Sábado, Abril 17
dois mundos, uma história!
Leonardo Liberman
Sem inibições, cada saudação é quente e efusiva, uma experiência do conhecimento mútuo!
Sem inibições, cada saudação é quente e efusiva, uma experiência do conhecimento mútuo!
as pequenas palavras
De todas as palavras escolhi água
porque lágrima, chuva, porque mar
porque saliva, bátega, nascente
porque rio, porque sede, porque fonte.
De todas as palavras escolhi dar.
De todas as palavras escolhi flor
porque terra, papoila, cor, semente
porque rosa, recado, porque pele
porque pétala, pólen, porque vento.
De todas as palavras escolhi mel.
De todas as palavras escolhi voz
porque cantiga, riso, porque amor
porque partilha, boca, porque nós
porque segredo, água, mel e flor.
E porque poesia e porque adeus
de todas as palavras escohi dor.
Rosa Lobato de Faria
Sexta-feira, Abril 16
Cheira-me a esturro!
Não ponho as mãos no lume por ninguém!
Mas a Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, que tem feito uma enorme campanha contra o túnel do Marquês, acrescenta agora aos seus argumentos que corre o risco de derrocada o túnel ferroviário entre o Rossio e Campolide.
O alerta surge porque uma denúncia anónima deu conta que, à data da construção do túnel das Amoreiras, a saída para a Rua Artilharia Um foi abandonada porque “ia interferir” com o túnel do Rossio.
E fazem-se primeiras páginas de jornais com base em denúncias anónimas?!
Mas a Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, que tem feito uma enorme campanha contra o túnel do Marquês, acrescenta agora aos seus argumentos que corre o risco de derrocada o túnel ferroviário entre o Rossio e Campolide.
O alerta surge porque uma denúncia anónima deu conta que, à data da construção do túnel das Amoreiras, a saída para a Rua Artilharia Um foi abandonada porque “ia interferir” com o túnel do Rossio.
E fazem-se primeiras páginas de jornais com base em denúncias anónimas?!
Cheira bem, cheira a Lisboa!
Saio de manhã.
Começo por atravessar as incontornáveis obras do Túnel do Marquês e passo por entre os hotéis em direcção ao Parque Eduardo VII.
Os meus sensores detectam os aromas matinais dos relvados ainda com orvalho e do enorme arvoredo que povoa toda a zona.
O cheiro a verde vai acompanhar-me durante o resto da curta viagem.
Durante o pequeno trajecto pela Alameda do Alto do Parque, à esquerda sorri a estátua de Botero, no meio do jardim sonhado por Gonçalo Ribeiro Teles, à direita aquela fantástica varanda sobre Lisboa, iluminada por uma luz que só existe na Cidade Branca, de onde vejo a Baixa Pombalina banhar-se no Tejo.
A seguir, passo pela zona mais espanhola da cidade e entro nas Avenidas Novas, sempre ladeadas de árvores.
Aqui, o cheiro a verde é substituído pelo dióxido de carbono.
As árvores do centro de Lisboa perderam o cheiro.
Chego ao escritório.
bom dia às coisas aqui ao lado!
Quinta-feira, Abril 15
Hábitos de Amar
Não é exacto que o prazer só perdura.
Muita vez vivido, cresce ainda mais.
Repetir as mil versões prévias, iguais
É aquilo que a nossa atracção segura:
O frémito do teu traseiro há muito
A pedi-las!
Oh, a tua carne é ardil!
E a segunda é, que traz venturas mil,
Que a tua voz presa exija o desfruto!
Esse abrir de joelhos!
Esse deixar-se coitar!
E o tremer, que à minha carne sinal solta
Que saciada a ânsia, logo te volta!
Esse serpear lasso!
As mãos a buscar- me.
Tua a sorrir!
Ai, vezes que se faça:
Não fossem já tantas, não tinha tanta graça!
Poema de Bertolt Brecht, gravura de Pablo Picasso
Damages Presidential Library Washington, DC (Reuters)
A tragic and sad fire has destroyed the personal library of President George W. Bush.
Both of his books have been lost.
The president is reportedly devastated - apparently, he had not finished colouring the second one.
Reuters
Both of his books have been lost.
The president is reportedly devastated - apparently, he had not finished colouring the second one.
