Sábado, Maio 29

Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery  

CHAPITRE IX



Je crois qu'il profita, pour son évasion, d'une migration d'oiseaux sauvages.
Au matin du départ il mit sa planète bien en ordre. Il ramona soigneusement ses volcans en activité. Il possédait deux volcans en activité.
Et c'était bien commode pour faire chauffer le petit déjeuner du matin.
Il possédait aussi un volcan étent. Mais, comme il disait, "On ne sais jamais!" Il ramona donc également le volcan éteint.
S'ils sont bien ramonés, les volcans brûlent doucement et régulièrement, sans éruptions. les éruptions volcaniques sont comme des feux de cheminée.
Evidemment sur notre terre nous sommes beaucoup trop petits pour ramoner nos volcans.
C'est pourquoi ils nous causent tant d'ennuis.

Le petit prince arracha aussi, avec un peu de mélancolie, les dernières pousses de baobabs.
Il croyait ne plus jamais devoir revenir. Mais tout ces travaux familiers lui parurent, ce matin-là, extrèmement doux.
Et, quand il arrosa une dernière fois la fleur, et se prépara à la mettre à l'abri sous son globe, il se découvrit l'envie de pleurer.



-Adieu, dit-il à la fleur.

Mais elle ne lui répondit pas.

-Adieu, répéta-t-il.

La fleur toussa. Mais ce n'était pas à cause de son rhume.

-J'ai été sotte, lui dit-elle enfin. Je te demande pardon. Tâche d'être heureux.

Il fut surpris par l'absence de reproches. Il restait là tout déconcentré, le globe en l'air. Il ne comprennait pas cette douceur calme.

-Mais oui, je t'aime, lui dit la fleur. Tu n'en a rien su, par ma faute. Cela n'a aucune importance. Mais tu as été aussi sot que moi. Tâche d'être heureux... Laisse ce globe tranquille. Je n'en veux plus.

-Mais le vent...

-Je ne suis pas si enrhumée que ça... L'air frais de la nuit me fera du bien. Je suis une fleur.

-Mais les bêtes...

-Il faut bien que je supporte deux ou trois chenilles si je veux connaître les papillons. Il paraît que c'est tellement beau. Sinon qui me rendra visite? Tu seras loin, toi. Quant aux grosses bêtes, je ne crains rien. J'ai mes griffes.

Et elle montrait naivement ses quatre épines. Puis elle ajouta:

-Ne traîne pas comme ça, c'est agaçant. Tu as décidé de partir. Va-t'en.

Car elle ne voulait pas qu'il la vît pleurer. C'était une fleur tellement orgueilleuse...


just for fun! 


não sou pessoa de caluniar outrem.. 

..mas era capaz de jurar que o senhor estava embriagado!
A seguir ao vergonhoso jogo que a Selecção Nacional fez ontem no primeiro jogo do Campeonato da Europa de Sub-21 contra a Suécia, ao ver as declarações que Gilberto Madaíl, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol prestou à RTP, as suspeitas iam-se acentuando à medida que as declarações se sucediam.
Por três ou quatro vezes o homem entaramelou a voz, disso estou certo.
Digam-me se fui só eu que fiquei com os olhos trocados!


Quinta-feira, Maio 27

ainda que possa perder um pouco de brilho.. 

Uma vela nada tem a perder se acender outra vela!


«Mensagem» de Fernando Pessoa  



3ª Parte - O Encoberto

III - Os Tempos


PRIMEIRO - NOITE

A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.

Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.

*

Como e um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando, o vêem, vêem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.

*

Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
O Poder e o Renome –
Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.

Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.

Mas Deus não dá licença que partamos.


SEGUNDO - TORMENTA

Que jaz no abismo sob o mar que se ergue?
Nós, Portugal, o poder ser.
Que inquietação do fundo nos soergue?
O desejar poder querer.

