Sexta-feira, Janeiro 30

Espero sinceramente que as coisas melhorem 

Recebi esta semana a edição da All Jazz de... 07/08 de 2003!
A coisa não está fácil! basta ler o editorial. O país está mesmo assim?!
Até um projecto válido como este, independente, altruísta - como deveriam ser as publicações do género, com uma adesão inicial fantástica, uma excelente abordagem ao panorama jazzístico actual, plena de oportunidade, parece que está a passar pela eterna dependência da publicidade.
Estarei a ser ingénuo? Claro que não, eu sei como funcionam os mercados.
A questão é que, face aos problemas entretanto surgidos, a reedição da revista foi feita em baixa!
É pena ver a qualidade dos textos e das entrevistas decair.
Vamos ver o que o futuro (?) nos traz...!
De qualquer modo, continua a recomendar-se, pois é das poucas referências disponíveis em português!


A propósito, ainda saboreio o serão na Culturgest com o meu amigo Bobby Hutcherson. Quem não viu... visse!!

Quinta-feira, Janeiro 29

ao Pedro e à Sara 

PARABÉNS!!!!!!!!!
E se por mera coincidência nascer em finais de maio?!
Era muito engraçado!!
Toda a sorte do mundo para vocês!

Esta noite, ainda,
o leite levar-te-á filhos
ao colo do útero.

Escolhe-os.
Escolhe-os devagarinho
Para que a vida dure.


Quarta-feira, Janeiro 28

Ao Pedro 

Porra! Esqueci-me dos teus anos, meu amigo!
Prometo que para o ano vou tentar não me esquecer!!
Um grande abraço!

Terça-feira, Janeiro 27

O beijo 



Mas porque raio é que o beijo de língua tem de ser italiano?!
Não me recordo de alguma vez ter beijado uma italiana...
Bom... não sei se este pensamento deva ser partilhado em público, mas, que se lixe, também ninguém vai ler isto!
Pensando bem, até que o tema dá pano para mangas!
Afinal, o que é que as pessoas sentem quando vêm outras duas a beijarem-se, na tv, no cinema, no banco de jardim?
E que sensações provoca ver a boca "daquela" actriz entreabrir-se para receber os fluídos do parceiro - ok, também pode ser ao contrário(!)... quantas vezes já nos deu vontade de estar no lugar daquele canastrão, que até tem de pôr o spray na boca por causa do bafo?
Parece que me estou a desviar do essencial!
É verdade que um beijo dado comme il fault pode desencadear uma reacção em cadeia de consequências imprevisíveis!
O que não me soa bem é dizer-se que o beijo pode ser o sal e pimenta da coisa!
(....)
Estava a ver se me lembrava de alguns beijos significantes... olha aquele da Britney com a outra... naaaaoo, não tem nada a ver, aquilo foi tudo ensaiado...(ou não?!).
Mas que raio, não sou capaz de me lembrar da última troca de fluídos que justificasse o bilhete de cinema!
Ou melhor! Estou, mas prefiro não revelar. Não é por nada em especial...
É por causa dum beijo que se pode acordar a pensar: como é que eu vim aqui parar?!
Afinal, isto pode ser mais perigoso do que se pensa!
Mas isso levava-me para outros lábios, e isso não é para aqui chamado!
Tudo tem um começo, não é verdade?!
Pode ser que amanhã esteja mais inspirado



Um beijo em lábios é que se demora
E tremem no abrir-se a dentes línguas
Tão penetrantes quanto línguas podem.
Mas beijo é mais. É boca aberta hiante
Para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
Irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
E sobretudo o que se oculta em sombras
E nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
Quanto de lábios se deseja.

Jorge de Sena – 19/5/1971. In Antologia Poética, 1999. Porto: ASA.

Segunda-feira, Janeiro 26

Pitágoras  

Pitágoras nasceu no ano 580 a.C. na ilha grega de Samos, perto de Mileto e faleceu no ano 500 A.C. em Metapontum, Lucania. Pitágoras foi responsável por vários progressos nas áreas de Matemática, Astronomia e da Música.

Estudou sob a orientação de Tales de Mileto e, a conselho deste, em 560 a.C. fez várias viagens entre o Egipto e a Mesopotânia, onde estudou geometria com os sacerdotes deste país, cujo saber havia fascinado Tales e onde veio a ter contacto com o Método da " corda de 13 nós ". Em 529 a.C. Pitágoras emigrou, para Crotona, onde fundou a " Escola Pitagorica" , que teve vários seguidores, estes não tinham posses pessoais e eram vegetarianos.

Aprendiam directamente com Pitágoras e seguiam as regras e crenças, cuidadosamente. Tinham como regras e crenças as seguintes:

- A natureza é matemática, até ao seu mais fundo nível;

- A filosofia pode ser usada para purificação espiritual;

- A alma pode partilhar uma união com o divino;

- Alguns símbolos têm um significado místico;

- Todos os seguidores da ordem devem manter lealdade e segredo.



Em astronomia, Pitágoras foi um dos primeiros a afirmar que a terra e o universo eram de forma esférica. Foi adquirido por ele o sistema astronómico conhecido por "Pitagórico".

Na corrente filosófica professada por Pitágoras todos os pitagoricos eram fascinados pelos números, para eles todo o universo era regido por números e as suas relações, tinham como lema "tudo é número". Os pitagoricos começaram a atribuir qualidades muito curiosas aos números.