Reuters
«Mensagem» de Fernando Pessoa
2º Parte - Mar Português
POSSESSIO MARIS
IX - ASCENSÃO DE VASCO DA GAMA
Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra
Suspendem de repente o ódio da sua guerra
E pasmam. Pelo vale onde se ascende aos céus
Surge um silêncio, e vai, da névoa ondeando os véus,
Primeiro um movimento e depois um assombro.
Ladeiam-no, ao durar, os medos, ombro a ombro,
E ao longe o rastro ruge em nuvens e clarões.
Em baixo, onde a terra é, o pastor gela, e a flauta
Cai-lhe, e em êxtase vê, à luz de mil trovões,
O céu abrir o abismo à alma do Argonauta.
X - MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
XI - A ÚLTIMA NAU
Levando a bordo El-Rei DE. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.
Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou 'spaço,
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.
Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império.
XII - PRECE
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância –
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
De Halley ao Século XX
"Quando morrem os mendigos não aparecem cometas.
Os céus somente se inflamam na morte dos príncipes"
"Júlio César", W. Shakespeare
Edmond Halley
Edmond Halley (1656-1742) deixou o seu nome na História da Ciência.
Newton tinha demonstrado que os cometas, como os planetas, se moviam em secções cónicas faltando, no entanto, apurar-se qual das secções.
Halley mostrou que a órbita do cometa de 1680 era, certamente, uma parábola.
Ele próprio, impulsiona e financia a publicação dos Principia de Newton em 1678.
Na primeira edição, Newton, reconhece implicitamente o seu erro ao aderir à hipótese das trajectórias rectilíneas de Kepler e inclui os cálculos de Halley nos Principia.
Classifica os cometas como uma “classe de planetas” e, tomando os dados das observações, afirma que estes só são vísiveis quando estão relativamente perto do Sol.
Esse facto leva Newton a estabelecer que o brilho observado é devido à luz solar que se reflecte nas caudas.
As caudas deveriam formar-se a partir da atmosfera do cometa no decurso da sua aproximação ao Sol.
Halley calcula, também, os elementos orbitais de 24 cometas de que se dispunham de suficientes observações.
Dessa lista fazem parte o cometa de 1680 e o de 1682 que viria a receber o seu nome.
Halley enfrentou o problema reconstruindo a trajectória de um cometa na sua parte invisível.
Considerou todos os registos históricos disponiveis numa cadeia que se estendia até Séneca e Plínio. Com a teoria de Newton, Halley compara as características orbitais dos cometas de 1531, que tinha sido observado por Apian, o de 1607 observado por Kepler e o de 1682, observado por ele próprio, e encontra muitas semelhanças na inclinação da órbita em relação ao plano da eclíptica, na distância do cometa ao Sol no periélio e no nodo – o ponto onde a órbita do cometa cruza o plano do sistema solar.
De seguida, confrontando as datas dos aparecimentos, encontrou um retorno periódico que era, exactamente, o que dizia a teoria newtoniana se as órbitas dos cometas fossem elipses.
Apesar disso, existiam ainda algumas variações dos elementos orbitais de um aparecimento para outro, que embora pequenas, não convenceram Halley de que tinha chegado à solução do problema.
Um cálculo aproximado dos efeitos da gravidade de Júpiter e de Saturno no movimento do cometa, revelou-se muito concordante com as perturbações observadas.
Posto isto, Halley afirmou que os três aparecimentos eram de um mesmo astro, uma vez que se repetiam em cada 75 ou 76 anos.
Previu que o cometa regressaria em 1758 e acertou.
Os seus resultados foram publicados no famoso Astronomie Cometicae Synopsis, em 1705.
Os céus somente se inflamam na morte dos príncipes"
"Júlio César", W. Shakespeare
Edmond Halley
Edmond Halley (1656-1742) deixou o seu nome na História da Ciência.
Newton tinha demonstrado que os cometas, como os planetas, se moviam em secções cónicas faltando, no entanto, apurar-se qual das secções.
Halley mostrou que a órbita do cometa de 1680 era, certamente, uma parábola.
Ele próprio, impulsiona e financia a publicação dos Principia de Newton em 1678.
Na primeira edição, Newton, reconhece implicitamente o seu erro ao aderir à hipótese das trajectórias rectilíneas de Kepler e inclui os cálculos de Halley nos Principia.