Isto, e o mistério de que a noite é o fausto...
Mas súbito, onde o vento ruge,
O relâmpago, farol de Deus, um hausto
Brilha, e o mar 'scuro 'struge.


TERCEIRO - CALMA

Que costa é que as ondas contam
E se não pode encontrar
Por mais naus que haja no mar?
O que é que as ondas encontram
E nunca se vê surgindo?
Este som de o mar praiar
Onde é que está existindo?

Ilha próxima e remota,
Que nos ouvidos persiste,
Para a vista não existe.
Que nau, que armada, que frota
Pode encontrar o caminho
À praia onde o mar insiste,
Se à vista o mar é sozinho?

Haverá rasgões no espaço
Que dêem para outro lado,
E que, um deles encontrado,
Aqui, onde há só sargaço,
Surja uma ilha velada,
O país afortunado
Que guarda o Rei desterrado
Em sua vida encantada?


QUARTO - ANTEMANHÃ

O mostrengo que está no fim do mar
Veio das trevas a procurar
A madrugada do novo dia,
Do novo dia sem acabar;
E disse: «Quem é que dorme a lembrar
Que desvendou o Segundo Mundo,
Numa o Terceiro quer desvendar?»

E o som na treva de ele rodar
Faz mau o sono, triste o sonhar,
Rodou e foi-se o mostrengo servo
Que seu senhor veio aqui buscar.
Que veio aqui seu senhor chamar –
Chamar aquele que está dormindo
E foi outrora Senhor do Mar.


QUINTO - NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Numa o que é mal numa o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

Vale, Fratres.

Quarta-feira, Maio 26

Porto! Porto! Porto! 



Portugal! Portugal! Portugal!

hoje somos (quase) todos mui nobre e leais 



Barca bela


Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela.
Que é tão bela,
Oh pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Oh pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Oh pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Oh pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela
Foge dela
Oh pescador!


Almeida Garrett, Folhas Caídas



Inesperadamente, morreu o golfinho bébé que estava no Zoo Marine de Albufeira a ser tratado, com tantos cuidados, tanto carinho, e que já tinha conquistado a simpatia dos portugueses, fruto do acompanhamento diário que a SIC fazia da sua evolução.

Merecem uma palavra de apreço todos os que passaram horas a fio dentro da piscina com o golfinho bébé.

Para além da desilusão profissional por não terem conseguido salvá-lo, nos trinta e tal dias em que conviveram diariamente, criaram, e demonstravam-no constantemente, uma relação afectiva muito forte, e por isso devem estar a passar um momento difícil.

Internet Addiction Disorder 



A Blogosfera dá para tudo

Pessoas

que não se conhecem
que cultivam amizades
que sofrem
que se insultam
de verdade
que me fazem sentir vivo
que já estão mortas e não sabem
que explicam porque se vão embora
explicaram ao que vinham?
divertidas
apaixonadas
muito
inteligentes, sensíveis
que escrevem mal
que se fartam de escrever
e dizem pouco
como diz o Gasel
um post não precisa ter muita conversa para ser interessante

Não sei para onde caminha esta comunidade
talvez para nenhures
o que seria pena, mas
este frémito parece estar a desgastar muita gente
todos os dias fecham janelas
abrem outras, é certo

Amanhã é outro dia

Boa noite

Terça-feira, Maio 25

não quero acreditar ( post editado) 

Que o ex-treinador do benfica disse que espera ver o Mónaco ganhar ao FC Porto!

(afinal o senhor disse que quer que o Morientes jogue bem e ganhe o jogo - o que, sendo uma afirmação diferente, vai dar ao mesmo!)

Que o porta-voz dos Inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras disse, a propósito da requisição civil anunciada pelo governo caso façam greve durante o Euro, que esta seria uma lei ilegal!

Cantilena Para Um Tocador De Flauta Cego 


White Faun playing the Double Flute - Picasso

Flauta da noite que se cerra,
Presença líquida de um pranto,
Todos os silêncios da terra
São as pétalas do teu canto.