Para eles, os números pares, eram considerados femininos e os ímpares , com excepção do número 1, eram masculinos. O número 1 era o gerador de todos os outros números.

O número 5, era o símbolo do casamento, pois é a soma do primeiro número feminino, o 2, com o primeiro número masculino, o 3. O símbolo da escola Pitagorica era a estrela de 5 pontas.

Os pitagoricos levaram a extremos a sua adoração pelos números, baseando neles a sua filosofia e o modo de verem o mundo. Através de leis eternas do universo, os pitagoricos consideravam que havia quatro graus de sabedoria:

- Aritmética; - Astronomia; - Geometria; - Música.

Já desde muitos anos antigos, que a noção de potências aparece, para os pitagoricos as potências eram usadas em diferentes aplicações como por exemplo a potência física, potência eléctrica e a potência atómica. O seu significado implica sempre a ideia de intensidade, poder energia e força.

Demonstração do Teorema de Pitágoras  

Pitágoras não só se satisfez com a generalização da propriedade a que chegou, como também se preocupou com a sua demonstração, ou seja, em provar que essa regra se aplicava a todos os triângulos rectângulos. Só depois de demonstrada a propriedade seria promovida a teorema. Teorema este que era uma propriedade que para ser aceite como verdadeira, necessita de ser demonstrada. Pitágoras considerou um triângulo rectângulo cujos lados mediam, numa dada unidade, a e b, e a hipotenusa, c.




Cada figura é um quadrado de lado a + b. A figura 1 foi subdividida em quatro triângulos iguais ao inicial e num quadrado de lados iguais á hipotenusa c .

A figura 2 também contêm quatro triângulos iguais ao inicial.

Pode-se concluir que se temos dois quadrados iguais e ambos contêm quatro triângulos iguais ao inicial, então o que resta num quadrado , noutro tem de ser igual. Pitágoras concluiu que: a^2 + b^2 = c^2

Por volta de 4000 a.C. os Egiptos já utilizavam o método de traçar ângulos rectos, utilizando uma corda onde eram dados 13 nós de forma a que o espaço entre eles fosse igual, isto é, a corda media 12 unidades, sendo cada unidade o espaço entre dois nós consecutivos.

Em seguida, três pessoas seguravam a corda, unindo os dois extremos e a fim de construírem um triângulo cujos lados medissem 3, 4 e 5 unidades. Tinham assim a certeza de que o ângulo b era recto. Esta igualdade verifica-se para qualquer triângulo rectângulo e sua generalização ficou conhecida pelo teorema de Pitágoras.

Absurdo, humor e filosofia 

— Por quem passaste na estrada? — continuou o Rei, estendendo a sua mão para o Mensageiro para lhe dar mais algum feno.
— Por ninguém — disse o Mensageiro.
— Exactamente — disse o Rei. — Esta rapariga também o viu. Portanto, é claro que Ninguém anda mais devagar do que tu.
— Faço o meu melhor — disse o Mensageiro num tom mal-humorado. — Tenho a certeza de que ninguém anda muito mais depressa do que eu!
— Ele não o pode fazer — disse o Rei —, senão teria chegado cá primeiro.



in Alice no Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll

E pode-se explicar o non-sense que pretende demonstrar quem escreve estas coisas para as criancinhas lerem?!
Por mim... desde que as crianças achem graça...!

Artur Bual 


Golden Globes 2003 


Sinto que mais ninguém consegue ler o mesmo que eu nos olhos desta menina!!

Au revoir les enfants 

aos meus amigos benfiquistas

Domingo, Janeiro 25

«Mensagem» de Fernando Pessoa 



Primeira Parte - O Brasão

II - Os Castelos

PRIMEIRO

ULISSES

O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo –
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.


SEGUNDO

VIRIATO


Se a alma que sente e faz conhece
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memória em nós do instinto teu.


Nação porque reencarnaste,
Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste –
Assim se Portugal formou.


Teu ser é como aquela fria
Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.


TERCEIRO

O CONDE D. HENRIQUE

Todo começo é involuntário.
Deus é o agente,
O herói a si assiste, vário
E inconsciente.

À espada em tuas mãos achada
Teu olhar desce.
«Que farei eu com esta espada?»

Ergueste-a, e fez-se.


QUARTO

D. TAREJA

As nações todas são mistérios.
Cada uma é todo o mundo a sós.
Ó mãe de reis e avó de impérios,
Vela por nós!

Teu seio augusto amamentou
Com bruta e natural certeza
O que, imprevisto, Deus fadou.
Por ele reza!

Dê tua prece outro destino
A quem fadou o instinto teu!
O homem que foi o teu menino
Envelheceu.

Mas todo vivo é eterno infante
Onde estás e não há o dia.
No antigo seio, vigilante,
De novo o cria.


QUINTO

D. AFONSO HENRIQUES

Pai, foste cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!

Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!


SEXTO

D. DINIS

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.

Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.


SÉTIMO (I)

D. JOÃO O PRIMEIRO

O homem e a hora são um só
Quando Deus faz e a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.

Mestre, sem o saber, do Templo
Que Portugal foi feito ser,
Que houveste a glória e deste o exemplo
De o defender,

Teu nome, eleito em sua fama,
É, na ara da nossa alma interna,
A que repele, eterna chama,
A sombra eterna.


SÉTIMO (II)


D. FILIPA DE LENCASTRE

Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Que arcanjo teus sonhos veio
Velar, maternos, um dia?

Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Gral,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal!

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