Classifica os cometas como uma “classe de planetas” e, tomando os dados das observações, afirma que estes só são vísiveis quando estão relativamente perto do Sol.
Esse facto leva Newton a estabelecer que o brilho observado é devido à luz solar que se reflecte nas caudas.
As caudas deveriam formar-se a partir da atmosfera do cometa no decurso da sua aproximação ao Sol.
Halley calcula, também, os elementos orbitais de 24 cometas de que se dispunham de suficientes observações.
Dessa lista fazem parte o cometa de 1680 e o de 1682 que viria a receber o seu nome.
Halley enfrentou o problema reconstruindo a trajectória de um cometa na sua parte invisível.
Considerou todos os registos históricos disponiveis numa cadeia que se estendia até Séneca e Plínio. Com a teoria de Newton, Halley compara as características orbitais dos cometas de 1531, que tinha sido observado por Apian, o de 1607 observado por Kepler e o de 1682, observado por ele próprio, e encontra muitas semelhanças na inclinação da órbita em relação ao plano da eclíptica, na distância do cometa ao Sol no periélio e no nodo – o ponto onde a órbita do cometa cruza o plano do sistema solar.
De seguida, confrontando as datas dos aparecimentos, encontrou um retorno periódico que era, exactamente, o que dizia a teoria newtoniana se as órbitas dos cometas fossem elipses.
Apesar disso, existiam ainda algumas variações dos elementos orbitais de um aparecimento para outro, que embora pequenas, não convenceram Halley de que tinha chegado à solução do problema.
Um cálculo aproximado dos efeitos da gravidade de Júpiter e de Saturno no movimento do cometa, revelou-se muito concordante com as perturbações observadas.
Posto isto, Halley afirmou que os três aparecimentos eram de um mesmo astro, uma vez que se repetiam em cada 75 ou 76 anos.
Previu que o cometa regressaria em 1758 e acertou.
Os seus resultados foram publicados no famoso Astronomie Cometicae Synopsis, em 1705.
dúvida metódica
O Rogério Santos das Teorias da Comunicação e das Industrias Culturais é da área do jornalismo ou da publicidade?!
Quarta-feira, Abril 14
the finest art of jazz
Live at the Jazz Workshop, de Thelonious Monk
Gravado em Los Angeles, 1964.
Straight, No Chaser / 'Round Midnight / Well, You Needn't, são peças de improviso jazzístico do melhor que ouvi até hoje!
Gravado em Los Angeles, 1964.
Straight, No Chaser / 'Round Midnight / Well, You Needn't, são peças de improviso jazzístico do melhor que ouvi até hoje!
Diz-me
Dime por favor donde estás,
en que rincón puedo no verte,
dónde puedo dormir sin recordarte
y dónde recordar sin que me duela.
Dime por favor dónde pueda caminar
sin ver tus huellas,
dónde puedo correr sin recordarte
y dónde descansar con mi tristeza.
Dime por favor cuál es el cielo
que no tiene el calor de tu mirada
y cuál es el sol que tiene luz tan sólo
y no la sensación de que me llamas.
Dime por favor cuál es el rincón
en el que no dejaste tu presencia.
Dime por favor cual es el hueco de mi almohada
que no tiene escondidos tus recuerdos.
Dime por favor cuál es la noche
en que no vendrás para velar mis sueños...
Que no puedo vivir porque te extraño
y no puedo morir porque te quiero.
Jorge Luis Borges
Função de Variáveis Lógicas (Booleanas) - II
Vivam os livres pensadores!
Gostei de ler hoje:
A entrevista de Pedro Santana Lopes ao DN - Sempre livre, fala dos túneis, das torres, das presidenciais, enfim, tudo temas pacíficos!
A entrevista de Michael Nyman ao DN - Sempre genial, um dos pais da música minimalista, juntamente com Philip Glass, Brian Eno e Steve Reich, fala sobre as suas bandas sonoras para filmes também geniais, como O Piano, Os Livros de Próspero ou O Cozinheiro, o Ladrão..., bem como da sua admiração pelas vozes femininas portuguesas!
Incontornável!
Pena não poder ir ao concerto!
