quer o quanto
Pode, que o querer tanto
Calcara mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
Três impérios do chão lhe a Sorte apanha.
Criou-os como quem desdenha.


Ainda o Compromisso Portugal 

Claro que é só mais uma opinião, mas o artigo Compra-me isso: Portugal vem ao encontro daquilo que penso deveria ser a atitude perante o tema, sem qualquer espécie de pretensiosismo de verdade absoluta, antes uma reflecção honesta sobre a real situação do país enquadrada no actual contexto europeu. Temos gente capaz, pró-activa e com energia para renovar a alma portuguesa e a auto-confiança que tem andado escondida atrás da obra feita. É fulcral continuar a pensar Portugal, em português, de preferência!

Poente 







Nunca sei como é que se pode achar um poente triste.
Só se é por um poente não ser uma madrugada.

Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?


Poemas Inconjuntos, Alberto Caeiro  

Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo a flores tornam, ou as folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.



Músicas da minha vida 

Eu sei que vou te amar
Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim



Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida, eu vou te amar
Em cada despedida, eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
Pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua, eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta tua ausência me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

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