Espalha teu pólen na alfombra
Do catre que por fim te acoite
Mel de uma boca de sombra
Como um beijo na boca da noite

E pois que as escalas que cansas
Nos dizem que o dia acabou,
Faz-nos crer que os céus dançam
Porque um cego cantou.

Marguerite Yourcenar, Tradução de Mário Cesariny

Segunda-feira, Maio 24

presunção de liberdade 

Fechado numa casca de noz

eu poderia julgar-me rei

de um espaço infinito...


Shakespeare, Hamlet

Quizz 

Gosto muito de cinema!
E a Maria também! Por isso, para ela, que teve a ideia, e também para os amigos cinéfilos, aqui fica o desafio.







Domingo, Maio 23

Origens - I 

Vila Nova de Foz-Côa


Há cerca de vinte mil anos, o homem desceu os vales do Côa e do Douro pescando e caçando para sobreviver, e, gravando com sílex os painéis do rijo xisto de ambas as margens.


Mais recentemente, na segunda metade do século XX, acompanhado pelos primos, descia da vila e pisava, quem sabe, as mesmas pedras que o homem do paleolítico..
Saíamos de manhã.
O trajecto até ao rio que nos esperava lá em baixo, era percorrido aos saltos entre amendoeiras, figueiras e vinhedos das encostas do Douro, que nos alimentavam o corpo e as brincadeiras.


Por volta da hora do almoço já estávamos a tomar banho na margem esquerda do rio.
Por várias vezes fomos arrastados pelas fortes correntes, indo normalmente parar à retorta, uma curva providencial que desdenhava, fruto da imaturidade da adolescência!
Os primos diziam que a Senhora da Veiga, que ainda lá está na capela perto da margem, nos protegia.
Se a família soubesse..


A Igreja Matriz de Foz Côa, onde casaram os meus pais, é Monumento Nacional e tem o seu maior valor no desenho do alçado frontal, do período gótico- manuelino.
No pórtico existem duas esferas armilares, encimadas uma, pela Cruz de Cristo e outra pela Flor-de-Lis. Dois escudos com as armas reais ladeiam o nicho onde se alberga uma imagem de Nª. Srª. da Piedade, ou do Pranto, de calcário do séc. XVI.
A capela-Mór da Igreja Matriz é uma obra riquíssima em talha, em pintura e em escultura. Do lado norte do sacrário, está a imagem da Padroeira da Paróquia, Nª. Srª. do Pranto. É a Pietá, imagem do séc. XVII. Nas paredes laterais da capela-Mór encontram-se várias pinturas a óleo sobre madeira, da autoria de artistas da Escola de Grão Vasco.

Vila Nova de Foz-Côa teve três forais.
O primeiro e o segundo, dados por D. Dinis, fundador e povoador da localidade, a 21 de Maio de 1299 e a 24 de Julho de 1314, respectivamente.
O terceiro foi dado por D. Manuel a 16 de Junho de 1514.
D. João I elevou-a à categoria de vila.
D. Manuel mandou edificar a Igreja Matriz.
Por último Foz Côa é elevada a cidade em 12 de Julho de 1997


O Pelourinho, de granito do século XVI, está situado na Praça do Município.
Sustentado por quatro degraus, tem os bordos superiores do capitel ornados por cordões. O remate da cabeça é feito por um grupo de coruchéus, sobre os quais se erguem a esfera armilar e a flor-de-lis.



Plantou-me aqui e arrancou-me daqui.
E nunca mais as raízes me seguraram bem em nenhuma terra.

Miguel Torga

História Trágico-Marítima 


Maria Helena Vieira da Silva
1944, óleo sobre tela, 81 x 100 cm
Centro de Arte Moderna

Mar!
Engenhosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!
Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento
!

Miguel Torga

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