A entrevista de Carlos Queiroz ao jornal "A MARCA" - Sempre coloquial, explica entre outras questões, porque é que por vezes 2 + 2 são cinco, que subir o Evereste não é fácil e que não ganhar a Liga seria uma desilusão!
Incontornável!
Pena não poder ir ao concerto!
cuidado!
Está em circulação um número alarmante de notas falsas de cem euros.
Os especialistas dizem que o "grau de pureza" é superior a tudo o que já foi feito até hoje!
Convém ter algum cuidado.. sempre são 20 contos de réis!
The Child Is Gone
Fionna Apple -Tidal
Darling, give me your absence tonight
Take the shade from the canvas and leave me the white
Let me sink in the silence that echoes inside
And don't bother leaving the light on
'Cause I suddenly feel like a different person
From the roots of my soul come a gentle coercion
And I ran my hand o'er a strange inversion
A vacancy that just did not belong
The child is gone
Honey, help me out of this mess
I'm a stranger to myself
But don't reach for me, I'm too far away
I don't wanna talk 'cause there's nothing left to say
So my darling, give me your absence tonight
Take all of your sympathy and leave it outside
'Cause there's no kind of loving that can make this alright
I'm trying to find a place I belong
And I suddenly feel like a different person
From the roots of my soul come a gentle coercion
And I ran my hand o'er a strange inversion
As the darkness turns into the dawn
The child is gone
The child is gone
Esta voz maravilhosa, compõe e toca piano lindamente! É fascinante!
E um dos discos a que gosto muito de voltar!
Darling, give me your absence tonight
Take the shade from the canvas and leave me the white
Let me sink in the silence that echoes inside
And don't bother leaving the light on
'Cause I suddenly feel like a different person
From the roots of my soul come a gentle coercion
And I ran my hand o'er a strange inversion
A vacancy that just did not belong
The child is gone
Honey, help me out of this mess
I'm a stranger to myself
But don't reach for me, I'm too far away
I don't wanna talk 'cause there's nothing left to say
So my darling, give me your absence tonight
Take all of your sympathy and leave it outside
'Cause there's no kind of loving that can make this alright
I'm trying to find a place I belong
And I suddenly feel like a different person
From the roots of my soul come a gentle coercion
And I ran my hand o'er a strange inversion
As the darkness turns into the dawn
The child is gone
The child is gone
Esta voz maravilhosa, compõe e toca piano lindamente! É fascinante!
E um dos discos a que gosto muito de voltar!
Terça-feira, Abril 13
Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery
CHAPITRE III
Il me fallut longtemps pour comprendre d'où il venait. Le petit prince, qui me posait beaucoup de questions, ne semblait jamais entendre les miennes. Ce sont des mots prononcés par hasard qui, peu à peu, m'ont tout révélé. Ainsi, quand il aperçu pour la première fois mon avion (je ne dessinerai pas mon avion, c'est un dessin beaucoup trop compliqué pour moi) il me demanda:
-Qu'est ce que c'est que cette chose-là?
-Ce n'est pas une chose. Ca vole. C'est un avion. C'est mon avion.
Et j'étais fier de lui apprendre que je volais. Alors il s'écria:
-Comment! tu es tombédu ciel!
-Oui, fis-je modestement.
-Ah! ça c'est drôle...
Et le petit prince eut un très joli éclat de rire qui m'irrita beaucoup. Je désire que l'on prenne mes malheurs au sérieux. Puis il ajouta:
-Alors, toi aussi tu viens du ciel! De quelle planète es-tu?
J'entrevis aussitôt une lueur, dans le mystère de sa présence, et j'interrogeai brusquement:
-Tu viens donc d'une autre planète?
Mais il ne me répondit pas. Il hochait la tête doucement tout en regardant mon avion:
-C'est vrai que, là-dessus, tu ne peux pas venir de bien loin...
Et il s'enfonça dans une rêverie qui dura longtemps. Puis, sortant mon mouton de sa poche, il se plongea dans la contemplation de son trésor.
Vous imaginez combien j'avais pu être intrigué par cette demi-confidence sur "les autres planètes". Je m'efforçai donc d'en savoir plus long:
-D'où viens-tu mon petit bonhomme? Où est-ce "chez toi"? Où veux-tu emporter mon mouton?
Il me répondit après un silence méditatif:
-Ce qui est bien, avec la caisse que tu m'as donnée, c'est que, la nuit, ça lui servira de maison.
-Bien sûr. Et si tu es gentil, je te donnerai aussi une corde pour l'attacher pendant le jour. Et un piquet.
La proposition parut choquer le petit prince:
-L'attacher? Quelle drôle d'idée!
-Mais si tu ne l'attaches pas, il ira n'importe où, et il se perdra...
Et mon ami eut un nouvel éclat de rire:
-Mais où veux-tu qu'il aille!
-N'importe où. Droit devant lui...
Alors le petit prince remarqua gravement:
-Ca ne fait rien, c'est tellement petit, chez moi!
Et, avec un peu de mélancolie, peut-être, il ajouta:
-Droit devant soi on ne peut pas aller bien loin...
Il me fallut longtemps pour comprendre d'où il venait. Le petit prince, qui me posait beaucoup de questions, ne semblait jamais entendre les miennes. Ce sont des mots prononcés par hasard qui, peu à peu, m'ont tout révélé. Ainsi, quand il aperçu pour la première fois mon avion (je ne dessinerai pas mon avion, c'est un dessin beaucoup trop compliqué pour moi) il me demanda:
-Qu'est ce que c'est que cette chose-là?
-Ce n'est pas une chose. Ca vole. C'est un avion. C'est mon avion.
Et j'étais fier de lui apprendre que je volais. Alors il s'écria:
-Comment! tu es tombédu ciel!
-Oui, fis-je modestement.
-Ah! ça c'est drôle...
Et le petit prince eut un très joli éclat de rire qui m'irrita beaucoup. Je désire que l'on prenne mes malheurs au sérieux. Puis il ajouta:
-Alors, toi aussi tu viens du ciel! De quelle planète es-tu?
J'entrevis aussitôt une lueur, dans le mystère de sa présence, et j'interrogeai brusquement:
-Tu viens donc d'une autre planète?
Mais il ne me répondit pas. Il hochait la tête doucement tout en regardant mon avion:
-C'est vrai que, là-dessus, tu ne peux pas venir de bien loin...
Et il s'enfonça dans une rêverie qui dura longtemps. Puis, sortant mon mouton de sa poche, il se plongea dans la contemplation de son trésor.
Vous imaginez combien j'avais pu être intrigué par cette demi-confidence sur "les autres planètes". Je m'efforçai donc d'en savoir plus long:
-D'où viens-tu mon petit bonhomme? Où est-ce "chez toi"? Où veux-tu emporter mon mouton?
Il me répondit après un silence méditatif:
-Ce qui est bien, avec la caisse que tu m'as donnée, c'est que, la nuit, ça lui servira de maison.
-Bien sûr. Et si tu es gentil, je te donnerai aussi une corde pour l'attacher pendant le jour. Et un piquet.
La proposition parut choquer le petit prince:
-L'attacher? Quelle drôle d'idée!
-Mais si tu ne l'attaches pas, il ira n'importe où, et il se perdra...
Et mon ami eut un nouvel éclat de rire:
-Mais où veux-tu qu'il aille!
-N'importe où. Droit devant lui...
Alors le petit prince remarqua gravement:
-Ca ne fait rien, c'est tellement petit, chez moi!
Et, avec un peu de mélancolie, peut-être, il ajouta:
-Droit devant soi on ne peut pas aller bien loin...
Ce soir sera publié le troisième chapitre de "Le Petit Prince"!
Pearl Jam - I Am Mine
The selfish they?re all standing in line...
Faith in their hope and to buy themselves time.
Me, I figure as each breath goes by,
I only own my mind.
The north is to south what the clock is to time.
There's east and there's west and there everywhere life.
I know that I was born and I know that I?ll die.
The in between is mine. I am mine.
And the feeling it gets left behind...
Oh the innocence broken with time...
We're different behind the eyes, there?s no need to hide.
We're safe tonight.
The ocean is full cause everyone's crying,
The full moon is looking for friends at high tide.
The sorrow grows bigger when the sorrows denied.
I only know my mind. I am mine.
And the feeling it gets left behind...
Oh the innocence broken with time.
We're different between the lines, there?s no need to hide...
Cause we're safe tonight.
And the feeling it gets left behind...
Oh the innocence broken with time.
We're different behind the eyes, there?s no need to hide.
And the feeling it gets left behind...
Oh the innocence broken with lies.
We're different behind the eyes.
We're safe tonight.
das liberdades, direitos e afins!
Ontem cometi um erro!
Foi rectificado, embora com um custo pessoal.
Não volta a acontecer.
Foi rectificado, embora com um custo pessoal.
Não volta a acontecer.
Segunda-feira, Abril 12
"25 de Abril Sempre". Porquê?
Já passaram 30 anos!
Sempre? Claro que sim! A História não se apaga. Donde, é redundante, o "sempre".
Acontece que algumas pessoas vivem com os fantasmas de sempre.
Hasta la muerte! é muito mais antigo, e está fora de prazo!
Deutchland Ubber Alles! também!
Não há mais Revolução de Abril! Já foi!
Sempre? Claro que sim! A História não se apaga. Donde, é redundante, o "sempre".
Acontece que algumas pessoas vivem com os fantasmas de sempre.
Hasta la muerte! é muito mais antigo, e está fora de prazo!
Deutchland Ubber Alles! também!
Não há mais Revolução de Abril! Já foi!
Dedicatória
A todas as pessoas que me visitam neste espaço e que têm a generosidade de partilhar comigo alguns pensamentos.
Eu não sou eu nem sou outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
Mário de Sá Carneiro, Indícios de Oiro (1916)
BBC transmite a primeira corrida de espermatozóides
Por cá, prepara-se uma meia-maratona!
Adivinha-se uma elevada adesão, a avaliar pela quantidade de tozóides que se avistam a olho nú a correr à volta do Jardim do Príncipe Real, nas amenas noites lisboetas!
As organizações feministas estão a planear uma acção de protesto, ainda não sabem onde, pois o governo está a ponderar a hipótese de a corrida não ser transmitida num dos canais codificados da TvCabo.
Em simultâneo, está em agenda a realização de outro evento de invulgar dimensão - A Corrida do Neurónio!
Estão confirmadas presenças ilustres, como o da.. não digo!
Mais informações em www.runtozoiderun.net
Domingo, Abril 11
ainda a Paixão de S. Mateus
MATTHÄUS-PASSION BWV 244
Pensei em publicar os comentários feitos pelo Evangelista à narrativa quando a cena pára, mas.. não tive coragem; Em inglês não tinha profundidade, e em alemão seria pretensioso da minha parte.
Feita a penitência, vou jantar!
Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery
CHAPITRE II
J'ai ainsi vécu seul, sans personne avec qui parler véritablement, jusqu'à une panne dans le désert du Sahara, il y a six ans. Quelque chose s'était cassé dans mon moteur, Et comme je n'avais avec moi ni méchanicien, ni passagers, je me préparai à essayer de réussir, tout seul, une réparation difficile. C'était pour moi une question de vie ou de mort. J'avais à peine de l'eau à boire pour huit jours.
Le premier soir je me suis donc endormi sur le sable à mille milles de toute terre habitée. J'étais bien plus isolé qu'un naufragé sur un rideau au milieu de l'océan. Alors vous imaginez ma surprise, au levé du jour, quand une drôle de petite voix m'a réveillé. Elle disait:
-S'il vous plaît... dessine-moi un mouton!
-Hein!
-Dessine-moi un mouton...
J'ai sauté sur mes pieds comme si j'avais été frappé par la foudre. J'ai bien frotté mes yeux. J'ai bien regardé. Et j'ai vu un petit bonhomme tout à fait extraordinaire qui me considérait gravement. Voilà le meilleur portrait que, plus tard, j'ai réussi à faire de lui. Mais mon dessin, bien sûr, est beaucoup moins ravissant que le modèle. Ce n'est pas de ma faute. J'avais été découragé dans ma carrière de peintre par les grandes personnes, à l'age de six ans, et je n'avais rien appris à dessiner, sauf les boas fermés et les boas ouverts.
Je regardai donc cette apparition avec des yeux tout ronds d'étonnement. N'oubliez pas que je me trouvais à mille milles de toute région habitée. Or mon petit bonhomme ne me semblait ni égaré, ni mort de fatigue, ni mort de faim, ni mort de soif, ni mort de peur. Il n'avait en rien l'apparence d'un enfant perdu au milieu du désert, à mille milles de toute région habitée. Quand je réussis enfin de parler, je lui dis:
-Mais qu'est-ce que tu fais là?
Et il me répéta alors, tout doucement, comme une chose très sérieuse:
-S'il vous plaît... dessine-moi un mouton...
Quand le mystère est trop impressionnant, on n'ose pas désobéir. Aussi absurde que cela me semblaît à mille milles de tous les endroits habités et en danger de mort, je sortis de ma poche une feuille de papier et un stylographe. Mais je me rappelai alors que j'avais surtout étudié la géographie, l'histoire, le calcul et la grammaire et je dis au petit bonhomme (avec un peu de mauvaise humeur) que je ne savais pas dessiner. Il me répondit:
-Ca ne fait rien. Dessine-moi un mouton.
Comme je n'avais jamais dessiné un mouton je refis, pour , un des deux seuls dessins dont j'étais capable. Celui du boa fermé. ET je fus stupéfait d'entendre le petit bonhomme me répondre:
-Non! Non! Je ne veux pas d'un éléphant dans un boa. Un boa c'est très dangereux, et un éléphant c'est très encombrant. Chez moi c'est tout petit. J'ai besoin d'un mouton. Dessine-moi un mouton.
Alors j'ai dessiné.
Il regarda attentivement, puis:
-Non! Celui-là est déjà très malade. Fais-en un autre.
Je dessinai:
Mon ami sourit gentiment, avec indulgence:
-Tu vois bien... ce n'est pas un mouton, c'est un bélier. Il a des cornes...
Je refis donc encore mon dessin: Mais il fut refusé, comme les précédents:
-Celui-là est trop vieux. Je veux un mouton qui vive longtemps.
Alors, faute de patience, comme j'avais hâte de commencer le démontage de mon moteur, je griffonnai ce dessin-ci.
Et je lançai:
-Ca c'est la caisse. le mouton que tu veux est dedans.
Mais je fus bien surpris de voir s'illuminer le visage de mon jeune juge: -C'est tout à fait comme ça que je le voulais! Crois-tu qu'il faille beaucoup d'herbe à ce mouton?
-Pourquoi?
-Parce que chez moi c'est tout petit...
-Ca suffira sûrement. Je t'ai donné un tout petit mouton.
Il pencha la tête vers le dessin:
-Pas si petit que ça... Tiens! Il s'est endormi...
ET c'est ainsi que je fis la connaissance du petit prince.
J'ai ainsi vécu seul, sans personne avec qui parler véritablement, jusqu'à une panne dans le désert du Sahara, il y a six ans. Quelque chose s'était cassé dans mon moteur, Et comme je n'avais avec moi ni méchanicien, ni passagers, je me préparai à essayer de réussir, tout seul, une réparation difficile. C'était pour moi une question de vie ou de mort. J'avais à peine de l'eau à boire pour huit jours.
Le premier soir je me suis donc endormi sur le sable à mille milles de toute terre habitée. J'étais bien plus isolé qu'un naufragé sur un rideau au milieu de l'océan. Alors vous imaginez ma surprise, au levé du jour, quand une drôle de petite voix m'a réveillé. Elle disait:
-S'il vous plaît... dessine-moi un mouton!
-Hein!
-Dessine-moi un mouton...
J'ai sauté sur mes pieds comme si j'avais été frappé par la foudre. J'ai bien frotté mes yeux. J'ai bien regardé. Et j'ai vu un petit bonhomme tout à fait extraordinaire qui me considérait gravement. Voilà le meilleur portrait que, plus tard, j'ai réussi à faire de lui. Mais mon dessin, bien sûr, est beaucoup moins ravissant que le modèle. Ce n'est pas de ma faute. J'avais été découragé dans ma carrière de peintre par les grandes personnes, à l'age de six ans, et je n'avais rien appris à dessiner, sauf les boas fermés et les boas ouverts.
Je regardai donc cette apparition avec des yeux tout ronds d'étonnement. N'oubliez pas que je me trouvais à mille milles de toute région habitée. Or mon petit bonhomme ne me semblait ni égaré, ni mort de fatigue, ni mort de faim, ni mort de soif, ni mort de peur. Il n'avait en rien l'apparence d'un enfant perdu au milieu du désert, à mille milles de toute région habitée. Quand je réussis enfin de parler, je lui dis:
-Mais qu'est-ce que tu fais là?
Et il me répéta alors, tout doucement, comme une chose très sérieuse:
-S'il vous plaît... dessine-moi un mouton...
Quand le mystère est trop impressionnant, on n'ose pas désobéir. Aussi absurde que cela me semblaît à mille milles de tous les endroits habités et en danger de mort, je sortis de ma poche une feuille de papier et un stylographe. Mais je me rappelai alors que j'avais surtout étudié la géographie, l'histoire, le calcul et la grammaire et je dis au petit bonhomme (avec un peu de mauvaise humeur) que je ne savais pas dessiner. Il me répondit:
-Ca ne fait rien. Dessine-moi un mouton.
Comme je n'avais jamais dessiné un mouton je refis, pour , un des deux seuls dessins dont j'étais capable. Celui du boa fermé. ET je fus stupéfait d'entendre le petit bonhomme me répondre:
-Non! Non! Je ne veux pas d'un éléphant dans un boa. Un boa c'est très dangereux, et un éléphant c'est très encombrant. Chez moi c'est tout petit. J'ai besoin d'un mouton. Dessine-moi un mouton.
Alors j'ai dessiné.
Il regarda attentivement, puis:
-Non! Celui-là est déjà très malade. Fais-en un autre.
Je dessinai:
Mon ami sourit gentiment, avec indulgence:
-Tu vois bien... ce n'est pas un mouton, c'est un bélier. Il a des cornes...
Je refis donc encore mon dessin: Mais il fut refusé, comme les précédents:
-Celui-là est trop vieux. Je veux un mouton qui vive longtemps.
Alors, faute de patience, comme j'avais hâte de commencer le démontage de mon moteur, je griffonnai ce dessin-ci.
Et je lançai:
-Ca c'est la caisse. le mouton que tu veux est dedans.
Mais je fus bien surpris de voir s'illuminer le visage de mon jeune juge: -C'est tout à fait comme ça que je le voulais! Crois-tu qu'il faille beaucoup d'herbe à ce mouton?
-Pourquoi?
-Parce que chez moi c'est tout petit...
-Ca suffira sûrement. Je t'ai donné un tout petit mouton.
Il pencha la tête vers le dessin:
-Pas si petit que ça... Tiens! Il s'est endormi...
ET c'est ainsi que je fis la connaissance du petit prince.
Função de Variáveis Lógicas (Booleanas)
Confesso que a matemática não é o meu forte.
Dada a variável lógica ( jogo em atraso do FC Porto com o Nacional), é possível construir uma função desta variável que gere uma tabela de verdade em que o Sporting ainda consiga ganhar o Campeonato?
Tenho 4 semanas para encontrar uma resposta!
Dada a variável lógica ( jogo em atraso do FC Porto com o Nacional), é possível construir uma função desta variável que gere uma tabela de verdade em que o Sporting ainda consiga ganhar o Campeonato?
Tenho 4 semanas para encontrar uma resposta!
Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvanecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo p'ra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvanecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo p'ra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca
As Mulheres no que me diz Respeito
Os sentimentos que não tenho não tenho.
Os sentimentos que não tenho, não vou dizer que tenho.
Os sentimentos que vocês dizem que têm, não têm.
Os sentimentos que vocês quereriam que nós e vocês tivéssemos, nenhum de nós tem.
Os sentimentos que as pessoas deveriam ter, nunca têm.
Se as pessoas dizem que têm sentimentos,
pode-se estar certo que não têm nenhuns.
Por isso, se vocês querem que nós ou vós sintamos alguma coisa,
é melhor abandonar por uma vez a ideia de sentir.
D. H. Lawrence
Tradução de Jorge de Sena
Os sentimentos que não tenho não tenho.
Os sentimentos que não tenho, não vou dizer que tenho.
Os sentimentos que vocês dizem que têm, não têm.
Os sentimentos que vocês quereriam que nós e vocês tivéssemos, nenhum de nós tem.
Os sentimentos que as pessoas deveriam ter, nunca têm.
Se as pessoas dizem que têm sentimentos,
pode-se estar certo que não têm nenhuns.
Por isso, se vocês querem que nós ou vós sintamos alguma coisa,
é melhor abandonar por uma vez a ideia de sentir.
D. H. Lawrence
Tradução de Jorge de Sena